𝟐º Aᴛᴏ

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𝑯𝒐𝒕𝒆𝒍𝒃𝒂𝒓 𝑴𝒐𝒕𝒊𝒐𝒏, 19𝒉28

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𝑯𝒐𝒕𝒆𝒍𝒃𝒂𝒓 𝑴𝒐𝒕𝒊𝒐𝒏, 19𝒉28


⠀⠀⠀⠀Nuvens encobriam a lua cheia quando o utilitário parou no estacionamento próximo ao cruzamento. O Hotelbar Motion era o maior e mais sublime edifício no centro. Sua estrutura era similar aos demais prédios daquela área do distrito, construídos e reformados após a Guerra da Extinção para se assemelharem às construções góticas e aos casarões renascentistas, contudo, possuía certa singularidade. Possivelmente, pelos vitrais magentas e varandas de balaústre em cada um dos cinquenta andares. Ou pela conexão que possuía através da passarela que Krystal vira mais cedo, conduzindo seus ocupantes ao edifício ao lado — tão majestoso quanto aquele.

⠀⠀⠀⠀Fosse o que fosse, tudo no prateado e dourado adornando sua estrutura deixava claro não se tratar de uma propriedade qualquer.
De um proprietário qualquer.

⠀⠀⠀⠀A estética era um ponto em comum entre as Criaturas da Noite. Eram obcecados com cada detalhe, de cada uma das centenas de propriedades que possuíam ao redor do mundo. Cada espécie possuía uma existência de, no mínimo, mil milênios entre seus antepassados, e haviam contribuído com as conquistas que os seres humanos tomaram para si, quando existiam — se livrar do peso que os arrastara para a vida nas sombras, libertou cada criatura para que enfim pudessem usufruir dos inventos que apreciavam.

⠀⠀⠀⠀Krystal não entendia, ainda, aquela obsessão pela estética como marca existencial, afinal, estava entre os hoans mais jovens. Tendo nascido há vinte e seis anos, ela gostava das comodidades mais tecnológicas por sua praticidade e eficiência.

⠀⠀⠀⠀Com um suspiro pesado, atravessou a rua. Uma fila extensa se formava do lado de fora da propriedade. A hoan fitou a hora no ilustre relógio que se erguia na praça central, a dois quarteirões do Hotelbar Motion.

⠀⠀⠀⠀— Droga.

⠀⠀⠀⠀Seus batimentos cardíacos colapsaram. Chegaria atrasada no jantar dos avós. Contudo, não podia sair dali sem conhecer Jeykey Arakelian. Além disso, Jimin havia saído mais cedo e já estava lá dentro, à sua espera. Se quisesse chegar em casa com ele, teria de arrastá-lo do estabelecimento — seu único conforto era saber que o turno daquela noite iria até às 20h.

⠀⠀⠀⠀Inspirou profundamente, cortou a fila e tirou do bolso o distintivo quando duas criaturas de íris roxas tentaram impedi-la de ultrapassar a entrada. Os íncubos tinham o dobro do tamanho da hoan que os encarava com os lábios cerrados, mas recuaram ao ler o sobrenome, e o cargo, no objeto exibido.

⠀⠀⠀⠀As luzes estroboscópicas pulsavam em diversos tons de vermelho, azul e roxo. Krystal cerrou as pálpebras para se localizar. Mezaninos pareciam abrigar áreas privadas no entorno do local. À direita dela, uma fêmea dançava num palco afastado da entrada em movimentos lentos e sensuais, quase hipnotizantes. Uma multidão se aglomerava nas mesas daquele lado. Jimin não estaria lá, certo? Ele não seria...

ɪɴᴅᴇʟᴇ́ᴠᴇʟOnde histórias criam vida. Descubra agora