Flamengo || One shots

Gabi • briga

Mais uma vez ele mentiu pra mim. Na nossa última briga, Gabriel me prometeu que suas mentiras não participariam mais do nosso relacionamento e cá estou eu, chorando por causa de uma foto.

Ele teve um jogo em São Paulo antes de ontem e disse que ficaria na cidade pra matar a saudade da família mas ele estava com ela. Rafaella atormenta nosso relacionamento desde que ele começou, mensagens, fotos, ligações no meio da noite, ela já tentou de tudo.

E agora lá estavam eles. Juntos. Enquanto eu tinha acabado de descobrir a gravidez. Rezava para aquela foto ser antiga, mas cada vez que eu carregava o feed apareciam mais, eles juntos. Eu não consigo acreditar. Todas os jantares, as declarações foram pro lixo, não consigo acreditar mais.

Como estava na casa dele, comecei a organizar minhas coisas e a meta era ir embora o quanto antes. Levaria tudo meu, seria como se nunca estivesse lá, deixaria uma única coisa, o anel da sua avó. Gabriel me deu depois da nossa primeira briga, disse que eu era a mulher da vida dele e que casaria comigo e teríamos três filhos.

Filhos. Nunca tinha pensado neles antes do Gabriel chegar na minha vida. O único homem que eu realmente achei que daria certo, que passaria o resto da minha vida ao meu lado, como fui estúpida.

Minha visão embaçava enquanto dirigia, pensava nesse bebê, em tudo que planejamos juntos. Não acreditava que ele realmente me deixaria por ela, não queria acreditar. Mesmo que muitas pessoas na internet disseram que ela era a única mulher que estaria no coração dele, ele me prometeu, ele parecia apaixonado, sabe? Eu acreditei.

Quando cheguei em casa, deixei as malas na sala e corri pro quarto. Chorei até desidratar, me sentia fraca, minha cabeça doia e tenho certeza que meus olhos estavam inchados, lembro do bebê. Agora eu sou mãe, eu vou ser mãe! Eu preciso cuidar de mim, por essa criança. Vou até a cozinha e pego algumas frutas e água, volto pro quarto totalmente escuro, ali seria meu covil até essa criança nascer.

Acordo com um barulho na porta e meu telefone tocando. Olho as horas, tinha dormido mais de 16 horas direto, vejo as ligações, 45 perdidas, 43 do Gabriel, 1 da Dhiô e 1 da minha mãe. Levanto atordoada e meio tonta e vou até a porta.

- O que aconteceu? - Gabriel entra falando alto assim que abro a porta do meu apartamento. Malditas que não tem um olho mágico. - Eu fiquei preocupado, não tem mais nenhuma roupa tua em casa e teu anel. - ele levanta o objeto. - O que aconteceu, meu amor? -

- Tu encontrou Rafaella? - pergunto amarrando meu cabelo. Era a hora de acabar com isso de uma vez.

- O que? Não! - Ele me olha confuso. - O que eu ia querer com ela? -

- Me diga você. - falei calma. Sem ânimos exaltados por causa do bebê.

- Meu amor. - ele tenta se aproximar e eu dou um passo pra trás. - O que aconteceu, minha vida? -

- O que aconteceu? - Sorrio. - O que aconteceu é que você mentiu pra mim, mais uma vez. - falo um pouco mais alto. - Eu já sei de tudo. A única coisa que ainda preciso saber é o teor da conversa que vocês tiveram pra eu decidir o que vou fazer. -

- Meu bem. - ele me olha. - Eu juro. Eu não queria, ela só... Ela só chegou em mim e eu não queria ser grosso. -

- Ah claro. - me sento no sofá. - Você não queria maltratar os sentimentos da coitada mas fodase os da sua namorada, né? -

- Eu não sabia que tinha gente vendo. - ele senta ao meu lado.

- Porque se não tivessem tirado foto tu não ia me contar nunca, certo? - O olho e ele abaixa a cabeça.

- Desculpa. -

- Eu tô cansada, Barbosa. Cansada de viver assim. - respiro fundo. - É melhor acabar. -

- Tá louca? - Ele diz assustado. - Tu é a mulher da linha vida, eu não vou. Não quero. -

- Você não tem o que querer. Eu não vou mais me desgastar por causa dessa relação. Eu não posso. - falo.

- Meu amor, vamos tentar de novo. Eu juro que.. - ele alisa minha coxa.

- Jura que vai mudar? Que dessa vez vai ser diferente? Que não vai mentir pra mim? - cito todas as suas promessas. - Tenta outra. -

- S/n, vamo conversar. - ele diz quando me levanto.

- Eu vou organizar tuas coisas e deixo na portaria da sua casa, pode ir embora. -

- Meu amor. - ele segura meu rosto. - Por favor. -

- Me esquece. - falo sem olhar em seus olhos.

- Eu não sou capaz. - ele cola nossas testas. - Nós ainda vamos ter um família linda. -

- Não mente mais pra mim, Gabriel. - falo derramando algumas lágrimas e ele sai.

O fato era que eu não queria. Eu ainda amava ele. Eu o amo. Mas eu precisava, por mim, por ele e principalmente, pelo bebê. Foram semanas até me recuperar, tinha emagrecido quase 10 quilos, o que não era nada saudável para uma grávida. Voltei pro trabalho, comecei a fazer o pré Natal, só que estava sozinha. Todos os dias eu sentia falta dele, no primeiro mês acompanhava sua vida pelos sites de fofoca, os rumores era que o relacionamento dele com a Rafaella estava cada vez mais forte, mesmo que ambos negassem. Ele sempre foi bom em mentir, mas péssimo em esconder as coisas.

Os meses foram se passando e hoje completava o quarto mês do bolinho. Sim, eu apelidei meu filho de bolinho, eu que vou parir, nada mais justo. Não tinha contato nenhum com o Gabriel. Conversava vez ou outra com sua irmã mas só assuntos cruciais. Me distanciei das redes sociais e comecei a fazer terapia, eu sou outra pessoa.

Era sábado e desde da quarta eu sentia muita dor na região da barriga. Achava que era um crise de gastrite ou qualquer outra coisa, já que ela não era muito forte. Tomava uns remédios e sempre passava. Só que dessa vez não foi assim.

Tive que andar curvada de tanta dor. Corri pra emergência com medo de ser algum problema com o bolinho. Eu não poderia perder esse bebê.

- Boa tarde, S/n. - A médica falou enquanto eu me sentava. - O que aconteceu? -

- Eu tô sentindo muita dor aqui. - Apontei pra onde doía. - Eu tomei ibuprofeno, Tylenol, paracetamol, Dipirona e nenhum passa. -

- Você já menstruou? Isso pode ser apenas cólicas. - ela me olha atenta.

- É que eu tô grávida doutora. - falo grunhindo de dor. - Pelo amor de Deus. -

- Ok, calma. - ela vem até mim. - Você veio com alguém? - Nego. - Deite aqui. -

Quando levanto minhas pernas falham. Caio de joelhos e a médica corre até mim. A dor era insuportável. A todo tempo eu pensava no bebê e em como eu fui filha da puta por não contar ao Gabriel que ele seria pai.

- Por favor, salva o meu bebê. - Essas são as únicas palavras que eu me lembro de ter dito antes de apagar.

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Mais um dele pq eu quero. Qualquer dia desses eu vou aparecer com um livro só de one shots dele e vocês não vão entender nada.
Vai ter parte dois, acalmem o coração.
Pedido de annafanfica