- Inútil, imprestável! Isso que você é. - meu padrasto grita. - Só quer saber de ficar correndo atrás de macho. -
- Vai se fuder, seu arrombado do caralho. - Bato a porta e sigo pro uber.
Eu não aguento mais viver com esse homem, não vejo a hora de ir morar com meu pai.
Tinha combinado com o Fabrício que iria assistir o treino aberto do sub-17 contra o sub-20 e depois iríamos almoçar juntos. Fazia uns dias que tínhamos discutido feio por episódios ridículos de ciúme da parte dele, somos amigos desde crianças e quando quer, Yan consegue ser extremamente chato quando quer.
Cheguei no CT e a portaria logo me libera e eu vou para a arquibancada. Os jogadores já estão no aquecimento enquanto procuro meu lugar, sento bem perto do campo e tento chamar a atenção do meu amigo, sem sucesso porque ele estava de costas, por sorte, Mateus me viu e avisou a ele. Fabrício sorri e acena para mim.
O jogo tinha enfim acabado e o sub-20 tinha ganhado. Eu amo assistir os jogos mas assim, o verão no Rj é uma amostra grátis do inferno e passar uma hora e meia no sol não é pra mim. Já estava agoniada quando Fabrício finalmente me chama e eu vou correndo para o ar condicionado.
- Tá fazendo o que aqui? - Ele me dá sua camisa.
- Vim te ver, ue. - falo enquanto abro na minha bolsa. - Vamo almoçar? -
- Na verdade, não. - Ele fala sem dá muita importância. - Marquei de ir com os moleques. -
- E eu não posso ir? - pergunto esperançosa.
- Pra que? - Ele me olha. - Pra ficar dando em cima deles? -
- Vai começar de novo? - meu coração já começa a bater mais forte.
- Eu tô falando alguma mentira? - ele diz.
- Claro que tá. - me afasto dele. - Sinceramente, Yan. Eu só queria almoçar com meu melhor amigo. - abaixo minha cabeça.
- E talvez dar pra uns amigos dele. - Ele fala mais alto.
- Quer saber? Vai tomar no cu. - jogo a camisa na cara dele e saio correndo.Começo a sentir falta de ar enquanto corria até a portaria. Paro no meio do caminho e pego meu celular, tentando controlar minha respiração, sem sucesso então começo a me desesperar. Geralmente minha ansiedade não ataca na rua, eu consigo me controlar bem mas hoje foi impossível. Me sento na calçadinha e abaixo a cabeça, tento fazer técnicas para diminuir a sensação que aumentava no meu peito.
- S/n. - escuto uma voz depois de um carro parar na minha frente. - Tá tudo bem? - sinto uma mão no meu ombro.
- Me leva daqui. - levanto minha cabeça e vejo Daniel. - Por favor. - Ele me ajuda a levantar e abre a porta do carro pra mim. - Quer ir pra casa? - balanço a cabeça negativamente e ele aceita. - Pode ser pra minha então? -
- Qualquer lugar longe daqui. - falo fraca.
- Minha casa então. - Ele começa a dirigir.
Depois de um tempo chegamos no apartamento dele. Já dentro da casa, ele disse que eu poderia ficar a vontade que ele só iria tomar um banho rápido. Quando voltou, sentou ao meu lado no sofá e me olhou.
- Mais calma? -
- Sim. Obrigado. - Sorrio, tirando o copo que bebia água da boca.
- Quer conversar? - Ele se ajeita no sofá e eu comecei a explicar o que tinha acontecido e logo estava chorando de novo.
- Calma. Eu tô aqui. - Daniel me abraçou e ficamos ali por um tempo, lembro que ele estava mexendo no meu cabelo e eu dormi.
Acordei por causa do barulho e depois de alguns segundos tentando me localizar, olho para onde o barulho vinha e me deparo com o Fabrício e o Daniel discutindo muito.
- Você só queria isso. Fuder minha melhor amiga. - Yan gritava.
- Tá louco? A mina tava passando mal e eu só ajudei. -
- Eu vou te meter a porrada pra tu ficar esperto. - Meu melhor amigo parte pra cima.
- YAN. - levanto desesperada. - Para com isso. - corro na sua direção.
- Ele te enganou. Tudo que ele falou, te prometeu era só pra te comer. - Fabrício fala.
- De onde tu tirou que eu dei pra ele? - Fico entre os dois. - É assim que tu me vê? É assim que tu sempre me viu? - meus olhos enchem de lágrimas e Daniel alisa meu braço.
- Desencosta dela. - Fabrício tira a mão do outro agressivamente. - Claro que não, meu amor. Você não tem culpa dele ter te iludido. -
- Sai daqui. - Abro a porta. - Sai daqui. -
- Mas s/n. - Ele me olha. - Eu vim te buscar. -
- Eu não vou. - O olho com raiva. - Sai daqui. - parto pra cima dele e Daniel segura a minha cintura. Assustado, Fabrício sai de cena e Cabral me leva até o sofá.
- Como ele descobriu que eu tava aqui? - pergunto.
- Ele te ligou, só que como a gente dormiu aqui no sofá, eu só peguei o telefone e atendi. - Ele passa a mão na cabeça. - Quando eu me liguei, ele já tava falando um monte. -
- Ele é um idiota. - abaixo minha cabeça. - Desculpa, eu já vou. - levanto pra pegar minhas coisas.
- Eh s/n. - Ele levanta junto. - Eu tava pensando, tu podia passar uns dias aqui. - não entendo. - Tipo, tu dissesse que teu pai chega em 15 dias, tu podia passar esse tempo aqui. Eu moro sozinho e aqui tem um quarto de hóspedes. -
- Não, Daniel. Eu não quero atrapalhar, tu já me ajudou muito. - tento o tranquilizar.
- Assim tu não precisaria conviver com teu padrasto e tu não vai atrapalhar. Vai ser bom ter outra pessoa aqui. - Ele sorri.
- Tem certeza? - pergunto.
- Tu sabe cozinhar? - Eu confirmo com a cabeça. - Então sim, tenho certeza. -🔴⚫🔴⚫🔴⚫
Enem amanhã e eu tô como??
Pedido de MatheusSoaresAlbuque
-S.
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Flamengo || One shots
FanfictionCom meu manto sagrado, minha bandeira na mão. O Maraca é nosso. Vai começar a festa! Finalizada.