1 - Vladislav

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Vladislav

Estava na área de spa da minha casa recebendo uma massagem, meu massagista tocava exatamente nos meus pontos de maior tensão me fazendo sentir um alívio absurdo, minha vida era uma vida de estresse, eu necessitava dos meus momentos de relaxamento. Deixei a essência de flor de laranjeira que vinha das velas adentrar meu corpo, absorvendo os minutos raros de tranquilidade. Dizer que era paz já era demais, era uma palavra que não entrava em meu mundo.

Tanto que para eu receber uma simples massagem o massagista precisava ser revistado à entrada, eu não podia confiar dar minhas costas a ninguém.

A massagem acabou e, com a toalha em volta da cintura, saí para nadar, percorri a piscina até meu corpo chegar a exaustão, depois fui ao banheiro do espaço mesmo e tomei um banho. Havia alguns ternos no armário do spa e escolhi um. O vesti depois de me secar e penteei meu cabelo cacheado para trás usando gel para mantê-lo domado.

Já protegido com minhas armas saí do ambiente. Ninguém se atrevia a me incomodar ali, por essa razão eu ficava cerca de três horas do dia naquela parte da casa, treinando, recebendo minhas massagens ou simplesmente nadando, era o tempo que eu dedicava ao meu corpo e mente.

Sempre com minhas armas por perto, não me sentia a vontade de ficar sem elas. A qualquer momento poderia haver um ataque. Não que eu não pudesse me valer da minha força física, que estava em ótima forma, no entanto quem conseguisse adentrar a fortaleza que construímos, vinha armado com mais munição que o exército dos USA, com os anos e inimigos só aumentando, havia reforçado a segurança da mansão.

Ainda assim as traições poderiam vir de dentro de casa mesmo. Já aconteceu algumas vezes desde que entrei no comando. Lógico que os miseráveis haviam pago de formas inenarráveis pela audácia.

Não poderia dizer que éramos uma família, mas quem estava sob meu teto tinha minha proteção. Comigo, na minha fortaleza moravam alguns parentes e meu exército de homens se acomodavam no ambiente para nossa proteção.

Outra parte se dividia nos negócios.

Saí e dei de cara com meu "braço direito". Ele não era meu amigo, pessoas como eu não tinham amigos, entretanto era uma pessoa que tinha feito por merecer o posto que tinha.

— Keira já o está esperando e os homens a postos, chefe. — Assenti.

Iríamos a um evento beneficente. Para o mundo eu era um empresário, não que isso não fosse verdade, porém empresário de um ramo mais, digamos: obscuro. Mas claro que ninguém se atrevia a dizê-lo, todos sabiam que eu era mafioso, mas não se comentava; jornalistas, políticos e até mesmo empresários "normais" ninguém se atrevia a mexer com organizações tão poderosas.

Por essa razão eu era chamado a esse tipo de evento, convidado a participar e doar, para mim era só um meio de obter boas conexões.

Minha prima após saber que eu iria tinha insistido para que eu a levasse.

Quando cheguei à sala ela se encontrava pronta, vestida num justo vestido branco, a festa era cedo, mais como uma espécie de chá da tarde, eu tinha optado por me vestir em vários tons de azul, terno azul turquesa, como meus olhos, gravata num tom escuro e camisa clara.

— Você está maravilhoso, Vladislav. Não diz nada de mim? — Deu uma rodada.

— Bem como sempre.

— Homens! Sempre tão básicos nas palavras.

— Eu diria objetivo. Vamos. — A chamei e andei na frente.

Dark lifeOnde histórias criam vida. Descubra agora