Capítulo 7

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Th;

Entrei em casa e logo vi os meus pais no sofá. Tentei voltar mas o Ret tossiu e eu fiquei na frente deles.

Th: Só vim pegar as minhas coisas, valeu?

Anna: A onde vocês estavam? -falou quando a Maria entrou.

Maria: Na praia. -falou e logo subiu pro quarto dela e eu também fui em direção

Ret: Você não. -voltei e olhei pra ele que tava com um copo de café na mão

Anna: Senta, temos que conversar. -sentei na poltrona

Olhei pra eles esperando começarem a falar mas não falaram.

Th: Se vocês não falarem eu vou subir, pegar as minhas coisas e ir embora. -cocei o rosto- Tô cansadão e quero dormir.

Silêncio novamente.

Me levantei e quando eu ia subir as escadas o Ret falou.

Ret: Quando a sua mãe deu a notícia que estava grávida. -sorriu e eu voltei a sentar- A gente tinha acabado de ganhar a melhor notícia do mundo, ela tinha conquistado esse morro. Naquele momento eu pensava que nada podia ser melhor que aquilo, porra um dos maiores morros do Rio de Janeiro. -A Anna sorriu- Mas quando ela me deu aquele celular, vi um exame e o nome positivo eu logo perguntei se ela tava doente, ela pediu pra eu ler com atenção e logo depois pegou o celular de mim, deu um zoom no nome ''Teste de Gravidez'' Eu logo senti a felicidade tomar conta do meu corpo e logo depois eu vi que a porra do morro não importava porquê o amor da minha vida tava grávida de vocês.

Anna: Você me perguntou se era sério e logo depois...

Ret: Comecei a chorar... Eu sempre soube que era um menino. -sorriu

Anna: Já eu, pensava que era menina.

Ret: E quando a gente foi descobrir o sexo, a doutora disse que eram dois, um menino e uma menina. Já não bastava ser abençoado por estar esperando um bebê, fui abençoado em dobro.

Nessa hora ele já tava chorando.

Ret: Vocês sabem que eu não estive no parto, por uma escolha que não foi minha... Mas quando eu voltei e fui na casa onde vocês estavam morando, você não parava de chorar. -sorriu- Mas aí só foi eu falar que você no mesmo segundo parou de chorar e quando eu te peguei pela primeira vez. -passou a mão pelo rosto- Eu prometi a mim mesmo que eu não ia te fazer um mini Ret, eu ia te fazer um mini Filipe. Eu prometi a mim mesmo que você não seria igual a mim, você seria melhor do que essas porras todas.

Foi a minha vez de começar a chorar.

Ret: Quando a adolescência chegou nós sabíamos que ia ser difícil. -A Anna assentiu- Mas você nunca me deu trabalho, a Maria sim. -riu- Mas quando você virou adulto e te vi desmaiado na rua, parecia que não era você. -me olhou- Parecia eu e quando vi e logo me lembrei do que eu tinha prometido pra mim mesmo quando você ainda era um bebê...Veio tudo isso na minha cabeça.

Anna: A questão é, ninguém disse nada por mal...Mas a gente ficou daquele jeito porquê já passamos por isso é só nos sabemos o quanto foi difícil pra nós.

Ret: E ver o nosso filho indo pelo mesmo caminho, desmoronou a gente. Tô ligado que falei merda e se tu não quiser perdoar, o direito é todo seu.

Anna: Mas não ache que a gente tá tentando proibir você viver a sua vida. -ela se levantou- Você é novo ainda, tem muito pra viver e vai passar por muitas coisas ainda.

Ret: Se continuar vivo.

Anna: Me sinto culpada também, sinto que você fez isso porque precisava de ajuda e eu nem o seu pai estávamos lá.

Pra falar a verdade, nem eu sei se aquilo foi um pedido de socorro tá ligado? eu não tava sentindo nada no momento e depois que eu acordei eu também não senti nada.

Eu só concordei com a cabeça e subi pro meu quarto, não sabia o que pensar e muito menos o que dizer.

Tomei um banho frio e logo depois deitei na cama e quando eu quase tava pegando no sono ouvi a porta abrindo e quando olhei a Maria tava entrando correndo e com uma cara de choro. Ela se deitou na cama e me abraçou e logo depois começou a chorar, depois de tudo que aconteceu com ela ano passado, ela desenvolveu ansiedade e ataques de pânicos e quando ela sentia que tava batendo algum dos dois ela sempre vinha ficar comigo.

Eu perdia o sono de boa pra cuidar dela, mesmo antes de tudo acontecer ela já tinha essa mania de vim aqui no meu quarto e dormir comigo.

Fazia isso direto quando brigava com os nossos pais, Maria foi a mais difícil de dormir na cama sozinha, até os onze ela dormia com os nossos pais.

Th: Tá tudo bem, eu tô aqui. -apertei a mão dela que tava tremendo

Ela olhou para a janela e começou a soltar uns gritos o que fez os nossos pais entrarem no quarto correndo preocupados.

Maria: Eu vi ele. -falou desesperado- Na minha janela.

Ret: Maria Alice, olha pra mim filha. -falou tentando ganhar a atenção dela

Anna: Ele tá morto meu amor. -falou sentando na cama e abraçando a Maria junto comigo

Ret: Maria.

Nada dela olhar.

Ela tava ainda gritando, tremendo e chorando muito, tava tentando se agredir mas a minha mãe segurou as mãos delas para a Maria não se machucar.

Ret: Maria, o filho da puta tá morto. -segurou o rosto da Maria- Eu matei ele, ele tá morto! Matei ele da pior forma, eu vi o corpo dele! Eu mesmo matei.

Anna: Ele não vai mais te machucar filha, não vai acontecer mais nada com você meu amor.

A Maria concordou com a cabeça mas não parava de chorar de jeito nenhum.

Faz um ano que ela foi estuprada e torturada por um morro inimigo, que usou isso pra conseguir o comando do morro.

Maria ficou uma semana em cativeiro e o nosso pai matou o mandante, os outros fugiram.

...

O Destino Não Quis - Vol.2 [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora