Maria;
Tava arrumando as coisas para ir lá no Kauã até que a minha mãe entrou no quarto e logo depois se sentou na minha cama.
Olhei para ela que fez careta e eu me levantei pra sentar do lado dela.
Anna: Tá indo pra onde?
Maria: Vou dormir lá no Kauã. -ela me olhou surpresa
Anna: Você não acha que vocês estão indo rápido demais, não? Você e ele não são a mesma pessoa de sete anos atrás.
Maria: Ele é meu amigo, mãe! Relaxa. -falei enquanto encostava a cabeça no travesseiro
Anna: Eu só tô te avisando por que amor de pressa não é amor, é tesão. -se deitou do meu lado- Vocês ainda se gostam? -fiz careta
Maria: Não sei, tô falando por mim. -olhei para ela- Cê sabe que eu sou muito difícil de me abrir, demonstrar sentimentos já o Kauã sempre foi muito aberto com tudo. -ela assentiu- Não sei se a gente ainda tem aquela conexão de antes...Quer dizer, nem sei se era uma conexão mesmo! Éramos crianças.
A minha mãe nunca foi tão boa nas conversas, ela sempre deixava isso pro meu pai pois sentia que as vezes não era uma ótima mãe por não saber o que dizer ou o que fazer em certas horas mas ela nem imagina que essas poucas conversas que ela teve comigo, me ajudaram bastante.
Anna: Eu quero que você me prometa uma coisa. -olhei pra ela- Se um dia amar alguém, fale! Mesmo que tenha medo de não ser a coisa certa, mesmo que você tenha medo de causar algum problema, mesmo que tenha medo que aquilo foda a sua vida, você tem que falar...Sabe por quê? -neguei- Porque não demonstrar sentimentos te torna uma pessoa fraca e não forte como você pensa. -sorriu- Porque pra demonstrar sentimentos você precisa ter coragem.
Maria: Eu prometo. -sorri e abracei ela
Anna: Avisa pro Souza que amanhã de sete e meia eu quero ele lá na boca. -falou enquanto saía do quarto
Terminei de arrumar a mochila e mandei mensagem pro Kauã.
"Vem"
Desci as escadas e vi o Th e uma loira chegando, os dois um pouco bêbados mas nada de mais.
Th: Tá indo pra onde?
Maria: Vou dormir fora. -falei enquanto colocava a mochila nas costas
Ouvi o barulho da moto do Kauã e passei por eles mas os mesmos voltaram para fora, curiosos.
Maria: A mãe tá em casa mas acho que o Ret vai trabalhar até de madrugada então não perturba muito. -virei pra olhar pro Th
Olhei para a loira que tava fitada no Kauã que também não parava de olhar pra ela, desci a calçada e encarei o mesmo que agora não me olhava.
Souza: Bora? -assenti com a cabeça- Th, Clara.
Th: É nós irmão. -falou fazendo um dois com os dedos
Clara: Souza. -sorriu sem mostrar os dentes
O Souza deu a partida e chegamos na casa dele em dois minutos, era pertinho daqui. Ele abriu a porta e eu fui logo me jogando no sofá que inclusive percebi que era novo.
Maria: Deu fim no outro? -falei tirando a mochila das costas e colocando no chão
Souza: Muito pequeno. -falou colocando a chave da moto em cima do balcão e se sentando do meu lado- Fiquei sabendo do bagulho das roupas, fodona tu é.
Maria: Aí, eu sei. -falei debochada enquanto mexia no cabelo
Souza: Mas e aí, tá precisando de ajuda não?-eu assenti
Maria: É sempre bem vinda né mas tenho certeza que tu não consegue nem cortar um tecido reto. -gastei e ele fechou a cara
Souza: Nunca duvide de mim. -fiz careta e peguei o meu caderno de rascunhos que eu tinha colocado dentro da mochila
Maria: Esses daqui são alguns modelos que já estão prontos. -falei abrindo o caderno e ele olhava tudo com atenção- Eu tenho que medir todas as crianças uma semana antes pra não ter risco de ficar menor ou maior...Eles perdem peso muito rápido. -Ele me olhou
Souza: São lindos, papo reto. -sorriu enquanto folheava o caderno- Eu lembro quando tu fazia as roupinhas pras barbies. -fiz careta e ele riu
Maria: Fazer o que né? Tá no sangue. -dei de ombros e ele voltou a olhar para mim
Ele fechou o caderno e se aproximou ainda mais de mim fazendo a gente se encarar mas nenhum dos dois faziam nada e aquilo já tava me irritando mas aí ele colocou o meu cabelo para trás e segurou o meu queixo, trazendo um pouco mais para perto dele o que fez ele olhar pra minha boca e depois pros meus olhos.
Encostei os meus lábios no dele e ele me beijou como se precisasse daquilo para viver, nunca tinha sentido aquilo em um beijo antes, me fez sentir uma corrente elétrica passando pelo o meu corpo todo e acabei suspirando quando senti a sua língua em contato com a minha. Sentei no colo dele sem em nenhum momento parar o beijo enquanto sentia a mão dele deslizando pela minha cintura e a outra estava passeando pelos meus cabelos.
...
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O Destino Não Quis - Vol.2 [M]
Ficção Adolescente- Maria Alice e Souza 2ª Temporada de "Lance Proibido" Eu sei que sobre nós tudo é sempre complicado Mas, um dia vai se descomplicar, pode acreditar.