23 - Parte 2

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Enquanto saíamos procurei para ver se via meus homens, porém não, não havia rastro dos dois, saímos por uma outra saída mais discreta e entramos no carro. Ele foi o caminho inteiro em silêncio, porque havia homens sentados ao nosso lado na limusine.

Quando chegamos à casa enquanto eu passava todos me olhavam de forma hostil. Principalmente sua prima, ela primeiro demostrou surpresa ao me ver, depois ódio cru. Ele me levou para o quarto que eu costumava ficar fechando a porta.

Eu comecei a chorar automaticamente.

— Por que quis voltar?

— Você ia me pegar de qualquer jeito.

— Eu ia.

— Mas por que facilitou para mim? Seu tio te usou de isca para tentar me pegar?

— Meu tio nunca faria isso.

— Então por quê?

— Evitar mais sangue, mais guerra.

— Para protegê-lo. — Concluiu.

Ele começou a tirar o blazer e a camisa e eu me abracei.

Quando estava sem camisa veio até mim. Me encolhi mais.

Ele segurou no meu queixo.

— Você está de volta, Benedetta, minha Benedetta, até que a morte nos separe. —  Falou com um brilho de possessividade nos olhos que consegui ver mesmo através dos meus olhos alagados.

Ele me abraçou. Abraçou tão forte que me tirou parte do ar, fiquei dura sem reação sem entender nada.

Após um longo abraço desesperado ele se afastou um pouco.

— Olhe para mim — mandou de forma agressiva. Imediatamente encontrei seu olhar, que se deslocou para seu abdómen onde havia uma cicatriz recém-sarada.

— Apesar de estar satisfeito com seu regresso, esposa, temos contas a ajustar. Veja o que fez comigo, a cicatriz que me deixou. Foram meses para me recuperar, meses de dor, raiva e impotência.

Enquanto ele dizia isso puxava o cinto da calça.

— Eu não quis... — tentei me desculpar, temendo pelo que iria acontecer.

— Você quis, não minta que será pior para você, quis e muito. Terá que ser punida.

— Por favor não.

— Não há súplicas que vão te livrar da surra que vou te dar, só vou parar quando seus gritos me fizerem esquecer do que passei.

— Vladislav.

— Não corra que será pior. Sabe que odeio a caça.

— Por Deus, tenha piedade!

— Só faça algo se estiver disposta a aguentar as consequências.

Eu recuei caindo na cama, colocando os joelhos diante da barriga, foi instintivo, eu não me importava com aquela criança com o sangue ruim dele.

Eu imploraria mais se soubesse que iria pará-lo, mas eu sabia que nada me faria escapar daquela surra. Talvez minhas súplicas até o estimulasse mais.

— Se isso não me deixar satisfeito, Benedetta, você irá conhecer meu calabouço, ficará lá à minha disposição até que minha raiva passe.

— Não.

— Essa palavra é proibida na sua boca.

Quando ele impulsionou o cinto pela primeira vez e bateu na minha coxa estava disposta a implorar ainda que não servisse de nada. Eu gritei:

Dark lifeOnde histórias criam vida. Descubra agora