Capítulo 43

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Maria;

Eu tava em alguma casa em Cabo Frio, os fardados tinham me pegado e finalmente eu tinha descobrido que a Estrela que eles procuravam, era eu.

O que era estranho porquê ninguém fora do morro sabia que eu era a herdeira, nunca me envolvi diretamente ao tráfico.

Mas a única coisa que tava na minha mente era que eu iria ser novamente estuprada e pra ser sincera, eu preferia a morte.

Eu tava amarrada na cama e com uma fita isolante na boca e pra completar eu também estava vendada.

Sentia a minha respiração ficando mais acelerada e aquilo era sinal que eu ia ter uma crise logo logo, já faziam três dias que eu estava aqui e o que me assustava era que em momento algum eles se comunicavam comigo, apenas me davam água de uma e uma hora e comida de seis e seis horas.

Ouvi a porta sendo aberta e senti o meu colchão afundar logo em seguida, senti alguns toques no meu corpo o que me fez ficar muito assustada, era agora, você vai ser estuprada, Era o que eu dizia mentalmente.

Senti as minhas pernas finalmente ficarem livres e logo depois os meus braços só que antes que eu pudesse movimentamos eles foram segurados.

- Vou colocar tu pra caminhar um pouco, sem showzinho. -sussurrou no meu ouvido e eu assenti

Ele foi me levando até a porta pois ouvi ela sendo aberta e logo depois saímos pra fora, senti o sol batendo na minha pele e dei uma respirada funda.

Maria: O que vocês querem comigo? -falei baixo e ele não respondeu

A gente continuou andando, ele tava me segurando porque eu ainda estava vendada e aquilo me deixava mais apreensiva ainda.

Maria: Você pode tirar a venda? eu tenho ansiedade e tô quase entrando em uma crise de pânico

Ele me encostou em uma parede e tirou a minha venda bem devagar, os meus olhos ainda estava fechados então eu fui abrindo de pouquinho a pouquinho.

Maria: Obrigada. -respirei fundo e olhei para baixo

A gente voltou a andar e eu comecei a ter muita falta de ar.

- Tá começando? -eu assenti- Então vamo voltar.

Voltamos para a casa e ele novamente me colocou no quarto só que dessa vez não me amarrou.

- Tu toma quais remédios? -falou tirando o celular do bolso

Maria: Benzodiazepina.

Ele assentiu e mandou uma mensagem no celular, eu me abracei e fiquei olhando para a parede, tentando me acalmar.

Comecei a chorar e senti a minha boca ficar muito seca, voltei a tremer e a ficar sem ar.

Ele se sentou na minha cama e me olhou.

- Tu tá ligada onde tu tá? -eu neguei

Maria: Só sei que vocês são da bope. -ele riu e negou- Não?

- Não. -se levantou e foi em direção a porta, me olhou novamente e riu- Se nós fôssemos da bope tu não tava viva. -ele piscou e saiu da sala

É aquilo só me deixava mais apavorada ainda.

Encarei as quatros paredes e nenhuma delas tinha nem sequer uma janela, a única luz que tinha aqui era um abajur que estava um pouco rachado mais ainda sim funcionava.

Não demorou muito para ele entrar novamente no quarto e me dar o meu remédio, eu tomei e ele logo depois me olhou.

- Tu vai ficar uma cota aqui. -eu olhei pra ele- Faz parte do plano.

Maria: Que plano? -olhei pra ele

- Trazer o Souza até nós.

Eu engolir seco e logo depois encostei a minha cabeça na parede.

Maria: Por que eu? -olhei para ele

- Por que você é o ponto fraco dele.

Eu tava querendo rir mas o remédio fez efeito então eu fiquei calada.

Maria: Ele não vai botar a cara por mim, pode ter certeza. -fechei os olhos- Mas meus pais sim, Th e Perigo. -bocejei- Souza não.

- Tu não sabe a importância que tu tem pra ele então. -ele riu e abriu novamente a porta do quarto- Não teve um dia que ele não falava de uma tal de Maria Alice. -saiu do quarto

Fiquei pensando em tudo que ele disse mas ainda bato o pé no que eu acredito, ele não vai vim.

...

O Destino Não Quis - Vol.2 [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora