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- E por que caralhos vocês querem casar de novo? - pergunto ao casal enquanto como um biscoito que achei no armário.
- Porque não somos casados na igreja. - Bruno pega o pacote da minha mão.
- Vocês estão juntos a mais de 10 anos e ainda não são casados? - faço careta.
- Não na igreja. - Gisellen pega o biscoito. - Que tal o Gabriel? - pergunta ao meu irmão.
- Nem fudendo. - ele faz cara feia. - Não quero ela com o Gabi. -
- Mas eu gosto do Gabriel. - Olho a lista. - Eu não quero ficar com esses povo que eu não conheço, se não for o Gabi vai ser o Arrascaeta, no máximo. -
- Coloca com o Arrasca. - Bruno diz. - Você fica muito assanhada com o Gabriel. -
- Pois eu vou dar em cima do Arrascaeta também. - falo um pouco baixo.
- Tente. - Ele chega perto de mim. - Se eu souber que você tá de graça com o gringo, eu arranco seu pescoço. -
- Pois tente. - falo no mesmo tom. - Chegue perto de mim e eu ligo pra mamãe. -
- Meu Deus quatro crianças dentro dessa casa. - Gi sai resmungando.
- Como assim, amor? - Bruno pergunta.
- Nós dois somos as outras crianças, anta. - bato em sua cabeça.
Estava no Rio de Janeiro de passagem por causa do casamento do meu querido irmão BH. O casal teve a brilhante ideia de casar - na igreja - depois de dois filhos e 12 fucking anos juntos. Por ser formada em design de moda fiquei responsável pelo vestido da minha cunhada, seria um modelo exclusivo totalmente desenvolvido por mim. Eu estava há 3 anos na Nova Zelândia trabalhando como design na maior loja de noivas do país e por conta disso, meu presente de casamento seria esse, além da minha presença, claro.
Hoje teria o jantar de anunciação, eu também não entendi de primeira mas aparentemente é um jantar em que os "noivos" dirão as pessoas que vão casar.
Certeza que essa ideia foi de Gisellen, meu irmão não tem inteligência pra isso.
- Me explica de novo. - Chego na sala ajeitando meu vestido. - Pra que esse jantar mesmo? -
- Hoje vamos anunciar os padrinhos do casamento. - Bruno diz levantando do sofá.
- E pra que isso em? - Me olho no espelho. - Não é só dizer boca a boca? Tipo, "oi você vai ser meu padrinho." - Aperto sua mão.
