De Arrascaeta • história

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3.401 palavras. Feliz ano novo!

- Gabriel, eu quero que você vá se fuder. - grito no quarto. - Tu acha que eu sou idiota né? Só pode! Caralho, eu não acredito nessa merda. -
- Eu não fiz nada. - Ele grita de volta.
- Não fez nada? - arregalo meus olhos. - Tu me convidasse pra essa merda e depois convidou ela. - Ele nega. - Ela me disse. Com todas as letras. Para com isso, mano. -
- Mas qual o problema de ficar todo mundo aqui, pô? - ele leva suas mãos a cintura. - Eu não tô contigo? -
- Tá comigo até quando? Porque no Rio tu tava comigo também mas bastou ela chegar que puft, eu sumi da tua vida. - Falo e recebo um sorriso dele, em negação.
- Tu sabe que não foi assim. Mas cara, eu tô solteiro nessa merda, porque eu não posso ficar com quem eu quiser? - Ele fala alto.
- Porque eu gosto de tu, caralho. - Grito em sua cara. - Porque eu te amo e tu não percebe isso, merda. -
- S/n.. - Ele fecha os olhos.
- Eu sei que nós não temos nada demais, mas porra, podia ter o mínimo de consideração? Podia pensar com a cabeça de cima uma única vez? - desce a primeira lágrima dos meus olhos.
- Eu.. Eu não sabia. - Ele coça a cabeça.
- Claro que não. Eu deixei de passar o ano novo com a minha família pra passar contigo, mas pô, só porque somos amigos, né? - sorrio sem achar graça. - Não é assim que funciona, Gabriel. Eu tô cansada. -
- Desculpa, eu não tinha percebido isso, de verdade. - Ele chega perto de mim.
- Não tinha percebido? Onde tu tava nesse último ano? - pergunto. - Eu literalmente vivi a tua vida sem questionar uma única vez sobre a gente ter um relacionamento. Eu entendi que tu precisava de espaço, que não tava preparado, eu entendi e atendi tuas necessidades. Tu vem e passa o mês inteiro fazendo planos comigo pro fim de ano, que iríamos ficar juntos, eu tava imaginando até que tu ia me pedir em namoro, acredita? - Falo abaixando a voz. - Ai chega no dia da viagem eu descubro que aquela filha da puta vem e que foi tu que convidou. - Falo a última parte alto. - Porra Gabriel, a Vitória! Eu preferia até a Rafaella, mas ela caralho, ninguém gosta dela, nem a tua irmã gosta dela. - Ele continua de cabeça baixa e Dhiovanna entra no quarto seguida do primo.
- Dá pra ouvir da esquina vocês brigando. - Fabinho diz.
- O que aconteceu? - Dhiô me olha.
- Eu cansei. Tô indo pra casa. - informo e todos me olham assustados.
- Meu bem, não faz assim. - Gabriel se aproxima.
- Não me chama assim, não me dirige mais a palavra. - fecho minha cara. - Eu sei que a gente tá dividindo o quarto, mas quando eu voltar, por favor, não esteja aqui. Eu só quero fazer minhas malas em paz. - saio do quarto.

- Oi, tio. É S/n, a menina das malas verde. - Falo com o motorista.
- Sim, minha filha. O que aconteceu? - Ele diz pelo telefone.
- Eu não queria lhe incomodar, mas preciso da sua ajuda. - Escuto um "hum" - Tem como o senhor me levar até o aeroporto agora? -
- A festa tá tão ruim assim? - Ele faz piada.
- Eu só quero voltar pra minha casa, tio. - sorrio nasalmente.
- Levo sim, minha filha. Chego em meia hora. - Ele avisa.
- Obrigado, tio. O senhor é um anjo. - e desligo o telefone, voltando pro quarto.

- Pra onde tu vai? - Dhiovanna pergunta deitada na cama.
- Pra casa. - Falo sem a olhar.
- S/n, tem certeza que precisa disso? - ela senta.
- Tenho. Teu irmão foi um filho da puta sem coração comigo durante todo nosso "relacionamento" - faço as aspas com a mão. - E eu sempre deixei passar. Mas cansei, agora eu quero que ele se foda. -
- E tu vai passar o ano novo sozinha? - ela me olha.
- Vou, meu irmão tá em Nova York e meus pais em Portugal. O combinado era eu passar aqui, mas não tem mais condições então eu vou passar sozinha, no meu apê bebendo todos os meus vinhos. - digo enquanto coloco minhas roupas na mala.
- Não me deixa aqui sozinha. - ela se joga na minha frente. - Pleaseeeee. -
- Tu não vai ficar aqui sozinha. - Empurro ela e fecho a mala. - Eu vou ficar sozinha. - coloco a mala no chão.
" Minha filha, já estou aqui. " vejo a mensagem do motorista.
- O motorista chegou. - aviso a Dhiovanna e sigo pra porta.

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