Capítulo 47

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Maria;

Ela se acha muito esperta, só pode.

Eu e o Laranjinha estávamos voltando para a casa e ele me trancou no quarto novamente, estávamos esperando o outro lá chegar.

O Luan disse que iria cuidar disso e eu sei muito bem o que "vou cuidar disso" significa.

Não demorou muito para eu escutar o barulho do tiro e a porta ser aberta, Laranjinha tava colocando uma toalha em cima do corpo do cara lá enquanto o Luan limpava a glock e colocava uma mochila nas costas.

Perigo: Ret e Anna já foram avisados, eles já foram rastreados e o Souza só tá esperando por tu.

Laranjinha: Alguém já falou que tu ia ser ótima no tráfico? Comandando o morro talvez. -abriu a porta e a gente saiu- Tu é mó inteligente garota.

Maria: Eu só ligo os pontos e sempre tenho um pé atrás com as pessoas, por isso hoje em dia eu sei quem realmente tá do meu lado para somar ou apenas para atrasar. -abracei o laranjinha de lado- Valeu aí por cuidar de mim, sem brincadeira nenhum.

Laranjinha: Tu é maneirinha. -falou com cara de nojo e logo depois beijou a minha cabeça

A gente entrou no carro e o Luan deu partida para o Rio.

Quando chegamos a gente tentou ser os mais discretos possíveis, fomos avisados que já tinham gente aonde os três foram rastreados é que nenhum iria sair dali até a gente chegar ou seja, já sabem que deu merda.

Perigo: Ret deu uma ordem escritinha para eu seguir. -me olhou pelo retrovisor- Quer te ver antes de tudo. -eu sorri

Laranjinha: Ret é quem? -perguntou curioso

Maria: Meu pai, dono disso aqui.

Laranjinha: Pede pra ele me arrumar um emprego aí, na moral. -o Perigo riu

Perigo: Tu não gosta de ficar em um lugar só, Laranja. -negou- Ret gosta de quem tem comprometimento com o lugar, se tu ficasse mais de duas semanas aqui tu ia ficar maluco. -o Laranjinha riu

Laranjinha: Quem sabe um dia, né não? -encostou a cabeça no vidro

Luan estacionou na rua de trás da boca onde os meus pais estavam e a gente foi em direção a entrada de trás que dava de cara com a sala do meu pai.

Não demorou nada para o Luan abrir a porta e nós três entrarmos na sala, dei de cara com o Souza que me puxou para um abraço.

Abracei ele de volta e senti uma vontade enorme de chorar, eu precisava daquele abraço, precisava desse momento.

Ele colocou uma mão no meu cabelo e começou a beijar a minha cabeça e eu passei as minhas mãos pela a sua nuca, afastei o meu rosto do peito dele e ele segurou o meu queixo, fazendo o meu rosto subir um pouco.

Souza: Você tá bem? -falou um pouco baixo

Maria: Tô, tô bem. -assenti com a cabeça e ele me puxou novamente para um abraço

Souza: Me desculpa, na moral. -falou só para eu ouvir- Eu não deveria ter te deixado lá, me desculpa Alice. -beijou a minha cabeça

Maria: A culpa não é sua, tá bom? -falei no mesmo tom- Eu tô bem, isso que importa. -ele assentiu e a gente continuou abraçados

Ret: Vai desgrudar nunca? -falou me puxando e o eu ri, finalmente abraçando ele e a minha mãe- Vou botar um segurança pra andar contigo, noite e dia, dia e noite.

Maria: Tava com tanta saudades pai. -falei enquanto sentia algumas lágrimas caírem

Anna: Você tá bem meu amor? Tem certeza? -falou enquanto fazia cafuné no meu cabelo-

Maria: Eu tô bem mãe, o Laranjinha cuidou muito bem de mim. -ela assentiu e o meu pai beijou a minha cabeça

Ouvi a porta novamente ser aberta e era o Thiago, corri pros braços dele que estava com os olhos inchados.

Th: Desgraçada. -me abraçou forte

Passei mais ou menos trinta minutos ali e depois fui junto com o Souza até a minha casa, tava doida pra tomar um banho e lavar esse meu cabelo.

Maria: Vou demorar um pouco então se tu não quiser esperar eu te aviso quando eu tiver pronta.

Souza: Não vou sair mais do teu lado não, eu espero. -falou sentando no sofá

A gente ficou se encarando um pouco até ele dar as costas pra ir até o sofá mas eu fui mais rápida e puxei ele de volta. Ele segurou o meu rosto com as duas mãos e a gente se beijou, foi um beijo calmo com gosto de saudades, um beijo com o significado tão bom que eu não queria que acabasse.

Nossos rostos foram se afastando de pouco a pouco até ele me puxar para um abraço e eu começar a chorar.

Souza: Tá chorando por quê?

Maria: Porque eu sei que você sentiu. -ele me olhou- O mesmo que eu senti quando você foi embora.

Souza: Me senti perdido, não sabia o que fazer e também me senti culpado. -eu assenti- Tive medo de te perder.

Maria: Você não vai me perder. -ele me pegou no colo e a nos levou até o sofá

Eu me deitei no ombro dele e encostei o meu rosto em seu pescoço. Fiquei por horas sentindo aquele cheirinho de lar que só ele tem. E eu sentia que era onde eu queria estar para o resto da vida.

Eu olhei pra ele e depois se alguns segundos ele percebeu que eu estava o encarando.

Maria: Eu tentei, mas não consigo ficar longe. Não quero você longe de mim, eu te amo.

Souza: Eu quero que tu fique ligada em uma coisa. -acariciou o meu rosto- Pode existir vários obstáculos mas eu nunca vou desistir de você, eu te amo.

Apesar dos nossos erros, eu sou apaixonada por nós.

...

O Destino Não Quis - Vol.2 [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora