- E eles acharam isso aqui normal? - pergunto ao meu namorado enquanto olho suas radiografias.
- Sim, amor. - Pedro fala de cabeça baixa, parecia uma criança que tinha acabado receber uma reclamação daquelas.
- Tá doendo muito? - Ajoelho do lado do seu joelho com gelo. Ele assente. - Amor, vamo na emergência. - aliso sua perna.
- Eles disseram que estava tudo bem. - Ele me olha.
- Meu bem, não está. - me levanto. - Esse teu joelho tá parecendo um pão, isso pode tá tudo, menos bem. -
- Mas... - Ele tenta.
- Mas nada Pedro Guilherme. - olho em sua direção. - Vai querer trocar de roupa ou vai assim? -
- Eu não consigo apoiar nesse pé. - Ele diz. - Ajuda? -
Volto para o sofá e o ajudo a ir até o quarto. Deixo Pedro se trocando e começo a arrumar nossas coisas, eu sabia que seu caso era de cirurgia mas não queria lhe dizer por que sei como ele fica quando se trata de cirurgia.
Liguei para o doutor Luiz e avisei que iríamos para o hospital e já o deixei a par da situação, Pedro me chama o ajudar novamente e seguimos para o Copa Star.- Amor, eu não quero. - Pedro me diz baixinho depois que o médico disse que ele precisaria de uma cirurgia de emergência.
- Tu não tem o que querer. - sussurro de volta. - Vai ficar tudo bem, bebê. - aliso sua coxa.
- A doutora vai acompanhar? - Dr. Tannure me olha.
- Acabei de sair de um plantão de 36 horas, hoje sou só acompanhante. - explico.
-Porque tu não pode? - Pedro pergunta depois que a equipe médica sai do quarto.
- Por que eu não trabalho aqui, não tenho poderes. - digo.
- Mas se eles deixarem? - Ele me olha e eu nego. - Tu é cirurgiã também, porque não? -
- Por que mesmo que eu tenha a autorização, nós somos um casal. Eu não posso operar uma pessoa da família. - explico.
- Eu tô com medo. - Ele abaixa a cabeça.
- Amor. - sento ao seu lado. - Já deu certo. - o abraço. - Essa cirurgia é muito simples, eu já fiz várias vezes, o doutor Luiz já fez também. A gente aprende ela logo no começo. Não tem como dar errado. -
- Mas eu posso morrer. - Ele argumenta.
- Todo mundo pode morrer, vida. - Rio. - Mas isso não vai acontecer, acalma esse coração. - pego meu celular. - Vamo jogar? - .
- Eu vou te quebrar. - Ele sorri.
- Eu até diria isso, mas eu acho que meu trabalho já foi feito. - olho pro seu joelho e caio na risada e Pedro fecha a cara.A cirurgia dele duraria pouco mais de seis horas. Nesse tempo, tia Cristina chegou e rezamos juntas, só parando quando Pedro já estava no quarto. Aproveitei que ele ainda não estava acordado e fui esticar minhas pernas e pegar um café porque não tinha comido nada desde a hora que chegamos.
- Minha esposa. - Pedro fala sorridente quando entro, acho estranho. - Senti saudade. -
- Ô meu amor. - chego perto dele. - Tá com dor? -
- Sim, no meu coração. - o olho confusa. - Meu coração dói porque você não me deu um beijo ainda. - Faz bico.
- Ai Pedro. - solto a respiração.
- Mãe, eu sou casado. - Ele tenta falar baixo para a mãe dele.
- A é? - Tia Cristina entra na brincadeira do drogado do meu namorado.
- Sou. Com ela. - aponta pra mim. - A gente vai ter um filho. Um não, seis. -
- Que tal tu dormir, em? - sugiro.
- Se eu dormir eu não vou essa deusa na minha frente. - Ele vira a cabeça, me olhando.
- Vou pedir pra te dar essa anestesia duas vezes por semana. - Sorrio.
- Eu quero transar. - Ele solta. - Mãe, sai daqui. -
- Pedro. - Gritamos juntas.Dias se passaram e hoje era dia de dormir na casa de Pedro. Assim que abri a porta estranhei, a casa estava toda escura e silenciosa.
- Amoor? - tento encontrar alguma alma.
- Tô aqui. - Ele fala na varanda.
- O que aconteceu? - vou ligando as luzes no caminho.
- Tava aqui pensando. - Ele vira a cadeira de rodas pra mim. - Tô com medo. -
- De quê minha vida? - sento em uma cadeira ao seu lado.
- E se eu não conseguir voltar a jogar? - ele me olha com os olhos cheios de lágrimas.
- Amor, pelo amor de Deus. - pego em sua mão. - Isso não vai acontecer, tire da sua mente essa ideia. -
- Mas s/n, é uma possibilidade. - Ele abaixa a cabeça.
- Não é, Pedro Guilherme. - Falo com raiva. - É normal ter medo, você acabou de sair de uma puta cirurgia, mas não fala isso mais não, bebê. - tento acalmar meu jogador.
- É né? Coisa besta da minha cabeça. - concordo.
- Eu ainda vou te ver ganhar a libertadores com nosso bebê no braço. - aliso sua bochecha.
- Bebê na liberta? Temos que correr então. - beija minha mão.
- Vamos sim. - aproximo nossos rostos. - Mas vamo cuidar desse joelho primeiro. -🔴⚫🔴⚫🔴⚫
Pedido de SofiaAraujo013
-S.
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Flamengo || One shots
FanfictionCom meu manto sagrado, minha bandeira na mão. O Maraca é nosso. Vai começar a festa! Finalizada.