2.4 | Beijou minha mão.

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Melissa Lombardi Moraes

Dia seguinte, quarta-feira.

— Vocês conversaram? — perguntei para a Priscila ainda choque.

Ela estava dizendo sobre a conversa que teve com o Pedro, mas eu ainda não estava acreditando que ela tinha falado com ele, afinal, ela sempre teve vergonha de conversar com ele.

— Sim. — respondeu, sorridente.

Ela finalmente tomou coragem.

— Mas você disse o que para ele? — voltei a passar o rímel enquanto ela fazia a trança no meu cabelo. — Disse que gosta dele?

— Não. Claro que não. — parei de fazer minha maquiagem e virei para encarar ela.

— Como assim não? Vai esperar mais quarenta anos? — perguntei indignada.

— Eu mal comecei a falar com ele e você já quer que eu me declare? Melissa, eu não sou autoconfiante que nem você. E nem doida.

— Eu não sou doida. — afirmei.

— Claro que não, onde eu estava com a cabeça? — revirei os olhos após sua frase cheia de sarcasmo.

— Será que você gosta mesmo dele? Ou só quer achar que gosta para não admitir que gosta de outra pessoa? — fiz perguntas que nem sei o motivo de tê-las dito.

Minha prima arregalou os olhos com medo e isso me fez perceber que minhas perguntas aleatórias teve um reação inesperada. Tem caroço nesse angu!

— O que quer dizer com isso Melissa? — ela tentou mas não conseguiu disfarçar, ela estava nervosa.

— Não sei, você que tem que me responder. — levantei da cama e fui até a penteadeira, deixando ela com um ponto de interrogação no rosto.

Sobre ontem: Não aconteceu nada de interessante, depois que contei para a Priscila tudo que tinha ocorrido, fomos tomar café e logo em seguida viemos embora. Eu estranhei os meus pais querendo vir embora cedo, mas não quis perguntar e demonstrar interesse em ficar.

Agora a Priscila está aqui em casa e estamos nos arrumando para ir ao shopping.

— Mas mudando de assunto..... — se aproximou da minha cama e pegou o buquê e a caixa que estava sobre a mesma.

Porque eu não escondi isso?

— Flores e livros? Quem mandou isso? — a Priscila perguntou vendo os presentes que eu tinha ganhado.

— O Matheus. — ela arregalou os olhos.

— Mentira? — perguntou em choque. Ela parecia ter ficado mais surpresa que eu.

— Tem um bilhete aí, só você ver.

Rapidamente, ela procurou o bilhete dentro da caixinha que tinha vindo o livro, e achou.

Apoei meu braço na penteadeira e perguntei para mim mesma, pensativa:

— Como que ele sabe que eu gosto de ler?

— "Não tivemos muitas oportunidades para conversar sobre tudo isso que está acontecendo, mas com certeza, foi uma das melhores notícias que recebi nas últimas semanas. Esse final de semana foi cheio de surpresas, mas passá-lo com você foi incrivelmente maravilhoso. Esse presente é só um mimo, vou tentar cumprir meu papel de esposo e fazer você feliz. Beijos, Matheus. — ela leu em voz alta.

Brega!

Que brega! — riu, com a carta em mãos. — Mas eu estou passada, nunca na vida pensei que o Matheus falaria isso para você. — disse, cheirando as rosas brancas que ele tinha mandado.

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