15 - Benedetta

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Benedetta

Acordei sobressaltada, alguém estava me sacudindo, me cobri instintivamente e me afastei.

— O chefe mandou chamá-la para reunir-se com ele à mesa. — Era a governanta da casa.

Minha visão ainda estava meio nublada, mas quando consegui limpá-la um pouco vi um objeto brilhante nos meus pés.

Ao perceber o que era o arrastei e coloquei minha perna por cima.

Era o canivete do Vladislav, ao lembrar dele, do que me fez meu coração se encheu de ódio, porém eu estava muito fraca para sustentar aquele sentimento.

— Já vou, só vou me recompor. — Eu estava tentando me cobrir com o que restava do meu vestido sem sucesso e puxei uma manta do braço do sofá para me cobrir.

— Não demore, o chefe não gosta de esperar.

Nenhum apoio da mulher, só frieza, mas eu não queria mesmo piedade deles.

Quando ela virou as costas puxei o metal. Em meio aos batimentos acelerados do meu coração tentei pensar em onde o esconderia.

Tinha que ser um lugar que não fosse achado nem pelos funcionários da limpeza. Mas onde?

Foi quando pensei. Fiz um furo com a própria arma debaixo do sofá e o enfiei lá.

Então tentei levantar, tudo me doía, meu rosto principalmente, fora a ardência na minha parte íntima.

Não me ajeitei, já tinha perdido muito tempo escondendo a arma.

Cheguei lá e estava tão dormente que nem me senti humilhada por todos verem meu estado, só sentei e fiz o que ele mandou que era comer, na verdade fingi que estava comendo, meu rosto doía muito e tinha certeza que vomitaria ao colocar qualquer coisa na boca.

Só queria acabar tudo aquilo, tomar um longo banho e dormir, dormir muito. Apesar de já ter dormido muito, ou desmaiado, não sei.

Antes de acabarem Vladislav se retirou, não prestei muita atenção nele para saber seus motivos.

Só esperava que ainda não estivesse com raiva e intenções de voltar a me castigar porque eu não era tão forte assim. Descobri que odiava apanhar. Ser agredida por qualquer razão que fosse era degradante.

Em pensar que teria que ficar o resto da vida com aquele homem se não fosse resgatada, um carrasco que achava que tinha todo direito de me tocar da forma que achava que eu merecia.

Aproveitei que ele se retirou para ir para o quarto.

Eu tremia muito quando coloquei os pés no banheiro deixando cair os tecidos que me cobria.

Para acabar de completar enquanto estava preparando meu banho minha menstruação que só viria nos próximos dias desceu, creio que por toda violência que passei.

Me inclinei para ver se a água da banheira já estava em boa temperatura e gritei de susto quando reparei na figura que havia adentrado sem que percebesse.

— Não vou te machucar mais, só vim ver como está.

Riria se tivesse energia para isso. Veio ver sua obra de perto. Nem lhe respondi. Como ele achava que eu estava depois do que me fez, bem?

— Eu fiz isso com você? — Perguntou apontando para o sangue em minhas pernas. — Você precisa ir num médico.

— Já ouviu falar em menstruação? — Revirei os olhos.

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