Tinha que ser você!

CAPÍTULO 25

"Você parece tão certa para mim. Eu quero segurar você com força e deixar meus lábios deslizarem em seu corpo. Você é realmente única, não é?"

Rosenfeld - Body

Sofia me encara como se soubesse exatamente o que pretendo com sua filha, não posso culpá-la por isso, afinal nunca fui conhecido por ser um homem discreto, e a maneira que meus olhos percorrem o corpo de Rafaela me denuncia, claro.

Enquanto caminhamos em direção ao carro vamos em silêncio, abro a porta do carona para que ela entre e dou a volta me acomodando atrás do volante, no mesmo instante seu cheiro invade minhas narinas me provocando, instigando, me levando ao limite, prometi a mim mesmo que tudo não passaria de uma transa casual, nada além disso e aqui estou eu louco para beijá-la mais uma vez, como um adolescente prestes a ser enganado de novo.

- O que foi? - ela pergunta percebendo que a observo.

Não respondo, apenas me aproximo tocando sua nuca com as pontas dos dedos a trazendo para mim, o cheiro doce inebriante me deixando louco para sentir o sabor de seus lábios mais uma vez, quando a boca em formato de coração se abre para me receber, um suspiro besta surge e a beijo com tesão, como se a cada investida da minha língua fosse uma promessa do que vou fazer com ela mais tarde, é como se eu fodesse com a boca deliciosa.

Me afasto para olhar as bochechas rosadas e o olhar vibrante que ela tem para mim, estou muito fodido com essa mulher, Rafaela está se tornando algo que ainda não tenho como nomear, mas que certamente será minha ruina.

- Não consegui esperar. - é tudo que consigo dizer.

Assim que coloco o carro em movimento e fala:

- Você realmente me deixa sem ter o que falar.

- De um jeito bom? - pergunto a olhando de esgueira.

- Ainda não sei.

A verdade é que desde o momento em que Rafaela me disse que nunca sabe o que pensar quando está comigo, não sabe o que dizer, venho me perguntando o porque e não encontro resposta. Algo dentro de mim diz que é esse meu jeito fechado, calado, desconfiado de ser, afinal já ouvi o mesmo de outras pessoas, mas saber que ela tem medo de falar comigo por nunca saber qual será minha reação, faz com um bolo surja em meu estomago tornando difícil a digestão.

Será que é isso, ela tem medo de mim? De falar comigo? Claro que é idiota, quantas vezes você a tratou mal! A voz dentro da minha cabeça responde de imediato.

Em vinte minutos estaciono em frente ao bar que meu irmão nos espera com sua esposa, os dois nos observam conversando e rindo e posso ouvir a voz daquele imbecil tagarelando em meu ouvido de novo, dizendo que estou todo interessado na doutora, que vou acabar amarrado nela, acabei respondendo que é apenas tesão, quero descobrir se ela é tudo isso mesmo, mas a verdade é que Rafaela vem me cativando com seu jeito meigo, o que tem me deixado puto pra caralho, detesto esse tipo de mulher, são as mais falsas, são as que mentem enquanto nos mantem ao seu lado feito um cachorrinho e eu detesto me sentir assim, preso a uma mulher que vai me trair na primeira oportunidade, é tudo tão contraditório que chega a ser ridículo.

Passamos uma boa parte da noite recebendo indiretas bem diretas de Larissa e Benjamim, os dois não perdem uma oportunidade de fazer uma piada com duplo sentido, principalmente quando sou eu a dar o vacilo, e é quando Rafaela se levanta para ir ao banheiro e minha cunhada não se junta a ela, que sei que vem merda, ainda mais quando ela me encara com uma das sobrancelhas arqueadas e um sorrisinho irônico brincando nos lábios.