- Capítulo 10 -

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Ainda estava de olhos fechados quando ouvi alguém falando perto de mim - ou comigo

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Ainda estava de olhos fechados quando ouvi alguém falando perto de mim - ou comigo.

- Bom dia, senhorita Sea Abrams, eu até diria que o sol está raiando animado lá fora, mas daqui não dá pra ver o sol, então... Bom, insignificante, eu sei, eu só não tenho um assunto certo... Fico inventando qualquer coisa, e... - Passou uns segundos calado. - É, pareço um idiota falando sozinho! - Concluiu, por fim, depois de soltar um suspiro.

Era uma voz masculina e ele continuava a conversar comigo, como se a qualquer momento eu fosse responder! Estava me perguntando se eu deveria mesmo respondê-lo ou se ele estava tendo algum tipo de monólogo. Decidi continuar atenta à sua fala.

- Já faz seis dias que nós nos conhecemos, ou melhor, que eu te conheci, o que significa que você está em coma há oito dias, mas quer saber de uma coisa? Eu continuo te considerando uma garota muito esperta, forte e determinada! Não faço ideia de como deve ser sobreviver a um apedrejamento natural, mas, logicamente, não deve ser nem um pouco legal!

Enquanto ele falava, eu ouvia alguns barulhos que não conseguia identificar de onde provinham, mas estava muito mais interessada em seu discurso do que nos barulhos ao redor. E, ao mesmo tempo em que o escutava, tentava entender o que estava acontecendo comigo e onde eu estava.

Coma? Determinação? Apedrejamento natural? Do que ele estava falando?!

- A Abby, eu e você conseguimos alcançar uma grande melhora! Tenho certeza que você vai ficar muito feliz quando acordar! Pelo menos por estar viva, já que as coisas lá fora estão tão caóticas... A propósito, nós estamos tentando dar um jeito nisso, eu juro! É uma história longa e complicada, e pra ser sincero eu não sei qual será o fim, mas também estamos muito determinados em conseguir nos tirar dessa situação! Com o bloqueio físico e digital ao qual estamos submetidos está bem mais difícil, mas nós vamos dar um jeito, é isso... Tenho certeza! Ou não, sei lá... É uma droga mesmo!

Ainda sem abrir os olhos ou me mexer e apenas me atentando às orações formadas por ele, eu tentava fazer algum tipo de introspecção pro passado e tentar entender o que estava havendo. Era simplesmente como pegar uma tela em branco e adivinhar o que estava desenhado ali. Eu não sabia o que tinha acontecido comigo, não reconhecia a voz que eu escutava, não reconhecia os sons, os cheiros e não havia nenhuma memória recente suficiente que me proporcionasse qualquer tipo de alocamento.

- Mas vamos voltar ao que interessa, não é? Acho que você não deve estar muito animada em ouvir as histórias malucas de um jovem cientista! - Quando ele terminou essa frase, senti sua presença próxima a mim, e então sua voz ficou mais alta na frase seguinte.

- Bom, a pigmentação da pele do seu rosto já está quase no tom natural, apenas um pouco avermelhado... - E então o senti segurar meu queixo, virando meu rosto para a lateral. Seu toque era frio e eu senti os pelos dos meus braços arrepiarem. Logo em seguida, senti algo gelatinoso ser espalhado na minha têmpora direita, o que me causou mais frio ainda. Senti como se algo corresse pela minha espinha e meu corpo fez um espasmo automático que não consegui controlar! Foi como levar um susto inesperado.

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