2.2 | Você está feliz?

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Melissa Lombardi Moraes

— Querem mais tempo para namorar? — falou o Pedro assim que passou pela porta com uma lanterna em mãos.

Revirei os olhos e caminhei em sua direção.

— Por que demorou tanto? — perguntei assim que cheguei perto dele. — Era cinco minutos, não uma hora.

— Sinto muito, mas começou a trovejar e a chover, a luz acabou e esquecemos de vocês. — contou. Olhei para ele com os olhos semicerrados.

Que desculpa mais merda.

Revirei o olhos e sai dali, mas antes roubei a lanterna que ele segurava.

Achei todos na sala sentados no sofá enquanto conversavam, tinha velas espalhadas pela casa toda e umas lanternas. Fiquei surpresa em saber que eles não tinham um gerador, afinal, dinheiro para isso não faltava.

— Podemos ir embora? — perguntei, trazendo a atenção de todos até mim.

— A chuva está forte Melissa, é perigoso pegar a estrada essa hora e com essa chuva. — respondeu a Cecília. O jeito doce dela falar, a calma que ela tem me irritava as vezes.

— E o que vamos fazer? Dormir aqui? — fui sarcástica.

— Exato. — arregalhei os olhos.

— Oi? O que? Como assim? Dormi aqui? — me apavorei, isso só pode ser uma brincadeira de muito mais gosto.

Isso está fora de cogitação!

— A Cecília e o Rafael chamaram a gente para ficar aqui, eu e o seu pai concordamos, a estrada está muito perigosa. — disse minha mãe. Ela tinha um olhar sinico, não duvido nada que tudo isso tenha sido planejado por todos eles.

Não que eles tinham o poder de fazer chover, mas eles poderiam ter feito a dança da chuva, sei lá. Eu sabia que não poderia fazer nada, eles não deixariam eu ir sozinha com a Priscila.

Odeio admitir isso, mas eles tinham razão, parece que o mundo está caindo lá fora, ir embora agora seria muito perigoso.

Suspirei levemente frustrada e me sentei do lado da minha prima.

[...]

02:30

Duas da manhã e essa sede da porra!

Olhei para o lado e vi que o jarro de água que tinha enchido já estava vazio. Merda! Eu bebi tudo.

Me levantei da cama devagar para não acordar a Priscila e caminhei até a cozinha. A chuva estava mais calma, os trovões tinham acabado e o silêncio da madrugada me fazia bem.

Abri a geladeira e retirei uma garrafa d'água, enchi meu copo e bebi o líquido que contia ali. Deixei o recipiente sobre a pia e me virei para ir embora.

Mas como tudo conspira contra mim, assim que me virei dei de cara com o Matheus me encarando.

— Ai caralho! — levei a mão ao peito com o susto. — Que me matar do coração? — perguntei, com a respiração descontrolada.

— Me desculpe, eu não queria assustar você. — admitiu, parecendo preocupado. — Eu só vim beber água.

— A cozinha é toda sua. — sorri forçado e comecei a caminhar de volta para o quarto.

— Melissa — me chamou baixinho, parecendo duvidar se era certo me parar no meio da noite para falar seja lá o que for.

Parei antes de chegar na porta da cozinha e me virei, encontrando seus olhos esverdeados.

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