15 - Vladislav

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Vladislav

Na manhã seguinte acordei e fiz minha rotina normal de treino, banho, não estranhei que Benedetta não estivesse para seu treino após o que aconteceu ontem.

Depois de me vestir fui para a sala de jantar, tinha esquecido que hoje era um dos malditos dias que minha família se reunia comigo para o café da manhã.

Estava a minha prima na sala e quando me aproximei antes mesmo que ela começasse a tagarelar porque claramente era sua intenção, a esbofeteei tão forte que ela caiu no chão.

— Por que me bateu? — Perguntou choramingando.

— Para você largar de ser linguaruda.

— Se não colocasse uma inimiga dentro de casa não perderíamos nossa privacidade. E ainda pior, vai se casar com ela. Com uma traidora. É essa sua raiva, não é? Foi ela quem te traiu.

A chutei e ela gritou segurando nas costelas.

A ergui pelos cabelos a fazendo me encarar. — Desde quando eu te dei autorização para se meter nos meus assuntos, sua vagabunda?

— Vladislav, eu sinto muito, não volta a acontecer.

— Recomponha-se, puta e não volte a me irritar.

Ela ajeitou-se o máximo que deu, foi na hora que o resto da família chegou, eles perceberam, mas só sua mãe deu atenção a isso indo ajudá-la.

— Vamos para a mesa comer.

Depois de todos estarem sentados senti falta da Benedetta à mesa e mandei chamá-la, não era tão cedo e já dava tempo de ela ter acordado para vir comer. Mesmo que precisasse de um pouco mais de descanso hoje.

Demorou mais do que o habitual para ela aparecer, mas ninguém começou a comer já que eu também não tinha.

Ninguém teve a audácia de tocar no assunto de ontem mesmo todos percebendo que só podia ter sido ela, já que eles sabiam que eu resolveria, como fiz, e que isso só me irritaria, e ninguém, absolutamente ninguém queria me irritar.

Nem meu primo que tinha levado um tiro no processo estava como se não tivesse se passado nada. Um tiro de raspão não era mesmo nada para homens como nós.

Benedetta chegou e confesso que ela me surpreendeu. Não apenas a mim, mas a quase todos na mesa que tentaram disfarçar, contudo não conseguiram. Menos minha mãe, ela nunca escondia o desprezo que sentia por mim e por meus atos.

Eu lhe causava asco. Sua atitude conseguia me afetar de uma forma dolorosa, sempre o fez. Ela, apenas ela podia me afetar.

Cada vez que eu observava sua falta de amor por mim trasbordando meu corpo parecia um muro de concreto rachando. Eu podia sentir a dor de cada fenda se abrindo.

Benedetta tinha o rosto inchado ainda como se tivesse acabado de acordar ou tivesse chorado muito, que eu sei que o fez.

Ela também ainda vestia o vestido de ontem, o que rasguei, por isso tinha a manta que ficava na sala de cinema por cima dos ombros cobrindo seu corpo, estava descalça, seu cabelo desgrenhado e maquiagem borrada, além de hematomas feios cobrirem seu rosto e pernas. Provavelmente o corpo todo.

Na minha concepção jamais imaginei que tivesse sido tão duro com ela, só até ver o resultado, creio que estava possuído pelo ódio a ponto de não medir meus atos, geralmente agia com frieza. Mas diante do que ela me fez perdi o controle.

Dark lifeOnde histórias criam vida. Descubra agora