Diego Alves • Casal

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- Foi um prazer, paredão. - Me despeço do goleiro com um aperto de mão.

- S/n. - Ele me puxa pra um abraço. - Você vai ser uma das pessoas que eu mais vou sentir falta. -

- Não precisa me fazer chorar. - Respiro fundo tentando não deixar isso mais estranho. Mesmo que estivéssemos sozinhos, alguém podia chegar a qualquer momento.

Todo mundo achava que rolava alguma coisa entre um dos capitães do time e eu. O fato de termos chegado juntos ao clube fez com que nós compartilhássemos muitos sentimentos em relação ao nosso trabalho. E por causa disso, viramos bons amigos. E hoje é a despedida dele.

- O que vai acontecer depois daqui? - Pergunto ao goleiro que ainda me abraça.

- Ainda não sei. - Ele me solta sorrindo. - Talvez aposentar, talvez acertar com um novo clube, tudo incerto. -

- E em casa? -

- Ainda não contamos às crianças. - Abaixa a cabeça. - Ela volta pra casa no domingo. -

- Que merda. - Bato no seu ombro. - Espero que dê tudo certo. -

- Nosso jantar tá de pé? - Alisa minha bochecha.

- Não é melhor passar esse tempo com as crianças? Eles devem estar bem chateados. - Mordo o interior da minha boca, não gostava nenhum pouco dessa situação.

Sim, nós estávamos juntos. Fazia pouco mais de um ano que ele e a esposa não estavam se entendendo e seis meses que decidiram se separar, foi ai que começamos a ficar mais íntimos. Quase todo mundo já tinha presenciado alguma discussão entre os dois, na cabeça de Lorena, Diego sempre fazia alguma coisa para irritá-la.

Uma vez, toda a equipe estava na casa do Ribas comemorando a conquista de mais uma taça e em um certo momento, alguns meninos, incluindo o Alves, sumiram. Ninguém tinha percebido até Lorena começar a ficar nervosa e precisar ser acalmada por algumas amigas. Quando os caras voltaram, a loira foi tomada por uma raiva inexplicável e começou a bater no goleiro na frente de todo mundo.

Ela não ligou de estar no meio de todos os companheiros de time do marido, não ligou para as crianças que brincavam ali perto. No outro dia, Diego apareceu com alguns machucados no rosto, nos braços e no tronco, na altura da costela, precisou ficar em observação médica e quase não jogava.

Depois de muita insistência, Alves contou toda a verdade. A partir daí, muita coisa mudou. Diego começou a dormir na minha casa quando o clima não estava bom lá. Sabia que se alguém descobrisse ia dar muito ruim, pedi pra ele ver com os meninos se podia dormir lá, mas ele estava com vergonha de tudo.

Éramos como colegas de quarto, até o primeiro beijo.

FLASHBACK ON

- Quanto tu acha que eu posso gastar num tapete? - Volto pra sala com um pote de sorvete e duas colheres.

- Eu gastaria cinquenta reais, não sei pra que usar um tapete. - Murmura enquanto coloca no filme.

- Pra deixar a sala mais bonita. - Sento ao seu lado. - Aqui. -

- Eu disse pra comprar de pistache. -

- Minha casa, minhas regras? - Faço careta. - E não tinha de pistache. -

- Aí tu compra isso? -

- Era o mais caro do mercado, para de reclamar. - Começo a comer.

- Justo. - Se encosta no meu ombro. - Como vão as coisas com o carinha que tu tava conhecendo? -

- Eu disse que não ia rolar nada. - Ajeito o cobertor nos nossos corpos. - Oficialmente dois anos sem transar. -

Flamengo || One shots Onde histórias criam vida. Descubra agora