Capítulo 6

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Souza;

Voltamos para a areia e a Maria já começou a reclamar.

Maria: Nunca mais compro as lingeries que a Vitória vende. -falou enquanto se sentava do lado do irmão- Olha pra isso, transparente!

Olhei pra ela e realmente, dava pra ver tudo. Ela tava com uma lingerie preta de renda.

Th: E tu ainda manda a gente olhar, mandada! -falou bravo jogando a blusa dele pra ela vestir

Maria: E quem disse que eu quero a tua blusa? -riu. jogando de volta- Cadê? Quero fumar. -falou se levantando e sentando do meu lado- Cadê a verdinha dos ganhadores?

Souza: Falaram tanto, agora tem que pagar. -olhei pra Maria e ela concordou me abraçando e eu empurrei ela- Sai pra lá, cão.

Maria: Bom que eu não divido a maconha contigo. -deu língua

Souza: Se liga, quem dá língua pede beijo.

Maria: Eca! Quero pegar sapinho não. -Perigo riu

Perigo: Dois nojentos. -falou enrolando o baseado e dando pra a gente

Os outros fizeram o mesmo, toda maconha que tinha foi dada pra mim e para a Maria. Os outros ficaram apenas no vape.

Maria: Não sei como alguém consegue gostar disso.

Souza: Nem eu, coisa ruim.

Lara: Pela primeira vez vocês concordam em algo. -riu enquanto soltava a fumaça do vape

Souza: Mas isso é o básico, quem acha isso bom é porquê nunca fumou uma maconha da boa.

Perigo: Concordo. -falou enquanto mexia no celular- Vitória tá perguntando aonde a gente tá.

Maria: Diz que a gente foi pra casa, se falar que a gente veio pra praia ela vai ficar mais bolada do que já tá.

Peguei o celular e já era duas da manhã, geral decidiu entrar no mar de novo mas eu e chatinha ficamos na areia.

Maria: É sério que tu não vai falar o porquê que foi pra SP? -falou enquanto guardava o celular e me olhava

Souza: Por que tu quer saber? -olhei pra ela

Maria: Porque você foi embora sem dizer nada, tínhamos apenas treze anos e quando eu esperei pra a gente ir juntos para a escola, a Dani me falou que cê tinha viajado.

Fui embora do Rio quando eu tinha treze só, eu e ela sempre fomos muito próximos e tô ligado que magoei ela quando do nada eu sumi sem dar explicações.

Souza: O Cobra tinha alguns morros em SP, tive que ir lá pra ver se eu queria herdar.

Maria: E então você ficou lá por sete anos e nunca tentou ligar, entrar em contato comigo ou com a gente? -Se aproximou

Souza: Eu era novo, Alice. -ela me olhou e vi os seus olhos brilharem, ninguém chama ela de Alice, era uma coisa nossa- Tava vivendo uma coisa que eu não pedi e sim, tentei entrar em contato mas tu não atendia a porra do telefone.

Maria: Tanta coisa aconteceu depois que você foi embora. -ela se abraçou e eu neguei

Souza: Não acho, quando eu voltei tive a sensação que nada mudou.

Maria: Isso é o que você acha. -sorriu sem graça pro nada

Souza: Tá querendo me dizer o que?

Maria: Tô querendo te dizer que as coisas não é como você tá pensando, muita coisa mudou, eu mudei, você mudou, todos mudamos.

Me aproximei mais dela e ela me abraçou, fiquei fazendo cafuné no cabelo dela enquanto a gente via os outros brincando na água.

Maria: Senti tua falta, Kauã. -me olhou

Souza: Eu também senti a tua, Alice.

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Esperamos o sol nascer para irmos para a casa, subi na moto e dessa vez trocamos, Lara foi com o Luan e a Maria e o Thiago comigo. Luan deu partida e eu só segui.

Quinze minutos depois chegamos no morro que tava a coisa mais linda, papo reto.

Estacionei na rua dos dois e o Th fez toque comigo enquanto a Maria saia da garupa ajeitando o cabelo, Thiago entrou e ficou só eu e ela na rua.

Maria: Valeu. -falou me dando o capacete

Souza: Por que tu é assim hein? -ela me olhou sem entender- Desde criança tu do nada muda de humor.

Maria: Uau, com quem será que eu aprendi isso? -sorriu e eu mandei dedo pra ela

Souza: Quer ir lá em casa não? -ela cruzou os braços sorrindo de lado- Deixa pra lá. -dei outro sorriso

Maria: Tchau, Souza.

Souza: Tchau, Maria.

Dei partida com a moto e olhei pelo retrovisor ela entrando em casa.

Abri a garagem no pianinho, sem fazer barulho nenhum e logo depois entrei em casa e quando eu ia subir pro meu quarto vi o Vt sentado no sofá me observando.

Vt: Bom dia pra você também, Kauã. -se levantou- Chega de SP e nem vem falar comigo, some a festa inteira e chega de madrugada.

Souza: Foi mal, pai.

Foi o que eu precisei falar pra ele parar de marra, me puxou pra um abraço.

Vt: Tava com quem porra?

Souza: Com a galera, depois da briga do Ret e do Thiago, resolvemos dar uma volta. -sentei no sofá junto com ele- Só isso.

Vt: Já viu geral? Ret comentou que quando chegou cê tava sarrando na filha dele, perde tempo não né.

Souza: Fofoqueiro ele. -me levantei- Tô com mó sono, vou subir.

Vt: Tá querendo mudar de assunto, isso sim.

Souza: Você que tá dizendo, não eu. -falei subindo as escadas- Te amo, pai.

Vt: Te amo, filho.

Subi pro meu quarto e quando abri a porta vi a Vitória dormindo na minha cama, passei por ela e entrei no banheiro, tomei um banho rápido e botei uma cueca e logo depois um short de dormim, deitei do lado dela e peguei no sono.

...

O Destino Não Quis - Vol.2 [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora