2.1 | Mas tempo para namorar.

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Melissa Lombardi Moraes

O Pedro tinha acabado de trancar a gente dentro de um dos quartos de hóspedes, ele já tinha ligado o temporizador e eu nunca torci tanto para a hora passar rápido.

Nesse caso seria minuto, mas enfim.

Assim que entramos no quarto, o Matheus foi até a cama e se deitou na mesma, suspirando e ficando ali em silêncio, encarando o teto.

Eu fiquei parada em frente a porta, olhando para o mesmo e pensando que, ele é o meu noivo e eu nem gosto dele.

Como que vai ser?

Como que eu vou conviver com ele?

É estranho pensar nisso.

É estranho pensar que vou casar.

— Gosta do que vê? — debochou, virando o rosto para me encarar.

— O que? Não.

Ter o olhar dele sobre mim é uma coisa muito difícil de lidar, estou me sentindo intimidada.

Ele deu um sorriso de lado e voltou a encarar o teto.

— Você não precisa ficar nervosa, eu não vou morder você.

Eu devia está ficando brava com essas provocações que ele estava fazendo, mas eu não estou.

Por que eu não estou ficando brava?

Por que eu estou gostando?

O que está acontecendo comigo?

— Quem disse que eu estou nervosa? — perguntei, dando uma de sonsa.

— Ninguém me disse, não é necessário.

— E por que não?

— Porque está evidente. Seu corpo está tenso.

— Você é o que por acaso? Algum tipo de adivinha? É Médico? — ele riu e se levantou, me encarando com um semblante calmo.

— Só não sou burro. — bufei, cruzando os braços. — E você é minha noiva, conheço você e seus sentidos.

De novo isso? Esse cara deve está amando falar isso.

E como ele me conhece? A gente nem se falava até ontem.

Menino maluco!

— Me conhece? Desde de quando? — perguntei.

Ele não disse nada, só me encarou com um sorriso divertido.

— Você deve está amando falar isso, não é? Amando essa situação toda. — continuei encarando ele. — Enquanto eu tenho que aceitar tudo isso de boca calada. Acha isso justo?

— Do que está falando? — perguntou.

Sonso.

— Vai dar uma de Katia agora? Não precisa mentir para mim, sua mãe já me contou.

— Contou o que?

— Sobre sua paixão por....

Fui interrompida por um estrondo alto e forte.

Trovão.

Ao ouvir, dei um pequeno passo para trás com o susto, mas acabei escorregando no tapete que tinha no chão e caindo de bunda no piso gelado.

O Matheus rapidamente se levantou e me ajudou a levantar.

— Você está bem? — assenti. — Certeza?

— Está tudo ótimo. — assegurei, vendo ele concordar, mas não se afastar de mim. 

Nossos corpos estavam por uma fio de distância, encarava seus olhos com atenção.

Meu olhar caiu até sua boca e me fez perceber que seus lábios eram avermelhados e pareciam ter sidos lubrificados recentemente.

Voltei a olhá-lo nos olhos e, pude perceber que quem analisava minha boca agora era ele.

Outro trovão soou fazendo eu tremer de medo, e involuntariamente, o abracei.

Não sou muito fã de trovões, só por isso abracei ele.

O Matheus não protestou, só me abraçou de volta.

Seus braços fortes rondaram minha cintura e abraçaram a mesma, fazendo borboletas surgirem na minha barriga.

Borboletas?

O que elas fazem aqui?

Saiam imediatamente.

Me afastei dele assim que lembrei quem ele era.

O que eu estava fazendo?

Ele me encarou meio confuso e meio aliviado, foi uma expressão meio confusa.

Eu estou confusa. Meus pensamentos estão confusos. Tudo está confuso.

— Desculpa, não curto muito trovões, por isso fiz isso. — me expliquei.

— Tudo bem, não foi nada. — sorri amarelo e caminhei até a porta.

— Acho que já passaram os cinco minutos. — bati na porta na esperança de ter alguém ali atrás. — Pessoal? Já podem abrir, já estamos aqui dentro a muito tempo.

Sem respostas.

— PEDROOOOOOOOOOOO — gritei, e de relance, vi o Matheus tapar os ouvidos.

Acho que foi muito alto.

— PRISCILAAAAAAAAAAA — voltei a gritar.

Nada.

Ninguém respondeu.

— Ótimo. Que maravilha! — me recostei na porta. — Ninguém responde.

— Será que esqueceram a gente aqui? — perguntou, nitidamente preocupado.

— Eu mato a Priscila se ela tiver esquecido de mim. — avisei, já tomada pela raiva.

Eles não podiam esquecer de mim. Não agora.

Do nada, tudo ficou escuro e gritos vieram do primeiro andar.

— O que houve? — perguntei, sem enxergar nada.

— Parece que a luz acabou. — respondeu o Matheus.

Tentei caminhar até ele, mas acho que acabei tropeçando em alguma coisa e caindo sobre outra.

— Ai. — gemeu baixinho.

Acho que eu cai em cima dele.

— Foi mal, eu não estava enxergando nada. — me desculpei, sentando em seu colo.

— Não foi nada.

Ficamos por alguns minutos em silêncio naquela posição, parece que na hora eu não notei aonde eu estava sentada.

— Você pretende ficar sentada do meu colo até a luz voltar? — perguntou o Matheus.

Arregalhei os olhos totalmente envergonhada.

— Meu Deus. — levantei o mais rápido que consegui. — Me desculpe, eu não....

— Tudo bem, não precisa se desculpar. — sorri sem graça. Ainda bem que estava tudo escuro, assim tenho a certeza que ele não viu minhas bochechas vermelhas.

O que mais podia dar errado essa noite?

O que estava faltando para esse dia terminar? Já não tive que encarar muita coisa?

Uma claridade atravessou a porta e fez eu fechar os olhos automaticamente.

— Querem mais tempo para namorar?

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próximo capítulo promete mais surpresas para a Melissa

pensando que a noite não pode piorar.... coitada!

Até o próximo capítulo ♡

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