9 - Benedetta

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Benedetta

Fiquei surpreendida e aliviada quando ele aceitou meu não e minha explicação e saiu.

Ele descobriu quem eu era, e agora, o que iria fazer?

Eu sabia que era só uma questão de tempo, por essa razão nem hesitei em lhe dizer meu nome, nem me conheciam por ele mesmo.

Algumas horas depois entrou a mãe dele, a mulher não era de falar nada, tinha uma aura assustadora assim como o filho, apesar de ele ainda ter um toque de humor, ainda que sarcástico, do mal, ela era completamente soturna.

Ela me guiou ainda que sem dizer quase nada para um outro quarto, ao lado do dele, esse possuía uma vista ampla para toda a área verde que rodeava a fortaleza, eu dizia assim pois era muito imensa e segura para ser chamada de casa.

O quarto tinha quatro vezes o tamanho do que eu estava. Ainda assim não era tão luxuoso e imenso quanto o quarto dele, mas eu diria que chegava perto.

Por que diabos me levaram para ali?

O que ele pretendia de mim? Eu era inimigo, a principal deles, então por que não estava em um calabouço?

Coisa boa não poderia ser.

Me sentei na sala adjacente ao quarto para esperar pelas roupas que sua mãe avisou que iria chegar. Apesar do luxo do quarto não conseguia relaxar naquele lugar, estava cheia de tensão, não parava de tremer um só minuto sempre à espera do pior.

O que eu não esperava era que chegaria duas vendedoras, estilistas, não sabia ao certo, com meia dúzia de cabideiros a tiracolo. Os ajudantes que entraram com as peças saíram.

Eu olhei para as peças de grife horrorizada. Não estava entendendo nada.

— Escolha o que lhe agradar, senhorita. Basta dizer o que gosta e separamos as que combina mais com você.

— Obrigada, mas não quero. — A mãe de Vladislav não deu um pio e as mulheres ficaram desconcertadas.

Foi quando ele adentrou. Aquele homem tinha o poder de sugar todo ar do ambiente, e não no bom sentido, é claro.

— Como está indo as compras?

— Ela não quer escolher nada, senhor. — Uma das mulheres, a morena com maquiagem e estilo carregado balbuciou como se estivesse em pânico só de lhe dizer isso. Não lhe julgava, eu mesma agia parecido.

— Você prefere que eu escolha. Vamos lá. — Ele começou a passar a mão pelas peças as avaliando.

— Por que de tudo isso?

— Para você não andar nua? Não que isso não me agrade.

Para o inferno com seu sarcasmo.

— Eu não entendo.

— Eu escolho o que vai vestir já que está perdida.

— Não. — Só de pensar naquele homem me escolhendo roupas ficava irada. Eu tinha meu próprio gosto e estilo e ninguém iria tirar isso de mim.

Ele estendeu a mão para as roupas, como se dissesse para eu estar à vontade, nem um pouco chateado de eu resolver escolher só para não lhe dar o gosto.

Fui pegando as peças que mais me agradavam, discretas e elegantes, como sempre me vesti.

Mesmo sem entender por que ele estava me colocando num quarto digno de rei e me cobrindo de peças das mais caras grifes.

Dark lifeOnde histórias criam vida. Descubra agora