- Capítulo 27 -

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A pesada porta de ferro do bunker se abriu e todos pareciam desesperados para sair, empurrando uns aos outros como formigas transitando para fora de um formigueiro

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A pesada porta de ferro do bunker se abriu e todos pareciam desesperados para sair, empurrando uns aos outros como formigas transitando para fora de um formigueiro. Não eram tantas pessoas, mas igualmente era difícil que todos passassem ao mesmo tempo pelo vão de entrada. Àquela altura, eu já tinha perdido de vista Joey, Ben e Dener. Não sabia se eles já haviam saído ou se estavam sendo empurrados pelos outros pelo corredor.

Ao meu lado, senti William segurando minha mão, e por um breve momento me perguntei se a porta iria fechar com as pessoas que eu amava lá fora e ele não me deixaria sair. Me perguntei se ele seria capaz de me enganar e trair dessa maneira, mas depois de tudo que passamos eu quis confiar que também sairíamos atrás deles, e que ele nunca tinha dado nenhum sinal de que faria algo contra a minha vontade.

De onde estávamos, lá em baixo, pude ver o rosto de Brian, que parecia tenso e preocupado.

— Você tem certeza que é isso que quer? — William perguntou em tom baixo ao meu lado.

— Eu só não quero perdê-los.

— E você não vai. Mas pode encontrá-los depois, em segurança.

— Por favor, não me faz ter essa escolha. Eu vou me culpar pra sempre se algo der errado. — Prendi os lábios. Meu coração estava acelerado e minhas mãos trêmulas. Era apenas mais um dos momentos da minha vida em que senti um medo descomunal, eu não conseguia fazer nenhuma comparação e definir qual foi o pior.

Só queria acreditar que aquela seria a última vez que eu passaria por algo parecido, e que finalmente chegaria o tempo de bonança após a tempestade.

— Tudo bem. — William respirou fundo. Eu sabia que não era aquela a opção que ele queria, mas também não estava obrigando-o a ir comigo. Foi uma escolha dele.

— E você sabe que também pode me encontrar depois. — Falei, me referindo ao fato de que, se ele quisesse, nada o impediria de ficar no bunker e me deixar ir.

Ele passou a língua entre os dentes. — Não vou correr o risco.

Em outro momento eu sorriria ao ouvir aquilo, mas eu estava apavorada demais para sentir borboletas no estômago.

As pessoas finalmente foram liberando o corredor e nós começamos a subir, por fim.

— William, você sabe que está cometendo uma burrice, não sabe? — A voz de Connor o fez parar no meio do caminho, e eu também virei pra trás.

— Muito obrigado pela preocupação, mas é o que preciso fazer agora. — E eles tiveram uma troca de olhares um tanto enigmática que me fez questionar, por um momento, se havia algum significado a mais que eu não sabia. Mas não quis encanar com nada daquilo.

Todos os membros da corporação pareciam tristes com a decisão de William, o que me fazia pensar que a ideia de sair do bunker antes do aval de fora parecia suicídio coletivo; mas, por outro lado, também pareciam orgulhosos e esperançosos, e eu queria acreditar que aquilo era um bom sinal.

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