O Destino Não Quis - Vol.2 [M]

Capítulo 45

Souza;

Depois que a gente descobriu que realmente a Maria tava lá por causa de mim, tudo mudou tá ligado? Ret e Th mal olham a na minha cara.

Anna é a única que conseguiu separar as coisas e disse que isso iria acontecer com qualquer mulher de bandido, mas o Ret bateu o pé dizendo que a Alice não tinha nada a ver com isso porquê a gente não tinha nada.

Eu tava fumando na laje esperando alguma ligação de SP, eu tinha decidido que iria me entregar.

Eu só tava pensando em uma maneira de fazer isso certo, pra tentar deixar a Maria fora disso até porque se eu não fosse tinha alguma chance deles liberarem ela mas me passaram a visão que a Maria já viu o rosto da maioria de quem tava por trás disso, não deixariam ela sair viva de lá nem fudendo.

Apaguei o que seria o último cigarro da minha vida e desci da laje, entrando na minha casa.

Coloquei a glock na cintura e peguei a camisa que eu tava usando mais cedo e coloquei em cima do meu ombro.

Quando eu ia colocar o celular no bolso, ele começou a tocar. DDD onze.

- Rua xXxXx, número X as 15:00 horas.

Souza: Quero uma garantia que vão deixar ela sair de lá viva. -ouvi uma risada de fundo

- A garantia é a minha palavra.

Souza: O caralho da tua palavra pra mim não serve de porra nenhuma.

- Faz o seguinte, trás alguém contigo. -passei a mão
no rosto- Você fica e ele leva ela pra casa na maior segurança.

Souza: Beleza.

- Qualquer gracinha tua ou dela, cê já sabe como as coisas
acontecem. -falou outra voz- As leis são tuas. -terminou uma voz feminina familiar

Desliguei o celular e tentei ligar novamente pro Perigo, já era a décima ligação que eu fazia só hoje para essa puto e nada dele atender.

Ele recebia mensagem normal então comecei a mandar um áudio pro filho da puta.

Souza: Ô caralho. -gritei- Vou me entregar hoje, preciso de alguém pra vim comigo.

Respirei um pouco nervoso e mandei o audio.

Souza: A Alice precisa da gente filho da puta. -passei a mão no rosto- Cadê tu irmão.

Sentei no sofá e passei a mão pelo rosto, tava sem esperança nenhuma, na moral.

Quando eu ia me levantar o celular voltou a tocar, atendi rápido e era o Perigo.

Perigo: Tá ficando maluco desgraça? -gritou- Se entregar porra nenhuma!

Souza: Então tu tá vivo arrombado? -gritei mais alto ainda, cheio de ódio- Tá geral aqui precisando de força e tu tá achando que a vida é a porra de um morango?

Perigo: Tu sabe aonde a Maria Alice tá? -gritou mais alto ainda e eu fiquei calado- Então cala a boca porra!

Souza: Tu some do nada e quer que eu te receba com uns tapinhas nas costas. -coloquei no viva voz

Perigo: Eu sumi porque eu tô cuidando da Maria. -falou mais calmo

Souza: Tu sabe onde a Maria tá? -peguei o celular e me levantei- Eu vou te matar filho da puta.

Perigo: Maria tá em Cabo Frio, eu tô em Cabo Frio.

Souza: E por que tu não disse isso antes desgraça!?

Perigo: Parece que tu não pensa! -falou em um tom bolado- Cara, sabe quanto os paulistas tão dando na tua cabeça?

Passei a mão pelo cabelo nervoso e concordei com ele.

Perigo: Isso é guerra, Souza! Tu vivi vale mais que tu morto, usaram a Maria pra levarem levar tu até ela! Tu acha mesmo que tu vai voltar dessa missão? Tu acha mesmo que a Maria volta dessa porra? Me diz!

Souza: O que tu descobriu? Tu viu ela? Mexeram com ela?

Perigo: Tá ligado o Laranjinha, ele tá envolvido nessa parada. -sentei no sofá novamente- É ele que tá cuidando da Maria. Só por causa dele não mexeram com ela, mas o mano não vai poder trair eles, tu tá ligado nisso.

Souza: Se não ele é cobrado.

Perigo: Tá ligado que ele é coração bom, só faz isso pelo dinheiro. -passei a mão pela boca- Ele não quer tua cabeça, ele só quer o dinheiro que ele tá sendo pago pra cuidar da Maria.

Souza: Oferece o dobro! -falei como se fosse óbvio

Perigo: Tu acha que eu não ofereci? Tu acha que a Maria não ofereceu? A questão era dinheiro até ele descobrir o quanto tu tá sendo procurado, tu tá fudido irmão. -respirei fundo- Se o mano deixar a Maria sair, quem vai virar alvo é ele! E só vai ser o nosso morro contra a maioria dos morros de São Paulo.

Souza: E tu quer que eu faça o que?

Perigo: Maria tá bem na medida do possível, vi ela antes de ontem. -suspirei aliviado- Laranjinha mandou o papo que tá fazendo o máximo pra não tocarem nela mas se eles quiserem, ele não pode fazer nada! A prioridade é levar tu até ela.

Perigo tava certo, isso era uma guerra, um lado com faca de cerra e o outro com metralhadoras, fuzis, bombas...

Souza: Por isso que eu vou me entregar Luan.

Perigo: Se entregar porra nenhuma! Maria é esperta, já enfrentou coisas piores e sobreviveu. Vejo ela hoje a noite, ela vai saber o que fazer. -falou em um tom animado- Ela é a fodona, metido a bandidinho de SP mete medo em uma mulher foda como ela não. -soltei um sorriso- Tão mantendo contato contigo no tão?

Souza: Tão, me ligaram a uns cinco.

Perigo: Ainda irmão, adia pra amanhã a noite.

Souza: Já é irmão, Fé pra nós.

Perigo: Volto pro morro amanhã de manhã, Maria vai saber o que fazer e vai passar a visão pra mim e a gente bota em ação.

...