14 - Benedetta

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Benedetta

Após o jantar eu esperei, não por Vladislav como ele me pediu, mas por meu tio na esperança de que ele viesse me resgatar porque se fosse o russo regressando boas coisas não viriam.

E foi o que ocorreu. Após horas de angústia quem voltou foi Vladislav e a julgar pela sua carranca ele sabia que fui eu quem contou onde ele estaria. Será que meu tio estava bem? Ele chegou endiabrado, porém sem um arranhão.

Meu instinto foi correr para bem longe dele mesmo sabendo que não poderia ir a lugar algum.

Entrei na primeira porta que me deparei e fui para trás do sofá maior, batendo em móveis pelo caminho.

Vladislav abriu a porta e ficou de frente para mim.

— Eu não fiz, não fui... — Balbuciei uma explicação sem convicção alguma.

— Não minta para mim, na minha cara.

— Sinto muito.

— Não, você não sente. Só lamenta eu ser o que regressou. Saia daí.

— Eu não posso.

Ele desembainhou um canivete.

Me segurei nas costas do sofá para ter um apoio para meu corpo trémulo.

— Você sabe, sou muito bom de mira. Se eu mirar exatamente na sua orelha posso rasgá-la, claro, se você não se mexer, caso contrário pode acontecer um grave acidente.

— Vladislav, não faça isso, por favor.

— Então saia daí. Não tenho paciência para jogos de perseguição.

— O que você pretende fazer comigo?

— Hum, um pouco daquilo que você merece.

— Não me machuque.

— Saia. Não falo nenhuma vez mais. — Ele tocou no metal brilhante.

Eu choramiguei, mas saí, que outra alternativa tinha?

Ele se aproximou de mim sem pressa, mas quando chegou perto me pegou tão rápido pelos cabelos.

— Sua cadela desgraçada!

Ele me jogou com violência contra a janela, meu rosto batendo com força no vidro. — Ah! — Exclamei de dor.

— Então você achou que poderia acabar comigo?

— Não foi minha intenção. — Ele bateu mais uma vez meu rosto no vidro.

— Já disse para não mentir para mim.

— Eu não queria mortes. — Gritei chorando.

— Mas teve, muitos dos meus homens morreram.

— Eu só queria minha liberdade, não isso. Nunca quis isso.

— Mas não terá, você me pertence e se tenho que enfiar isso em você através do meu pau o farei.

Ele me derrubou no chão por trás do sofá sobre o carpete e veio para cima de mim, que estava impotente de bruços e começou a cortar meu vestido com seu canivete.

— O que vai fazer?

— Está com medo? Foi muito corajosa ao tentar me foder.

Ele cortou quase todo meu vestido de uma ponta à outra e o restante rasgou. Fiquei em minha calcinha que ele também fez o mesmo.

Agora meu desespero era total.

Não me importava de implorar por sua misericórdia.

— Não me faça mal, por favor.

— Sabe o que é fodido? É que fui àquele maldito entediante evento pensando em regressar e estar dentro de você, o mais fodido é que fiquei a noite inteira pensando nisso, em regressar e... — Ele bateu a lateral do meu rosto no chão.

— Mas você tinha outros planos para mim, não era? Para meu regresso. Ainda mais fodido, totalmente, foi eu mesmo em meio aquela guerra da porra que você armou ainda estar pensando nisso, no quanto aquela confusão de merda estava me atrasando para isso.

Ouvi o barulho do cinto abrindo, botão e zíper, como uma canção de filme de terror.

Ele encostou seu membro rígido entre minhas pernas.

— Eu ainda quero.

— Não faça isso, por favor.

Sua resposta foi entrar em mim me causando um grunhido de dor, o pânico a intensificando. O seu no entanto foi de alívio, prazer.

Ele estava indo lento e profundo e por alguma razão era mais insuportável que das vezes que se moveu intensamente.

Eu podia senti-lo mais. Ingenuamente acreditava que ele não poderia me machucar mais como na primeira vez, essa estava sendo bem pior.

Ele mordeu meu ombro enquanto se movia e uma cascata de lágrimas escapou involuntariamente.

Todo ar ficou preso em meus pulmões quando ele usou sua mão em meu pescoço para comandar o ritmo de suas investidas.

— Você está me machucando, Vladislav. — Consegui dizer com dificuldade.

— Essa é a intenção.

— Por favor.

— Falei para você que quando eu quisesse realmente te machucar você saberia.

— Ouça...

— Eu tentei ser bom para você. Eu fui.

Quando ele disse isso seu aperto no meu pescoço aumentou e entrei em pânico. Sua mão pressionou com tanta força que eu pensei que seria meu fim.

Eu já não podia suportar e reuni forças para sussurrar essa última frase.

— Você vai me matar.

Foi quando ouvi seu gemido final e juntamente com ele meu alívio porque ele me soltou.

Não pude comemorar, pois me senti presa àquele chão, doente e fraca, nem para chorar tinha mais forças. Ele me deixou e fiquei ali como um trapo até apagar.

Dark lifeOnde histórias criam vida. Descubra agora