- Mamãe. - Gustavo volta a cozinha. - Achei as velas. - Ele mostra o pacote
- O papai vai amar. - Sorrio. - Qual a foto que a gente vai colocar em cima? - pergunto enquanto término a decoração do bolo.
- Essa daqui que tem a Eva e a Tetê. - Ele olha a foto com amor. - A gente tem uma família tão bonita né mãe? -
- Temos sim, meu amor. - Beijo o topo da sua cabeça. - Eu tenho muita sorte de ter vocês quatro. - Ele alisa e depois beija minha barriga.
Andreas e eu nos casamos muito novos porque estava grávida do Gu. Agora ele tinha 7 anos e eu estava grávida das gêmeas, Eva e Maria Thereza, nomes escolhidos pelo irmão mais velho.
Quarta foi o aniversário de Andreas mas ele viajou com o time e já que ele não jogaria no sábado, decidimos fazer um bolo surpresa. Pedi pra ele vim direto pra casa depois do treino com a desculpa de que pediria uma pizza e assistiriamos um filme com nossa criança e depois teríamos um tempinho para nós.
- Será que ele vai demorar? - Gustavo me pergunta ansioso.
- Acho que não, meu amor. - Olhei no relógio e já passavam das oito, o treino terminou às seis. Estranho. - Vamo ligar pra ele? - animo meu filho. Tentamos 6 vezes, primeiro fora de área depois desligado. Meu coração aperta.
Decido ligar para alguns companheiros de time de Andreas, todos disseram a mesma coisa.
- Ele saiu no horário normal, s/n. - Kenedy avisa. - Ele ainda não chegou? -
- Ainda não. - Engulo seco. - Mas tá certo, daqui a pouco ele deve tá chegando. - desligo o telefone e respiro fundo. Ele não pode fazer isso com meu filho. Depois de algumas horas o Gustavo dormia no meu colo, bolo e decoração estavam arrumados e nada de Andreas. Peguei a criança no colo com todo cuidado para ele não acordar e não me machucar, levando em conta minha barriga de quase oito meses.
O relógio na parede marcava 5:45 da manhã quando a porta finalmente abriu. A sala logo foi tomada por um cheiro insuportável de bebida.
- Bom dia. - Falo levantando do sofá.
- Já tá acordada, amor? - Ele dá um sorriso amarelo. - O que é isso? - Ele aponta para a "surpresa"
- Acordada? - chego mais perto. - Eu nem dormi seu filho da puta. - dou um tapa na sua cara. - Agora me diz, onde tu tava? -
- Eu tava com os caras. - Ele fala alisando o rosto. - Do time, eles fizeram uma resenha lá e eu esqueci, desculpa. -
- Que caras do time? - pergunto me segurando para não matar ele.
- Tava todo mundo. - Não aguento e dou alguns murros em seu peito.
- Onde você estava seu filho da puta? - falava entre os murros.
- Eu já falei. - Ele segura minhas mãos. - Para com isso. -
- Eu vou te perguntar mais uma vez. - vou até a cozinha e pego uma faca. - Onde você estava? - chego perto dele. - Não vem com essa de caras do time por que eu liguei para o Flamengo inteiro e ninguém. - Grito. - NINGUÉM ESTAVA COM VOCÊ. -
- Amor. - Ele me olha assustado. - Por favor, larga essa faca e vamos conversar. -
- Papai. - escuto a voz do meu pequeno e escondo o objeto em minhas mãos. - A gente fez um bolo, mas o senhor demorou muito. - Ele esfrega os olhos.
- Ô meu amor. - Andreas vai até ele. - O papai estava trabalhando. -
- Bem, porque você não vai dormir mais um pouco? Hoje é sábado, não precisa acordar cedo assim. -
- Vocês estavam falando alto. - Ele explica.
- A gente vai conversar baixinho, tá? - Andreas se ajoelha na sua frente. - Daqui a pouco o papai vai deitar com você. - A criança volta pro quarto e eu me sento no sofá.
- Ela é mais nova? Mais bonita? Magra? - pergunto sem fazer contato visual.
- Não existe ela, s/n. - Ele senta ao meu lado.
- Nao vem com essa. Não é a primeira vez que isso acontece. - levanto minha cabeça. - Eu já peguei tuas conversas, eu já sei de tudo. - Falo enquanto lágrimas caem. - Eu só preciso da tua confirmação para resolver o que eu vou fazer. -
- Meu amor. - Ele tenta pegar em mim e eu me afasto.
- Sabe qual é minha vontade, Andreas? Te matar, cortar em pedacinhos e te fazer de adubo, mas os meus filhos precisam de mim. Então me diz. - me levanto. - E chega de mentiras. -
- Já fazem cinco meses. - Ele abaixa a cabeça. - Eu caí na tentação, fui burro e aceito isso. Mas meu amor. - Ele levanta e fica na minha frente. - A gente pode superar isso. Pelos meninos, por quase 10 anos de relacionamento, por favor. -
- A gente não existe mais, Andreas. - digo negando com a cabeça. - Nosso casamento acabou cinco meses atrás quando você se sujeitou a deitar com outra. -
- Meu amor. - Ele agarra meus braços.
- Me solta, Andreas. - me debato. - Eu tenho nojo de tu. Nojo. - cuspo as palavras na sua cara.
- Solta minha mãe. - Gustavo corre e se põe entre nós. - Não faz isso, papai. Por favor. - o pequeno chora. Andreas rapidamente me solta e o pega em seus braços. Todos na sala estavam chorando, o menor dizia que não queria ver os pais brigando nem separados, Andreas tentava o tranquilizar dizendo que a gente nunca ia se separar. Como estava em pé, sinto um líquido escorrendo entre minhas pernas. A bolsa.
- As meninas vão nascer. - aperto o pé da barriga para tentar amenizar a dor que começava. Os meninos me olham surpresos e eu repito. Em alguns minutos, estávamos nós cinco indo para o hospital. Essas meninas não podiam esperar mais um dia não?🔴⚫🔴⚫🔴⚫
Quem é vivo sempre aparece, não é mesmo?
Eu disse que não ia demorar muito!
Pedido de beatrix_evs
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Flamengo || One shots
FanfictionCom meu manto sagrado, minha bandeira na mão. O Maraca é nosso. Vai começar a festa! Finalizada.