Depois que um grande fenômeno explosivo destrói metade da região de Borderglide, Sea, Joey e Benjamin precisam unir as forças e sobreviver à nova realidade, onde imperam a fome, a solidão, o desespero e, sobretudo, o caos.
Para onde ir quando tudo...
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William
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Selena estava, por Deus, abrindo os olhos. E depois de dois meses sem vê-los eu mal podia acreditar na cena à minha frente. Me sentia nervoso e eufórico ao mesmo tempo, e podia sentir minha pele gelada e trêmula.
Do outro lado do leito estavam Brian e Dener; mais atrás de nós, o dr. Kildman, a dra. Nancy, o dr. Austin e Emmelyn, a enfermeira que eu havia conhecido dois dias atrás, quando ainda estava em meio ao sufoco e ao desespero de perdê-la.
O movimento de suas pálpebras era lento e ela parecia muito incomodada com a claridade do ambiente, o que me deixou com vontade de apagar todas as luzes, mas, por não ser nem um pouco sensato, guardei minhas opiniões.
Busquei suas mãos mesmo sabendo que ela não iria me sentir, e a cada segundo meu coração acelerava mais.
— Sea? — Chamei-a, mas ela não pareceu ouvir. Todos pareciam tensos ao meu lado.
— Pode me ouvir? — Tentei novamente, mas ela estava... Distante.
Apesar de estarem abertos, ela não parecia focá-los em mim ou em qualquer outra pessoa em específico.
Virei o rosto na direção dos médicos esperando que eles entendessem meu pedido de socorro. O que significava aquilo?
— Oi? Selena? Está se sentindo bem? — Perguntei outra vez, mas nem mesmo um traço do seu rosto se moveu, e mais alguns segundos de silêncio entre suspiros e fungadas se estendeu.
— Tudo bem, pessoal, que tal darmos um tempo pra ela? — O dr. Kildman se manifestou e, no fundo, eu agradeci, pois de fato não fazia a menor ideia do que fazer.
Apesar disso, permanecemos parados e calados onde estávamos.
— Precisamos lembrar que ela passou dois meses sedada, e todo o seu corpo e cérebro passaram muito tempo descansando. Não podemos esperar que ela acorde da forma que estava antes. Pode levar um tempo... — Ele suspirou, e eu podia jurar que estava se desfazendo de compaixão por nós. — Vão pra casa. Vocês estão praticamente morando aqui há dois dias! Tentem se alimentar bem, tomar um banho, descansar e relaxar um pouco. Já está de noite e será bom pra vocês. Amanhã vocês voltam e poderão estar com ela outra vez. Enquanto isso, nós iremos fazer alguns testes básicos iniciais e observar como ela vai se comportar nas próximas horas.
