1.8 | Noiva feliz.

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Melissa Lombardi Moraes

• Dia seguinte, terça-feira.

Eram oito horas da manhã, tinha acabado de tomar meu café e agora estava me arrumando para ir tirar as fotos.

Contra a minha vontade, lógico.

De acordo com minha mãe, iriamos para um sítio da família do Matheus. Ela disse que lá e simplesmente divino e vai dar fotos incríveis.

Não sei como isso será possível, mas ok.

Acabei de vestir minha roupa e desci com o vestido em mãos, só iria vesti-lo quando chegássemos lá.

— Você também vai, Felipe? — perguntei para meu irmão assim que vi ele descendo os últimos degraus da escada.

— Infelizmente sim. — ele cruzou os braços. — Esqueceu que sou o padrinho?

— Não, não esqueci. — disse sem dar muita importância para ele e continuei com a minha cara de bunda enquanto encarava o chão.

Minha mãe, que estava saindo do escritório, caminhou até mim e pegou o vestido da minha mão. Sem dar pelo menos um bom dia ou um oi seco.

— Coloca no carro Marta. Toma cuidado. — ela entregou para a empregada que logo saiu de casa com o vestido em mãos.

— Vou chamar o pai de vocês para irmos logo. — disse e voltou para o escritório, deixando eu e o Felipe sozinhos novamente.

— Por que para ela as coisas parecem tão fáceis? — perguntei, não sabia como minha mãe podia ser assim, uma pessoa tão fria.

— Não sei, você não conhece a mãe que tem?!

— Infelizmente sim.

— É, ela é amargurada, alguma coisa nada boa aconteceu na infância dela e ela desconta tudo na gente. Certeza. — fez uma suposição, que ao meu ver, fazia muito sentindo.

Concordei meio pensativa e pronta para fazer perguntas sobre o que ele achava que podia ter acontecido, ele não falaria isso para mim do nada. Alguma coisa ele deve saber.... ou desconfiar.

Mas não foi possível. Mamãe saiu do escritório junto do nosso pai e veio até nós, como se fossem um casal feliz prontos para saírem com seus filhos e mostrar para todos que éramos uma família feliz. Mas de feliz não tem nada.

Em um carro, o motorista levaria meus pais e meu irmão. Só que eu não iria com eles, já que a Priscila também iria com a gente, decidi ir com ela. E ainda bem, não iria aguentar ficar no mesmo carro que meus pais por muito tempo.

Levou uma hora e meia para chegarmos no tal sítio, o tempo só passou rápido porque fomos cantando e conversando o caminho todo.

Isso me fez até esquecer da sessão de fotos.

Ok. Agora lembrei de novo.

Entramos na propriedade do sítio e a Priscila estacionou o carro em baixo de um pé de manga, na sombra.

— Torce para nenhuma manga cair e amassar o teto do seu carro. — zoei ela, que me lançou um olhar preocupado.

— Você acha que é perigoso deixar aqui? — perguntou, repensando no ato que tinha acabado de fazer.

Tanto lugar para ela estacionar e ela estaciona aqui? Mas é doida mesmo....

— Priscila, tem uma garagem bem ali na frente e cabe uns seis carros, pode colocar o seu lá.

— Ah claro, você que manda, estava quase me esquecendo que você será a dona disso tudo. — dei um beliscão no braço dela, fazendo ela dar um grito de dor.

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