2.7 | Devagar desgraça!

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Melissa Lombardi Moraes

....— E agora nós vamos a pé. — respondeu, me olhando óbvio e começando a caminhar.

Daria 25 minutinhos a pé, andando pela estrada e correndo o risco de um doido atropelar a gente.

Mas que outra alternativa tínhamos?

Eu até tentei fazer sinal para algum carro e pedir uma carona, mas ninguém parou.

Suspirei frustrada e corri até o Matheus, tentando alcançá-lo.

— Que azar viu! O universo está contra mim, tô achando que nasci com a bunda virada para a lua. — disse, exausta.

Eu mal tinha começado a andar e já estava cansada.

Mas há de se conver, eu acabei de sofrer um assalto, eu mereço um descanso, não 2km de asfalto até meu condomínio.

— Falta muito? — perguntei, com a respiração ofegante.

— A gente não andou nem dois minutos Melissa.

— Eu sou sedentária, ok? Preciso parar para respirar. — disse, já parando e vendo ele suspirar perplexo.

— Você não pode está cansada, não é possível. — disse, parando de andar e vindo até mim. — Você está acostumada a só andar de carro e esquece de fazer exercícios físicos?

— Eu faço exercícios físicos. — menti.

Ele começou a ri da minha cara.

— Faz exercícios físicos e começa a andar por dois minutos e já está cansada? — debochou de mim, com um semblante divertido.

— Eu quase morri hoje, fui assaltada e você quer que eu tenha forças para caminhar por esse percurso todo sem reclamar? Desculpa, mas eu não sou você.

— Eu passei por tudo isso e estou ótimo. Eu só quero chegar da minha casa, tomar um banho e deitar, mas para isso você precisa cooperar.

— Pode ir sem mim, eu sei o caminho. — falei, vendo ele me olhar com as sobrancelhas erguidas.

— Ah é? — assenti. — Então tá bom, fica aí pegando ar sozinha.

Assim que ele acabou de dizer isso, voltou a andar em direção ao nosso condomínio. Ele me deixou ali sozinha mesmo.

Olhei para ele andando já bem distante de mim e fiquei admirada com a atitude dele. Que odío!

Eu não ia ficar ali sozinha para ser sequestrada, coloquei marcha e corri até ele.

Parecia que eu estava correndo uma maratona, quando mais eu corria mais longe ficava. Cruzes!

Assim que consegui alcançar ele, meti um tapa na sua cabeça e um chute na sua bunda.

— Você é ridículo! — exclamei, olhando cheia de raiva para ele que mantia uma careta de dor.

— Por que você me bateu? Foi você que disse que sabia o caminho. — se defendeu.

— Foda-se, você não podia me deixar sozinha. Não quando eu acabo de sofrer um assalto. E se eu infarto do nada no meio da rua? Quem iria me ajudar?

— Eu não sou médico, não iria poder fazer nada. — disse.

— Eu odeio você. — afirmei.

Voltei a correr e ouvi a risada dele.

Idiota!

— Espera garota.

[...]

Assim que avistei a entrada para o condomínio, sorri feliz da vida.

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