Depois que um grande fenômeno explosivo destrói metade da região de Borderglide, Sea, Joey e Benjamin precisam unir as forças e sobreviver à nova realidade, onde imperam a fome, a solidão, o desespero e, sobretudo, o caos.
Para onde ir quando tudo...
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William – 1 semana depois
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Eu estava com a cabeça encostada no vidro que me separava dela. Aquilo estava cada vez mais difícil, ainda mais quando eu só podia vê-la de longe, tão frágil, tão pequena, tão... Sozinha.
Me forçava para que não deixasse ainda mais lágrimas caírem na frente de todo aquele movimento de pessoas ao meu redor. Eu queria quebrar as regras, abrir a porta ao meu lado e correr até ela... Dizer que eu estava ali, que nunca saí do seu lado, que estava defendendo-a e lutando por ela a cada dia. Queria dizer que a amava e que ela precisava sair daquele lugar para casar comigo.
Mais uma vez, me senti impotente. Até quando eu ficaria naquela posição de expectador?
Virei-me contra a parede de vidro e esperei que alguém da equipe médica passasse por perto.
— Oi, com licença! — Me aproximei. — Será que eu poderia entrar só por alguns minutinhos pra falar com ela? Já faz semanas que ela está aí sozinha, e eu quero dizer que ainda estou aqui.
A enfermeira ficou me olhando com pesar e respirou fundo.
— Eu não tenho autorização pra permitir sua entrada, sinto muito.
Passei uma das mãos pela boca e dei uma volta.
— Eu só quero que ela ouça minha voz... Pelo amor de Deus, me ajuda com isso! Tem que ter algo a fazer... Ela está aí há dois meses! Você não sabe o que é passar dois meses completamente sozinha!
Ela estava com uma expressão triste e compadecida, e depois de uns segundos olhou ao redor e me puxou com ela ao longo dos corredores do andar em que estávamos.
— Ok... — Ela disse, mais para si mesma do que pra mim, assim que entramos em um pequeno almoxarifado. — Vou pegar um uniforme descartável pra você. Que tamanho usa?
— Grande.
— Certo. — Ela moveu alguns uniformes de lugar e logo me entregou um, na cor verde clara.
