BenedettaDepois de um tempo deitada na cama dele quis me levantar, não queria estar naquele lugar, porém não sabia para onde ir nem o que fazer.
Quando me levantei ouvi um barulho vindo da porta e me assustei.
Era uma mulher, uma das que estavam na sala e ficaram indiferentes ao que iria me acontecer. Ela ainda trazia um ar de indiferença. Era loira, tinha cerca de quarenta anos.
Prendi ainda mais o lençol que me cobria contra meu corpo.
Ela olhou com olhos indecifráveis para o lençol que me rodeava com manchas de sangue e depois para a cama que também havia sido manchada.
E então ele voltou a entrar no quarto.
Minhas pernas ficaram fracas e minhas mãos apertaram com força o lençol.
— Mãe. — Ele chamou, mas a mulher sequer olhou em sua direção.
— Muito bem, leve-a para um quarto de hóspedes. Trate dela. Peça para a empregada trocar essa roupa de cama enquanto tomo banho.
A mulher tentou me pegar pelo braço, recuei, mas a segui.
A loira que agora eu sabia ser a mãe do monstro me levou ao quarto. Foi mais humilhante ainda passar pelos seus homens no corredor com aquele lençol mostrando minha desgraça.
Ela possuía uma carranca. Mas me preparou um banho quente, eu entrei na banheira ainda com receio de tudo a minha volta.
Pouco tempo depois ela voltou com roupas para mim. Eu já havia saído da banheira, pois não me sentia a vontade em estar nua ali nem por mais um segundo.
Já estava seca e me vesti imediatamente com uma calça jeans (que foi o que achei mais discreto e difícil de tirar, para o caso de ele vir novamente e...) azul clara e uma camiseta branca, que ficou larga em mim porque ela era mais curvilínea.
Quando ela saiu sem dizer nada, nem eu a ela, pude ver que na porta do quarto havia dois homens, me encolhi na cabeceira da cama com os joelhos à frente do meu corpo com receio.
Passado um tempo a mulher voltou com uma bandeja de comida. Tinha um caldo, frutas, torradas e queijo.
Lembrei que estava sem comer há... nem lembrava quanto tempo. Ainda bem que ela saiu me deixando sozinha. Comi alguma coisa, não tudo, pois todos os acontecimentos me deixaram sem apetite, comi apenas para me fortalecer caso conseguisse fugir.
Me levantei e fiquei olhando pela janela do quarto. A abertura tinha grade, isso dizia muito sobre aquele lugar.
No jardim havia um exército de homens.
Não iria ser fácil para mim.
Quanto ao que a mulher fez por mim não lhe agradeci. Seu filho tinha me estuprado e ela não fez nada para impedir.
Falando em seu filho...
O Diabo apareceu à porta.
Ele já estava vestido também, não olhei diretamente para ele, mas de soslaio pude ver que vestia um conjunto de três peças negro. Estava perfumado, tinha aquele cabelo arrumado e sapatos brilhantes. Impecável na aparência, ele precisava investir nela se só tinha isso.
Quando ele se aproximou pude sentir que me media de cima a baixo e me senti desconfortável. Cruzei os braços sobre os meus seios porque eu não tinha um sutiã.
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Dark life
ChickLitNascida num mundo sem leis, a princesa da Ndrangheta (máfia Calabresa), Benedetta Paola Vitali acreditava num futuro de submissão atada a um casamento de conveniência com algum bom partido de sua organização, que era comandada por seu tio Giuseppe V...