Capítulo 67

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Maria;

Fiquei tão preocupada em deixar ele sozinho que não resisti e entrei com ele no box.

Ele estava com a cara de sempre, tentando manter a postura mas eu sabia que ele não estava bem. Depois de colocar tudo que te machucou pra fora, ninguém fica bem.

Lembro de fazer isso quando ele estava drogado, foi quando ele me pediu em namoro pela primeira vez, lá na casa de praia.

Como de costume ele me agarrou e me jogou para de baixo da ducha com ele e diferente da outra vez, eu não fiquei irritada apenas envolvi os meus braços nas suas costas e ficamos ali, de baixo da ducha por alguns minutos.

Meus olhos estavam fechados e acredito que os dele também, abri por um milésimo segundo e vi que eles realmente estavam fechados. Passei a minha mão pelos os fios de cabelos dele, o que fez várias gotas de água se espalharem no ar.

Maria: Você tá bem?

Perguntei na maior timidez do mundo, não costumamos ser assim e ele ter abrindo esse espaço pra mim realmente foi muito especial, ele confiava em mim.

Souza: Eu vou ficar, já falei pra você não se preocupar com isso. -falou ainda sem me soltar

Maria: Eu não estou perguntando se você irá ficar bem, estou perguntando se você está bem.

Ele finalmente abriu os olhos, me encarou e assentiu com a cabeça enquanto respirava fundo.

Souza: Eu tô bem e você está aqui. -murmurou

Maria: E eu sempre vou estar.

Ele me olhou e assentiu com a cabeça, deu as costas pra mim e fechou o chuveiro. Fiquei olhando cada passo que ele dava e aquilo me assustava, ele mudou de humor de repente e agora está agindo como se nada tivesse acontecido.

Maria: Não faça isso. -ele me olhou- Não faça isso com você, não faça isso comigo.

Ele continuava me olhando mas agora como se não tivesse acontecido nada e isso me assustava mais ainda.

Maria: Isso não é normal. -falei baixinho

Souza: Não vou ficar revivendo o passado, Maria Alice. -virou de costas novamente- Caralho eu preciso muito fumar.

Ele saiu do box, pegou o roupão e saiu do banheiro me deixando lá sozinha.

Respirei fundo, voltando a ligar a ducha e comecei a tomar um banho bem demorado. Eu tava tentando raciocinar tudo que aconteceu nesses últimos trinta e cinco minutos.

Senti o meu corpo todo se arrepiar quando a última gota da água fria caiu no meu ombro, saí do box enquanto me enrolava na toalha e fui em direção ao espelho.

Dei uma olhada em mim mesma e respirei fundo ao ver o tamanho das minhas olheiras, peguei um pente que estava do lado da pia e comecei a pentear o meu cabelo.

Os pingos de água caiam no chão enquanto o pente passava entre os fios do meu cabelo, não demorou muito para criar uma poça pequena aonde eu estava em pé.

O Destino Não Quis - Vol.2 [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora