- Capítulo 4 -

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Dener estava me encarando com os olhos vermelhos e inchados

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Dener estava me encarando com os olhos vermelhos e inchados.

- Sea! - Ele gritou, aproximando-se.

Meu processamento estava lento e eu tentei me situar com o tempo e as coisas ao meu redor.

Estava respirando com os lábios entreabertos, mesmo antes de me dar conta de que meu nariz estava completamente congestionado.

Movimentei o rosto devagar para perceber que Joe estava ao lado do meu irmão, e o Benjamin, do lado direito do meu corpo.

Tudo estava escuro e quieto, e eles me olhavam apreensivos, como se eu devesse fazer ou dizer algo, necessariamente.

Talvez por não estar entendendo bem o que estava havendo e por que eles três estavam em cima de mim como leões monopolizando sua caça, fiz a pergunta mais óbvia naquela circunstância (na verdade, nem era assim tão óbvia). Ou melhor, desejei fazer.

Assim que tentei liberar a primeira palavra de dentro de mim, comecei a tossir. E a minha garganta estava queimando!

- Tem água aqui, Sea! - Ben ergueu um copo de plástico pra mim depois de uns segundos.

Apoiei minhas palmas no chão para erguer meu corpo e Joe me ajudou, foi quando percebi que nós estávamos em cima de um grande edredom estendido sobre uma parte do solo longe dos pedregulhos.

Nesse momento, minha memória deu um estalo e eu me dei conta do que tínhamos passado: o terremoto. Só não sabia exatamente em que local estávamos ou quanto tempo havia se passado desde a fatalidade.

Segurei o copo e levei-o até minha boca. A água não estava nem um pouco gelada, mas trouxe um refresco instantâneo para minha garganta seca. Me senti em um oásis naquele momento. Até porque, se pensássemos bem, estávamos quase em um deserto. Um deserto cheio de entulhos e histórias destruídas. Um deserto criado por um ferrenho e avassalador desastre natural, uma tempestade de areia.

Respirei fundo (finalmente).

- Onde nós estamos?

Joey suspirou.

- Em algum lugar não identificável de Borderglide. Não sei!

- É, a internet não funciona!

Franzi as sobrancelhas e tentei não me preocupar com aquilo no momento. Era o menor dos meus problemas.

Ou, pelo menos, eu achava que era.

Parei meus olhos no Dener e meu coração se acalentou simplesmente por vê-lo.

- Vem cá! - Chamei-o e abri os braços para ele. Ele não esperou nem um segundo para se derreter no meu abraço. Fechei os olhos e apertei minha bochecha contra a sua, sentindo a vida que havia dentro dele. - Como você está? - Perguntei e o ouvi suspirar.

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