Maria;
Já se faziam uma semana que eu estava ali, descobri o nome do cara que tava cuidando de mim, Rafael.
Tinha acabado de amanhecer quando ele entrou no quarto, me olhou e cruzou os braços.
Rafael: Cê tava certa, ele não vem. -eu assenti com a cabeça e me levantei da cama
Maria: Vocês entraram em contato com ele? -falei bebendo um pouco da água e ele assentiu
Rafael: Teus pais ofereceram cento e cinquenta mil reais.
Eu nem fiquei surpresa, meus pais realmente fariam isso é logo agora que descobriram que não eram da Polícia.
Maria: Você não vai mandar o papo mesmo? -ele negou- Queria apenas saber o motivo de eu estar aqui.
Rafael: Já te falei garota, tu é importante pro mano lá. -me olhou- Pelo menos eu pensava que era. -deu de ombros
Maria: Eu sou mas não o suficiente para ele se entregar. -me sentei novamente- E qual seria a proposta? -olhei para ele curiosa
Rafael: Souza tá jurado de morte na maioria dos morros de SP, quem levar ele primeiro se torna o dono de vários morros lá. -ele sorriu- Tudo é questão de poder. -me olhou- Além do morro dele tá cheios de problema.
Maria: Mas isso é o motivo dele estar jurado de morte?
Rafael: Também. -se levantou- Se liga, não tá nos nossos planos fazer alguma coisa contigo mas se for necessário para atrair o mano lá, a gente vai.
Eu engoli a seco e deitei novamente na cama, olhei pro teto e comecei a ter vontade de chorar.
Rafael: Tá bem grandinha pra chorar. -gastou e sentou na minha cama- Tu é maneira garota. -me catucou- Não precisa chorar cara.
Maria: Você acabou de dizer que se for necessário vocês fazem o que quiserem comigo e tacam o foda-se.
Rafael: Não sou eu que dá as ordens tá ligada? -assenti- Eu não sou nada nessa porra, só faço o que me mandam. -eu olhei para ele e assenti novamente
Ele olhou para a porta e depois me olhou.
Rafael: Perigo tá entrando em contato comigo. -falou baixo
Maria: O que? -sentei na cama
Rafael: Ele tá na casa ao lado, só não vem aqui porquê essa porra é vigiado.
Maria: E como ele sabia?
Rafael: Moleque é inteligente, descobriu antes de todo mundo. -eu sorri e assenti com a cabeça- Quero te assustar não tá ligada? E também não quero o teu mal, só quero o meu dinheiro. -deu de ombros
Maria: Me deixa sair pô, te dou assistência! -ele negou
Rafael: Se eu te deixar sair morena, eles vem atrás de mim. -foi em direção a porta- Qualquer coisa é só chamar.
Ele trancou a porta e uma parte de mim tava aliviada pelo Luan estar na casa do lado e a outra tava preocupada pois não eu não conseguia imaginar quanto tempo eu passaria aqui.
Só sei que se essa ideia de trazer o Souza até mim não funcionar, eles vão atrás dele do mesmo jeito.
Eu passei a tarde toda dormindo, eram umas sete horas quando entraram trazendo a minha janta, era outro cara que trocava de turno com o Rafael.
- Levanta. -eu me levantei e ele colocou a comida na mesa do canto
Ele revistou o quarto inteiro e não encontrou nada, fez sinal para eu sentar novamente e foi em direção a porta.
- Fica esperta ein garota, quero nenhuma gracinha não.
Eu só fiquei calada e quando ele saiu eu comecei a comer, era um miojo de galinha normal.
Quando eu estava quase dormindo eu ouvi a porta se abrindo e logo depois o Rafael entrou, eu olhei para ele assustada e ele mandou eu levantar.
amarrou as minhas mãos e a gente foi saindo, mas demos de cara com o outro cara lá.
- Vai pra onde com a garota?
Rafael: Ansiedade dela atacou, a menina precisa de ar.
Eu abaixei a cabeça e logo depois voltamos a andar para fora da casa, quando estávamos chegando na esquina ele virou a rua e fomos em direção a entrada de trás para a casa do lado.
Rafael: Tô ligado que tu tá assustada então fiz os meus corres pra tu falar com o moleque lá. -falou batendo na porta
Ele me desamarrou e não demorou muito para o Luan abrir a porta e eu pular em cima dele. Não consegui conter as lágrimas, comecei a chorar desesperadamente.
Perigo: Você tá bem? -falou todo preocupado- Fizeram algo contigo? -passou a mão pelo meu rosto
Maria: Eu só quero ir pra casa. -falei chorando e ele olhou puto pro Rafael
Rafael: A mina tá inteira no tá? -o Perigo me afastou e me olhou nos olhos e eu assenti- Ninguém tocou um dedo dela, ainda.
Perigo: Ainda? -ele riu- Se tocarem um dedo sequer nela eu meto bala em vocês todos.
Ele me abraçou novamente e começou a sussurrar no meu ouvido que tudo iria ficar bem e que ele daria um jeito nisso.
Rafael: Tenho que levar ela de volta em dez minutos. -sentou em cima da bancada
Perigo: Eu não vou deixar nada acontecer contigo. -passou a mão pelo meu cabelo- Vou fazer o possível e o impossível pra tirar tu daqui -beijou a minha testa
Maria: Você fala pra eles que eu tô bem? -ele negou
Perigo: Fiz um trato com o Laranjinha. -apontou para o Rafael
Maria: Laranjinha? -olhei para o Rafael- Vulgo bonitinho. -ri
Laranjinha: Tiro esse sorriso da tua cara em um segundo. -apontou para mim
Perigo: Sumi do mapa, ninguém sabe que eu tô aqui
Maria: A onde a gente tá afinal? -voltei a olhar para o Luan
Perigo: Cabo Frio.
Eu abracei o Luan e ficamos em silêncio pelos últimos quatro minutos.
Laranjinha: Temos que voltar. -falou me puxando
O Luan se levantou, beijou a minha testa e disse novamente que tudo iria ficar bem.
Perigo: Eu te amo, sempre vou estar contigo. -acariciou o meu rosto
Maria: Eu te amo. -abracei ele
O Rafael me amarrou novamente e a gente saiu daquela casa, voltando para aonde eu estava ficando.
...
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O Destino Não Quis - Vol.2 [M]
Ficção Adolescente- Maria Alice e Souza 2ª Temporada de "Lance Proibido" Eu sei que sobre nós tudo é sempre complicado Mas, um dia vai se descomplicar, pode acreditar.