Gabi • Revelação

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- Tio Gabigol. - Antônio aponta pra televisão e faz o gesto comemorativo do artilheiro do seu time de coração. - O namorado da tita. -

- Pô, totói. - Finjo chateação. - Era segredo. -

- Esse menino é fogo. - Marília senta ao meu lado com um balde de pipoca. - Ele mudou o cabelo. -

- Humrum. - Continuo focada na televisão. - Porque a gente não tá no Maraca mesmo? -

- Tô cansada. - Minha cunhada deita em cima de mim. - E o Ev disse que seria melhor ficar em casa. -

- Mas é o último jogo antes deles viajarem. - Finjo birra.

- Eu sei. - Ela ajeita sua postura. - Mas vamos terminar nossa conversa. -

- Não tô grávida, Marília. -

- Mas se... -

- Não estou. - Tento finalizar o papo.

- Tita vai ter um bebê? - É a vez de Guto se meter na conversa.

- Isso é coisa da cabeça da sua mãe, meu amor. - Bagunço seu cabelo e ele volta pra perto do irmão. - Eu não tô grávida, Everton me mataria. -

- Isso é verdade. -

×

- Papai! - Totói me desperta com seus gritos. Assim que o jogo acabou, me agarrei com uma das almofadas e fechei os olhos. - Tio Gabigol. -

- Eai, Totói. - Escuto a voz do meu rolinho e fecho os olhos novamente, se eu fingir bem, talvez nem notem.

- Tita tá ali ó. - As vozes se aproximam mais. - Ela gostou do seu cabelo. -

- Ah, foi? -

- Deixa de ser fofoqueiro, menino. - Marília fala. - Tudo bem, Gabi? -

- Tudo sim, Ma. - Sinto ele ainda mais perto.

- Vou colocar minhas coisas no quarto. - Everton avisa.

- E eu vou terminar de arrumar Gutinho, vem filho? -

- Não, mamãe, vou ficar com o tio Gabigol. - Antônio!!!!!

- Tá certo. - E assim Marília sai.

- Então Tita disse que gostou do meu cabelo? - Gabriel pergunta e só escuto o pequeno confirmar. - E ela falou mais alguma coisa? -

- Não posso dizer. - Diz sapeca.

- Poxa. -

- Você é o namorado dela. - Seguro muito pra não rir e acabar com meu disfarce.

- Sou? - O idiota finge surpresa. - Ela falou mais alguma coisa? -

- Humrum. -

- Antônio, se tu abrir a boca mais uma vez... - Murmuro e ele começa a rir. - Pô, Totói. -

- Tita. - Diz o bebê gargalhando. - Diculpa. -

- Fofoqueiro. - Agarro ele. - Você pode deixar a Tita conversar com o tio um pouco? -

- Humrum. - Pula do meu colo e sai correndo.

- Até hoje não entendi o porquê de Tita. - O jogador se inclina em minha direção.

- Everton me chamava de cabrita. - Gabriel segura a risada. - Quando Guto começou a falar, não conseguia falar cabrita. -

- Obviamente. -

- Então ele começou a me chamar de Tita, aí pegou. -

- E o porquê de cabrita? -

- Eu tinha uma quando eu era menor. -

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