Capítulo 48

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Maria;

Desci as escadas já vestida e finalmente de banho tomado, o Kauã tava dormindo no sofá e fiquei com um pouco de dó de acordá-lo. Vitória me falou que ele literalmente não dormiu nada desde o dia que eu fui capturada.

Peguei o celular que tava na mão dele e coloquei em cima da mesinha, voltei até ele e comecei a balançá-lo bem de leve para ele não acordar assustado.

Maria: Kauã. -falei baixinho e ele começou a abrir os olhos e quando ele me viu a única coisa que ele fez foi me puxar para mais perto dele e voltar a fechar os olhos- Tá na hora, a gente tem que ir. -falei tentando me levantar

Souza: Para de estragar os momentos. -falou bolado e eu fiquei quieta- Só abre a boca pra falar merda, fica quietinha na tua e deixa eu dormir. -falou enquanto bocejava

Maria: Idiota. -bati no ombro dele e puxei o mesmo- Bora porra! -ele abriu os olhos e se levantou do sofá

Souza: Tu é chata pra caralho. -falou enquanto pegava a blusa dele

Maria: Desculpa lindo, quero matar aquela vadia logo. -sorri debochada e ele revirou os olhos- Tudo isso pra não dizer que eu estava certa desde o começo? -cruzei os braços e ri

Souza: Quando é que tu não tá certa né? -eu sorri

Maria: Exatamente! -sorri vitoriosa e ele revirou os olhos- Quando eu não gosto de uma pessoa pessoa é porquê ela realmente não presta.

Souza: Ainda mais quando se trata de umas minas.

Maria: Por que eu acho que você só tá falando coisas que eu quero ouvir? -ele me olhou como se fosse óbvio- Idiota. -revirei os olhos e peguei a minha mochila

Ele veio até mim, me puxou pra perto e deu um beijo na minha cabeça, saímos de casa e ele tirou a moto dele da garagem, subimos nela e ele deu partida para aonde a Clara estava escondida.

Ele estacionou bem na frente do barraco e eu já vi a moto de quase todo mundo ali, os vapores abriram a porta e eu e o Kauã entramos.

A Clara tava amarrada no teto e tinha outros dois homens também amarrados mas invés no teto, eles estavam sentados.

Já estavam todos na sala, só a Lara e a Vitória que prefeririam não vim pois não gostam de ver essas coisas.

Andei devagar até a Clara e tirei a fita da boca dela que tava me olhando cheia de ódio.

Maria: Sabe... -me sentei na frente dela- Você foi um pouco burra. -falei debochada- Achou mesmo que eu não iria descobrir que era tu pro trás disso tudo?

Clara: E o que você vai fazer, ein? -sorriu- Vai mandar me estuprarem igual fizeram contigo? -levantou a cabeça- Não é isso que fazem com putinhas de esquina?

Olhei pra trás e o Kauã tinha acabado de se levantar para ir pra cima dela mas eu neguei com a cabeça e comecei a enfocar ela.

Maria: Você me dá nojo. -falei vendo ela ficar sem ar- Eu nunca faria isso contigo ou com qualquer uma mulher, não desejo nem que você passe por isso. -soltei ela- Tu conseguiu enganar a todos né clarinhas -coloquei ela em pé e segurei o rosto dela com bastante força- Menos a mim. -sorri

Clara: Foi tão fácil. -sorriu novamente e eu dei um tapa na cara dela- Sempre quis a liderança de um dos morros lá de SP e quando eu vejo que o desgraçado do Souza estava voltando pro Rio, era a hora perfeita. Eu tinha planejado tudo. -sorriu- Ficamos e ele com certeza não estranharia em ver depois, mordeu a isca facilmente. -olhou pro Souza e logos depois pra mim- Fiquei com o Th só para me aproximar ainda mais e observar a vida de vocês. -segurei o rosto dela- Ele sempre foi apaixonado por você. -olhou pro Souza e depois pra mim- Que não demorou muito pra ele me chamar para o Natal e foi aí que eu descobri tudo que eu precisava para destruir vocês.

Olhei pro Kauã com uma cara de "Eu te avisei" e ele mandou dedo para mim, sentei na cadeira de frente pra ela e cruzei os braços

Maria: Você se acha a fodona mas esqueceu que eu sou vivida, muito mais do que você pode imaginar. -falei calma- E tentar usar o estupro contra o Kauã foi algo tão burro que nos levou direto a você e a vocês. -olhei pros outros dois homens

Foram os que conseguiram fugir, únicos que não foram mortos.

Maria: Seria prazeroso acompanhar a morte de vocês. -me levantei- Mas infelizmente eu não irei ficar. -coloquei o cabelo para trás e olhei para a Clara- Só vim aqui te ver sendo humilhada e com os pés na cova.

Fui em direção a porta e abri a mesma, olhei para os vapores e depois para a Clara.

Maria: Quando quiserem. -eles entraram e eu saí

Fui para fora e me distanciei um pouco da casa porquê eu precisava tomar um pouco de ar. Senti mãos na minha cintura e era o Kauã, encostei a minha cabeça no ombro dele e o mesmo apertou ainda mais a minha cintura.

Souza: Passou.

Maria: Passou. -repeti

Souza: E não vai acontecer mais. -assenti e passei a mão pelo meu rosto- Agora eu te entendo. -olhei para ele- O motivo de tu não querer.

Maria: Deixa isso pra lá, pode ser?

Souza: Pode não. -ele negou- Tu é forte pra caralho.

Maria: Não, não sou. -neguei- Eu me faço de forte, tu não faz ideia de como eu tô morrendo de medo aqui dentro. -apontei pro meu peito

Souza: Mas dessa vez tu conseguiu tomar o controle da situação.

Maria: Dessa vez. -dei ênfase- E se na próxima eu não conseguir?

Souza: Não vai ter uma próxima. -colocou a mecha do meu cabelo atrás da orelha

Maria: E se tiver?

Souza: Não vai ter. -falou firme e me puxou pra perto- Eu te amo.

Maria: Eu também te amo.

...

O Destino Não Quis - Vol.2 [M]Onde histórias criam vida. Descubra agora