Capítulo 14

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Souza;

Deixei a Alice na UFRJ e subi pro morro, passei devagarzinho pros vermes não suspeitarem e deu tudo certo.

Estacionei em frente ao barzinho onde o Th, Perigo e eu resolvemos tomar uma e já percebi que tinha mais um na mesa então fui até eles e me sentei do lado do Th.

Souza: Qual foi desse menor aí. -falei enchendo o meu copo

Th: Se apresenta aí, Nego.

Nego: Qual foi, suave? -falou fazendo toque comigo- Sou o segurança da filha do Ret.

Perigo: Segurança só no morro. -ele assentiu

Souza: É tu que vai buscar ela? -ele assentiu novamente

Nego: Por isso tô só na coca.

Th: Gente fina demais o Nego, começou com a gente de aviãozinho.

Souza: Boto fé.

Clima gostozinho demais, conversei que só com o Nego e realmente o cara era maneiro, tinha umas ideias de fazer uma escolinha de futebol e um studio de ballet que o mano admitiu que era ideia da Alice já que as antigas fecharam.

Th: A gente ano passado, nessa mesma época fizemos arrecadação de brinquedos, tá ligado? Natal chegando e as crianças não ganham nada.

Perigo: E cestas básicas também, pra todo mundo ter o que comer.

Nego: Todo mês a gente faz essa distribuição de cestas básicas pro pessoal daqui.

Souza: Movimento top demais, papo reto.

Th: Ver a felicidades dos moleques tem preço não.

Perigo: A Maria também participa, ela faz roupas de natal e de ano novo para maioria das crianças e adolescentes daqui. -olhei pra ele surpreso

Sei que a Alice tem um coração de ouro mas nunca imaginaria que ela fazia roupas pra doar.

Th: Ela começa a fazer início desse mês pra entregar antes do dia vinte e quatro.

Hoje é dia quinze então faltava menos de nove dias pra ela entregar tudo.

Souza: E são quantas crianças?

Perigo: Umas quarenta crianças e uns quinze adolescentes.

Nego: Ela fecha as vagas rápido se não, não daria conta. -o Th assentiu com a cabeça

Th: Minha mãe também ajuda, são só ela duas e as vezes as minas chegam lá pra ajudar.

Souza: Trabalhão esse. -geral assentiu

Ficamos tomando mais algumas e quando deu a hora o Nego foi buscar a Alice pois o Ret acionou ele, ficando só eu, o Th e o Perigo.

Perigo: Caralho... -falou fitando uma pretinha que subia junto com uma loirona.

Th e eu olhamos também e o filhão fez o favor de assobiar pra elas o que fez as mesmas olharem para nós.

Mordi o canto inferior do meu lábio o que fez a loirinha sorrir e parar junto com a outra e virem até a gente.

Th: Muito lindas vocês, posso saber o nome? -falou na maior cara de pau

Acabou que a loira se chama Clara e a pretinha Eloysa e se sentaram com a gente.

Perigo: Cês são daqui mesmo? -elas assentiram- Nunca vi vocês aqui.

Clara: Chegamos faz umas duas semanas, deve ser por isso.

Eloysa: Somos irmãs então quando uma vem a outra também resolve vim. -riu

A loira não tirava os olhos de mim e eu também não tirava os dela, bonita era pouco pra ela, papo reto.

Clara: Mas e vocês? Perguntam muito e falam pouco.

Th: Sou o Th, aquele lá é o Perigo. -falou apontando pro Luan- E esse daqui é o Souza. -bateu no meu peito

Clara: A gente se conhece? -cruzei os braços e encarei ela novamente- Tu é muito familiar.

Souza: Sei não pô. -coloquei o boné de lado- Fala tu.

Clara: Rocinha? -neguei e ela fez careta- Posto oito? -neguei novamente e ela me olhou pensativa- Paraisópolis? -Arqueei a sobrancelha e ela sorriu- Nunca esqueço um rosto. -mordeu os lábios

Ela era bem familiar mas ainda não me lembrava totalmente.

Souza: Clara o que?

Clara: Silva. -assenti com a cabeça

Souza: Meu baile de despedida. -ela sorriu confirmando- Tô ligado.

Olhei pro Th que tava com a cara fechada e eu ri, dizendo que eu tava de boa e então ele e a Clara começaram a conversar e no mesmo o tempo vi o Nego subindo com a Maria na garupa, peguei o celular e mandei mensagem pra ela.

"Dorme comigo hoje"

Bloqueei o celular e vi que eu tava sobrando, Perigo já tava se levantando junto com a Eloysa e o Th e a Clara tavam conversando então deixei vintão nas mãos do Th e fui em direção a minha moto.

Tirei a chave do bolso e vi a Clara me encarando, mandei uma piscadinha pra ela e dei partida pra minha goma, tava cansadão e amanhã era o meu primeiro dia na boca então eu tinha que descansar.

Assim que eu cheguei em casa e fui em direção ao banheiro a Maria tinha me respondido.

"Tá carente? Compra um hamster"

"Brinca muito"

"Só vou se você vier me buscar, sem paciência nenhuma pra ir andando"

"Chatona, puta que pariu"

"Posso fazer nada se eu não sei dirigir"

Revirei os olhos e mandei a última mensagem.

"Arruma as coisas e me avisa pra eu ir te pegar"

Ela visualizou e eu entrei pro banho.

...

O Destino Não Quis - Vol.2 [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora