4.7 | Eu venho da parte do Matheus!

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Melissa Lombardi Moraes

— Eu não estou com ciúmes.

— Claro que não. — ele não estava olhando para mim, tinha um livro em mãos e sua atenção estava nele.

— Por que eu teria ciúmes de você? Não tenho motivos para isso. — menti, porque eu estava morrendo de ciúmes. Mesmo isso sendo bem difícil de admitir.

— Não está parecendo.

— Você ama ela? — esse pergunta escapuliu da minha boca, eu juro.

— O que? — olhou para mim levemente surpreso, deixando o livro de lado.

— Você ama essa mexicana? — perguntei.

Ele parecia ter entrado em um transe, seus olhos estava meio tristes e o corpo trêmulo.

— Me responde. — exigi.

— Amo. — respondeu.

Isso foi como uma facada no coração. Por que eu fiz mesmo essa pergunta?

Dei um passo para trás, já sentindo as lágrimas se acumularem no meu olho.

— Você está bem? — perguntou, levantando da cama e vindo até mim. — Melissa, você está pálida. O que está acontecendo?

— Nada. Eu estou bem. — menti. Meu corpo estava fraco, meu peito doia e se formou um nó na minha garganta. Eu quero muito chorar.

— Você não está nada bem. Vamos para o hospital. — disse, me segurando pelo braço e tentando me carregar para fora do quarto.

— Eu não quero ir para um hospital. Eu estou bem. Por que você não vai ver se essa mexicana está bem? Ela deve está sentindo sua falta, e você a dela. Me deixa em paz Matheus. — gritei a última frase, correndo para fora daquele quarto.

Bati a porta do meu quarto e deixei na minha cama, abraçando o travesseiro e deixando as lágrimas molharem a fronha.

Então é esse o sentimento de ter o coração partido? Porque parece que o meu foi quebrado em mil pedacinhos.

Não era para isso ter acontecido. Não era para eu ter me apaixonado. Não era para eu ter me apaixonado por uma pessoa que ama outra.

Que ódio que eu estou da Priscila. Por que eu fui ouvir ela?

Eu estou com ódio de todo mundo. Da minha mãe, por ter feito eu casar com esse garoto; da Priscila, por ter me convencido a falar com o Matheus sobre a merda daquela carta; e principalmente do Matheus, por ter destruído toda a minha estabilidade emocional — a qual eu já não tinha.

Eu não sei quando tempo fiquei naquela posição chorando, mas em algum desse momento eu acabei pegando no sono e não vi mais nada.

[...]

Acordei com a cara toda amassada e cheia de olheiras. Estava acabada, literalmente.

Levantei e fui direto para o banheiro tomar um banho, isso era tudo que eu estava precisando.

Quando a conta de luz chegar eu vou tomar um susto porque eu fiquei mais de duas hora debaixo daquele chuveiro. Acho que estava esperando todos os meus problemas descerem pelo ralo.

Que se dane! O Matheus paga a conta já que foi ele que fez eu ficar dessa maneira.

Não quis secar meu cabelo, só penteei ele mais ou menos, coloquei um blusão com um short de moletom e sai do quarto. Não queria ver o Matheus, mas não vou ficar com fome só por causa dele.

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