Melissa Lombardi Moraes
— Onde as senhorita pensam que vão?
Engoli em seco.
Se minha tia desconfiar para onde estamos indo, ela liga para a minha mãe e as duas juntas matam eu e a Priscila.
— A gente... a gente vai no... no... — tentei pensar em uma desculpa, mas estava me atrapalhando toda.
— No shopping. — disse a Priscila sorrindo falsa para a mãe. Endireitei a postura e imitei minha prima.
— É, o shopping. Marcamos de ver um filme com umas colegas da faculdade. — disse.
— Que colegas? — perguntou minha tia desconfiada.
— Ah... — olhei para a Priscila que me olhou também.
— A Esther e a Laura. — falou, fazendo minha vontade de pular no pescoço dela surgir.
Por que ela tinha que falar o nome das meninas que eu não gosto?
Ri de desespero e vi o semblante da minha tia mudar.
— Essas não são as meninas que vocês julgam ser a metida e a mimada? — falou fazendo aspas. Engoli em seco, novamente, morrendo de vontade de esganar a Priscila.
Trezentas milhões de meninas no mundo e ela vai falar logo dessas? Que merda de atriz ela era? Qual desculpa eu vou dá agora?
— Não. Claro que não. A gente ama elas. — menti.
— Ah sim. — ela não parecia muito convencida. — Ok, podem ir.
— Ótimo! Tchau mãe.
— Tchau tia. — me despedi.
— Tchau.
Saímos de casa e caminhamos até a garagem.
— Esther e Laura? É sério?
— Desculpa, foi os primeiros nomes que vieram na minha cabeça.
— Incrível, milhões de nomes femininos no mundo e você inventa de falar os nomes das meninas que a gente não suporta. Maravilha!
— Estressada! — reclamou, abrindo a porta do motorista e entrando no veículo.
Abri a porta do carona e entrei no carro também. A Priscila ligou o carro e dirigiu para fora da área da sua casa e do nosso condomínio. Liguei o som do carro e a voz do Bin preencheu o carro. Eu e a Priscila começamos a cantarolar Saturno mais alto do que o som.
Fomos cantando cada música que tocava, o percurso todo, sem parar.
Assim que chegamos no teatro, descemos do carro correndo, estávamos atrasadíssimas.
Estamos atrasadas e mesmo assim viemos cantando o caminho todo, aiai.
Entramos no teatro e fomos direto para o palco, os alunos já estavam lá em cima, só esperando as bonitas aqui chegarem.
Na maioria das vezes, era a gente que ficava esperando eles chegarem, mas parece que o jogo virou.
— Meninas, pensei que vocês não viriam mais. — disse a Stella, vulgo a dona daquele lugar.
— Desculpa Stella, a gente acabou perdendo a hora. — me expliquei.
— Tudo bem, acontece. Mas podemos começar? Os alunos estão ansiosos para a aula de hoje. — sorriu animada.
— Claro, também estamos animadas, ainda mais hoje que juntamos as duas turmas. — disse antes de caminhar até os alunos.
Esse é um trabalho voluntário que eu e a Priscila fazemos. Eu estou me formando em literatura, então, eles me aceitaram para dar aulas.
Eu não ligo de fazer isso de graça, o sorriso e o brilho nos olhos deles, fazem tudo valer a pena.
— Boa noite alunos. — falei chamando a atenção de todos para mim.
— Boa noite! — responderam todos juntos.
— Desculpa pela demora, mas vamos começar? A aula de hoje promete. — sorri para eles que sussurraram animados entre si. — Agiliza Priscila!
[...]
— Eu quero um beijo. — falou um de meus alunos, entrando no personagem.
Estávamos lendo uma peça.
— Um beijo? Acho que posso de dá isso. — olhei no fundo de seus olhos e o beijei.
Mas não durou muito...
O beijo foi interrompido por um som alto, parecia que alguém tinha caído.
Me distanciei do rapaz e olhei na direção do barulho.
Era a minha tia caída no chão e minha mãe em pé do seu lado, me encarando como se fosse enfiar uma estaca no meu coração.
Tô fudida.
__________
Se preparem pois a mãe da Melissa vai arrancar os cabelos da filha.
Eu estou só com o meu balde de pipoca, pronta para ver a treta.
Até o próximo capítulo ♡
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Casamento Arranjado | ✓
أدب الهواة❥ Sipnose ↳ Melissa Lombardi Moraes, uma mulher com um padrão de vida alto, mas que não quer viver as custas dos pais para sempre. Ela só quer se formar e construir seu futuro sozinha, subindo cada degrau por mérito próprio. Mas parece que nada...