- Capítulo 16 -

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— O que quer dizer com isso? — Perguntei depois de passar alguns segundos encarando o que agora havia descoberto ser um mapa

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— O que quer dizer com isso? — Perguntei depois de passar alguns segundos encarando o que agora havia descoberto ser um mapa.

William suspirou e sentou-se no chão, com as costas apoiadas na mesa de centro e a pouquíssimos centímetros das minhas pernas.

Retraí-me um pouco, o que o fez me encarar intensamente.

— Sea, me desculpe, mas eu não posso compartilhar segredos de Estado com você se não consegue nem mesmo ficar no mesmo cômodo que eu sem dar um ataque de nervos! Olha isso... Que absurdo! Você está se afastando de mim a cada movimento que faço, eu não posso nem mesmo olhar pra você que já está se borrando de medo! Me diga: o que te fiz para que ficasse nesse estado?

Como já havia percebido antes, William parecia afetado com cada uma das minhas reações, mas a verdade é que eu, definitivamente, não estava querendo provocá-lo com isso.

Continuei apenas olhando em seus olhos, já que não sabia como explicar o que eu estava sentindo.

— Olha aqui... — Repentinamente, ele então se ergueu sobre os joelhos e senti seu tórax encostar nas minhas pernas.

Gelei.

Ele segurou firmemente minhas duas mãos, e não me deixou puxá-las de volta quando tentei.

— Eu não sei que tipo de cara você pensa que eu sou. E eu não saberia, agora, te pedir desculpas pelo que venho fazendo que tem te deixado tão assustada, porque eu não faço ideia do que seja. Mas durante o trabalho eu realmente preciso assumir uma postura mais dura e agressiva, eu não posso deixar que nada saia do controle, Sea, e desde que isso aconteceu, eu mal tenho dormido de noite, fico estudando e estudando formas de me comunicar com nossos superiores e saber o que precisamos fazer para sair dessa situação, fico estudando o revelo e qualquer meio alternativo de resolver esse problema.

Ele parou de falar por uns segundos e tive a impressão de sentir suas mãos tremendo. Mesmo assim, eu estava atenta a cada palavra.

Eu não queria me deixar vencer por seu discurso e baixar a guarda, mas, ao mesmo tempo, era tão difícil ouvi-lo e não acreditar em cada palavra que saía da sua boca! Tudo parecia intenso e sincero demais, e no fundo eu queria acreditar, queria ouvi-lo, queria estar perto. Eu só não sabia por que, dentre todas aquelas pessoas, ele tinha escolhido justo — e apenas — eu para saber de tudo isso.

O que ele esperava, afinal? Que eu tivesse uma mente brilhante e magicamente tomasse uma atitude que livrasse a todos nós?! Caramba, eu tinha acabado a escola há três meses e nem mesmo tinha certeza de que faculdade eu faria! Eu não era a pessoa adequada para ouvir tudo aquilo. Não mesmo!

— Eu não tenho tido paz em nenhum momento, Sea! Você sabe o que é o peso da cidade inteira sobre suas costas?! — Ele então soltou minhas mãos lentamente e voltou a sentar-se no chão, encostado na mesa de centro! — Às vezes eu esqueço quem realmente sou. — E agora ele não estava mais olhando pra mim e nem mesmo se interessava em ter minha atenção. De repente era como se ele só precisasse desabafar.

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