Souza;
Peguei uma camisa de time colocando ela no meu ombro, fui até o balcão e peguei a carteira e o radinho que coloquei na cintura.
Já eram quase cinco da manhã e eu precisava tá na boca então já fui partindo, tirei a moto da garagem e fui em direção a boca.
Já entrei sabendo que eu tinha que ir para sala do Ret que com certeza já estava lá então bati na porta e entrei.
Souza: Bom dia. -falei entrando e sentando na cadeira de frente para a mesa dele
Ret: Só se for pra você. -falou bolado
Ele tava mexendo em algumas gavetas cheias de papéis até achar um específico e sentar na minha frente.
Ret: Vai começar como olheiro. -falou colocando a minha ficha na mesa
Souza: Qual foi pô! Sério mesmo, olheiro? -ele assentiu com a cabeça
Ret: Tu é herdeiro mas tem que começar por baixo pra aprender o valor que as paradas tem, Souza. -falou enquanto preenchia a minha filha
Souza: Maria e Th começaram assim também?
Ret: Lógico, Thiago começou desde os dez e a Maria com catorze. -me olhou- Thiago já é gerente geral e a Maria faz todos os planos de roubo, tudo passa por ela e nem começaram como olheiro que nem tu, começaram como fogueteiros então nem reclama.
Souza: Começaram como fogueteiros porquê eram crianças né Ret.
Ret: Ta reclamando muito, Souza. -me olhou bolado então fiquei calado- Teu horário eu deixo escolher, fala aí.
Souza: Prefiro de manhã.
Ret: Das seis até as dez que é a troca de turno. -assenti- Tu tem trinta minutos de descanso das sete e meia até as oito, não sei como é lá em SP mas aqui a gente não usa armas à vista em olheiro, no máximo uma glock na cintura mas com a camisa sempre cobrindo.
Souza: Ainda, mais alguma coisa? -ele me olhou e olhou para minha ficha novamente
Ret: Manda a real pra mim. -cruzou os braços- Voltasse pela Maria ou pelo o morro?
Souza: Voltei pra descobrir o que eu quero, porque São Paulo não foi uma escolha minha e sim uma obrigação, tá ligado? -ele assentiu- Também voltei por causa dela, cê sabe disso e nem precisava perguntar esse bagulho aí.
Ret: Queria ouvir tu dizendo. -me levantei e fui em direção a porta- Ela se amarra em tu. -olhei pra ele- Mas a questão é. -se levantou- Tu sentiu falta dela como ela sentiu a tua? -pegou uma glock de uma gaveta e me deu- Por que tu tem essa mania de falar muito o que os outros querem ouvir e não o que tu sente.
Souza: Eu não tenho intenção nenhuma de machucar ela, Ret. -falei sincero- Mas também não sei se quero pedir ela em casamento. -ele riu e eu peguei a glock- A minha intenção com ela é saber se é real ou não.
Ret: Boto fé, só não quero que nenhum dos dois saiam machucados. -se sentou novamente- Tô falando isso por experiência própria, indecisão é a pior coisa que tem.
Fiquei mais alguns minutos até ele me dispensar, fui saindo da boca e encontrei com o Perigo e o Vt entrando mas o Luan mal olhou na minha cara.
Vt: Primeiro dia? -assenti e abracei o meu pai
Souza: Olheiro, acredita. -falei mostrando a glock na cintura
Vt: É filho, vai ter que começar por de baixo. -gastou - Tua mãe vai fazer um almoço mó da hora hoje, mandou avisar pra a gente brotar lá mais tarde.
Meus pais são muito loucos, nunca ficaram juntos realmente mas tem uma história muito foda.
Souza: Já é mas agora eu preciso trabalhar, já já é a troca de turno, fé fé. -falei fazendo toque com ele e saindo da boca, indo em direção a entrada
Aproveitei que ainda faltava alguns minutos e dei uma entrada na padaria, peguei pão e café mesmo, tava numa larica brava.
Vi um soldado passando e chamei ele, mandei o padeiro colocar pão e mortadela pra viagem e mandei o mano lá entregar na minha casa para a Maria.
Peguei o celular e mandei mensagem para ela.
"Atende aí, café da manhã"
Paguei a conta e fui em direção a entrada, cheguei na hora certinha da troca de turno. Cumprimentei geral ali e fiquei na minha posição.
Horário muito agitado, morador indo trabalhar e criança indo para escola, horário mais cansativo do dia sem nenhuma dúvida.
- Qual foi mano, tu é novo aqui? -assenti e fiz toque com ele- Orelha, satisfação.
Souza: Souza. -falei vendo uma mulher entrar
Cara de paty enjoada então mandei logo parar e dar a bolsa, o Orelha foi revistar ela e eu despejei as coisas da bolsa em uma calçada.
Celular, remédio e algumas roupas.
Souza: Tu faz o que aqui, garota?
- Sou babá. -falou quando terminou de ser revistada
Orelha: Papai cortou a mesada foi? -gastou e eu soltei um sorriso de lado enquanto entregava a bolsa pra ela.
Souza: Alguém pode confirmar isso? -ela assentiu
- O Ret já me conhece, já tive esse problema antes.
Peguei o radinho e acionei o Ret.
Souza: Ret, tem uma paty aqui falando que é babá, fala o teu nome aí. -entreguei o radinho pra ela já sem paciência
- Carina. -peguei o radinho da mão dela e o Ret logo depois respondeu.
Ret: Deixa a mina entrar, ela trabalha para uma moradora daqui.
O Orelha deu passagem para ela e logo depois ela começou a subir o morro com uma cara de puta.
Orelha: A gente não pode fazer nada se a mina tem cara de paty de pista. -riu e deu de ombros
Souza: Mó cara de enjoada, sem tiração nenhuma.
Senti o meu bolso vibrar então peguei o celular e tinha resposta da Maria.
"Já sai da sua casa a muito tempo"
Bloqueei o celular e olhei para a entrada novamente.
Orelha: Pela cara, brigou com a mulher. -me olhou gastando
Souza: Tipo isso.
...
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O Destino Não Quis - Vol.2 [M]
Teen Fiction- Maria Alice e Souza 2ª Temporada de "Lance Proibido" Eu sei que sobre nós tudo é sempre complicado Mas, um dia vai se descomplicar, pode acreditar.