Melissa Lombardi Moraes
...— Estão querendo ir para casa aprontar, não é?
— O que? Não. — respondi apressadamente.
Fotógrafo abusado!
— É só a ansiedade para o casamento. — disse o Matheus, fazendo meus pensamentos ficarem mais confusos do que já estão.
— Na verdade, não é bem ansiedade, é só medo de pegar a estrada muito tarde. — falei, e recebi um olhar mortal da minha mãe.
— Não seja por isso minha querida, temos muitos quartos aqui no sítio. — Cecília falou num tom convidativo.
Só faltava eles inventarem de dormir aqui agora.
— Ah não! — neguei, balanço a cabeça. — Quer dizer, eu prefiro minha cama.
— Vocês que sabem, mas se quiserem ficar, o convite está feito. — dei um sorriso falso.
— Mas me desculpe, eu fui intrometido. E vocês já falaram que só vão ter relações depois do casamento, são religiosos. — disse o fotógrafo fazendo todos que estavam presentes ali rirem, menos eu e o Matheus.
Só nos encaramos envergonhados, eu estava a um passo de voar no pescoço desse fotógrafo sem nome.
Qual era o nome dele? Ninguém me disse o nome dele.
— Religiosos? — perguntou o cunhado do Matheus, quase morrendo de tanto rir.
— Sim, religiosos. — respondi séria. Ele deve ter ficado com medo pois rapidamente, engoliu a risada e secou a lágrima que escorreu enquanto ria.
Depois disso foi um silêncio só, acabamos de comer e, em menos de minutos, já estávamos na sala.
Os pais do Matheus inventaram de ir jogar baralho com os meus pais, agora estão lá na varanda jogando enquanto o resto do pessoal está aqui sentado no sofá da sala. Eu mereço.
É pedir demais a minha cama?
As únicas pessoa que conversavam ali eram as irmãs do Matheus, o cunhado, o primo, meu irmão e a Priscila.
Eu estava me sentindo desconfortável com aquilo tudo, e o Matheus não parecia muito diferente.
O fotógrafo já tinha ido embora, depois de piadinhas, eu quase matei ele. Nisso ele ficou com medo e foi embora o mais rápido possível.
— Que tal uma verdade ou consequência?— sugeriu o Pedro.
— Eu topo. — responderam todos, excluindo eu.
— Não obrigada. — fui a única que neguei e, por isso, recebi olhares repreensivos e zangados.
Esse jogo não é muito confiável. Eu li after.
Só Deus e a Priscila sabem o que eu já passei nesse jogo, eu sempre me dou mal. Então prefiro ficar só olhando.
— Ah não! Assim não tem graça, você é a noiva, tem que jogar. — argumentou o Pedro. — Anda.
Argumento bosta!
— Eu prefiro fic...
— Jogar. — completou a Eduarda, me impedindo de terminar a frase. — Vem Melissa, é só um jogo.
Eles não vão desistir, não é?
Dei-me por vencida e me sentei do lado da Priscila e do Felipe, na rodinha que eles tinham formado.
E lá vou eu acabar com o resto da minha dignidade.
— Eu começo. — gritou o Pedro girando a garrafa.
A garrafa parou para a Eduarda e para a Priscila. A Eduarda pergunta, e a Priscila responde.
— Verdade ou consequência? — perguntou.
A Pri parou para pensar e respondeu:
— Verdade.
— É verdade que você quer ficar com alguém dessa roda? — perguntou, sem enrolação. Parecia que ela já tinha pensado na pergunta desde cedo.
A Priscila congelou, estava altamente apavorada.
É errado querer rir? Porque eu estou me segurando muito para evitar isso.
Isso é de muita maldade da minha parte.
— É.... sim. — respondeu rápido, suas bochechas pareciam dois tomates.
Todos encararam ela curiosos, querendo saber quem era o sortudo. Ainda bem que ela é minha prima e me conta tudo.
— Gire a garrafa Priscila. — disse, interrompendo cada um ali de fazer alguma pergunta para ela.
Ela me encarou e sorriu agradecida. A Priscila girou a garrafa que, lentamente, parou e quase fez eu ter um troço.
Pedro pergunta para mim.
Eu quero morrer! Esse menino não tem cara que alivia nas perguntas ou nos desafios.
— Verdade ou consequência? — perguntou, com um sorriso animado no rosto.
— Consequência. — não sei porque disse isso, mas na hora parecia ser a melhor opção.
Sei lá, se eu falasse verdade ele podia perguntar sobre meus sentimentos pelo Matheus. Não sei o que poderia dizer sobre isso, não ia querer ser grossa e magoar os sentimentos dele. E nem sei se conseguiria ser sincera.
Mas se bem que, agora ele pode mandar eu beijar ele... pura que pariu, eu não quero beijar ele.
"Deus, me ajuda, coloque juízo na cabeça do Pedro e faz ele perguntar uma coisa bem leve", rezei mentalmente.
Mas também, é só eu usar a desculpa que sou religiosa, pronto.
O Pedro sorriu sapeca, pela cara dele, coisa boa não vinha.
— Cinco minutos trancada no quarto com o Matheus. — jogou, fazendo todo mundo sorrir animado junto com ele. Eu arregalhei os olhos e meu coração parou, junto com minha compreensão.
Será que eu ouvi certo?
Filho da pu...
Por que eu não escolhi verdade? Eu sou muito burra mesmo.
— Por que tem que me colocar no meio da consequência? Isso é para ela, não para mim. — reclamou o Matheus fazendo eu concordar.
E ele não tinha razão?! Para quê colocar ele no meio da consequência? Ele não fez nada.
— Vai logo, gente. É só cinco minutos. — disse a Priscila.
Que desgraçada! Eu ajudo ela e ela faz isso? Bela prima a minha.
— Por que você não fica cinco minutos com o Pedro trancada no quarto? — perguntei olhando para ela.
Ela arregalou os olhos e ficou vermelha de vergonha. 1X1.
É porque ela é minha prima viu, imagina se fosse minha inimiga....
— Porque o desafio foi para você, não para mim. — revirei os olhos.
Por que eu aceitei participar desse jogo em? Se arrependimento matasse eu já teria morrido.
Agora era uma ótima hora para morrer engasgada com a saliva.
Me desejem sorte!
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prontos para o próximo capítulo?
preparem-se pois daqui para frente e só.....
Até o próximo capítulo ♡
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Casamento Arranjado | ✓
Fanfiction❥ Sipnose ↳ Melissa Lombardi Moraes, uma mulher com um padrão de vida alto, mas que não quer viver as custas dos pais para sempre. Ela só quer se formar e construir seu futuro sozinha, subindo cada degrau por mérito próprio. Mas parece que nada...