Os dias foram passando entre plantões, a mudança dos meus pais e mais plantões, hora eu estava sozinha sofrendo pela distancia dos meus pais e de Arthur, hora estava na casa das meninas. Em um mês ele dormiu na minha casa uma vez, pensa em um sexo morno, sem a menor graça, totalmente diferente de tudo que já vivemos.
Meus dias tem se passado entre ver uma novela turca que se tornou meu novo vicio ou ligar para minha mãe. Dona Sofia vive pergunta o que está acontecendo, como anda meu namoro, e eu sempre tentando não transparecer o que de fato vem acontecendo, que meu namorado me deixa totalmente sozinha por dias, sem uma mensagem para saber como estou, nem parece que trabalhamos no mesmo lugar.
Faz dez minutos que desliguei o telefone, com me questionando onde está o Arthur em um sábado a noite, que não está comigo, nem eu sei a resposta dessa pergunta, o que me faz sofrer ainda mais. Ter que admitir que estamos cada vez mais distante me doeu.
Decida a fazer exatamente o que minha disse ligo para ele, não vou passar o sábado todo dentro de casa.
- Oi. - A resposta é seca, como se não quisesse falar comigo.
- O que está fazendo amor?
- Na casa dos meus pais. - Responde depois de alguns segundos em silêncio.
- E não me chamou? - Pergunto magoada, ele sabe que estou sozinha.
- Não achei que fosse querer vir.
- Arthur, estou em casa sozinha, meus pais em outro estado e você nem pensou em mim.
- Rafa, não quero brigar. - Ele diz em meio a uma bufada do outro da linha
- Nem eu amor, só quero você. - Ele respira fundo do outro lado da linha, mas agora que comecei não pretendo parar, quero dizer o que vem me incomodando. - Quero namorar Arthur, te beijar, ver um filme juntos, curtir nossa folga. - Ele continua calado.- Arthur vou te fazer uma pergunta e quero saber a verdade, você ainda me ama?
- Que pergunta é essa Rafaela?
- Uma bem simples, que você não deveria nem pensar para responder, Você. Me. Ama. sim ou não?
- Amo.
Sabe aquele amo, mecânico, morno sem paixão, foi esse que ouvi
- Pois não é o que parece, você vem aqui pra casa?
- Não sei.
- Não sabe? - Respiro fundo tentando não chorar, enquanto controlo meu tom de voz. - Olha Arthur, não vou passar meu sábado sozinha, vou ligar para as meninas e eu vou sair com elas para me divertir.
- Ok.
É tudo o que ele tem para me responder? Acabo desligando o telefone ainda mais puta do que estava antes.
É inacreditável, o tom despreocupado, a falta de empatia, o desinteresse. Não perdi tempo, marquei com as meninas uma saída para mais tarde, nada quem um barzinho com musica boa não possa curar.
Até o momento em que tranquei a porta eu realmente achei que ele fosse aparecer aqui, dizendo que estava com algum problema que não podia me falar por telefone, me pediria perdão e nós sairíamos junto, como eu estava enganada.
(...)
O uber parou em frente ao bar que combinamos, vejo Renata acenando para mim.
- Uau! Pra quê tudo isso, heim!
- Para mim, pra quem mais seria?
Dou um beijo em cada uma antes de me sentar.
- Pelo jeito você e Arthur ainda não conversaram. - Magali quem diz.
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Tinha que ser você!
RomanceRafaela, uma médica dedicada, uma menina mulher, que mora em São Paulo. Quando seus pais se mudam para outro estado, sua vida começa a desmoronar. Uma traição causa tanta dor que ela decide seguir em frente, mas a mudança trás um homem bruto, rustic...