CAPÍTULO 5

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Tenho vivido um verdadeiro inferno nos últimos meses, quando me dei conta que realmente estava a ponto de perder Rafaela, a mulher que eu amo por uma aventura qualquer eu pirei. Acontece, que que me livrar de Bruna não está sendo tão fácil quanto achei que seria.

Era pra ser uma foda qualquer, coisa de uma vez só, deixei bem claro que seria sexo e nada mais, que a única mulher que existe para mim é Rafaela, e claro que de inicio ela concordou, quando dei por mim, estava me pegando com ela em todo canto, curtindo aquela adrenalina, deixando de ficar com minha namorada para estar com a "amante", não percebi que Bruna passou a frequentar meu apartamento, passou a dormir lá nos fim de semana, eu estava tão cego que não me dei conta do perigo que estava correndo, até o dia que minha mãe entrou em minha casa e me pegou pelado na cama com ela, ali eu vi a merda que estava fazendo, então eu soube que tinha que tomar uma decisão.

Deixar Rafaela nunca fez parte da equação, foi ai que a brincadeira ficou séria, porque Bruna acha que estou em negação, que estou apaixonado por ela, porém tenho medo do que as pessoas (no caso, o pessoal do hospital) vai pensar se eu terminar meu namoro com uma cardiologista e assumir uma enfermeira. O que não vem ao caso, se eu realmente estivesse apaixonado.

Porra, tenho passado dias de merda com Bruna me atormentando, ameaçando contar para todos sobre nosso envolvimento, caso não a assumisse, claro que venho contornando a situação, mas está cada vez mais difícil.

Tenho pensado em pedir Rafaela em casamento, morarmos juntos, o que vem me impedindo de dar esse passo, é a merda do medo.

Vou aproveitar esse fim de semana que ela vai viajar para ver os pais e resolver essa merda de situação.

- Oi.

A voz doce de Rafaela adentra minha sala, levanto indo de imediato ao seu encontro.

- Oi amor.

Puxo seu corpo de encontro ao meu fechando logo a porta, prensando seu corpo contra o meu.

- Vim me despedir de você. - Suas mãos agarram meu pescoço em um carinho suave em minha nuca.

- Vou morrer de saudades Rafa.

- Exagerado. - 

Seu sorriso contra meus lábios me tira o folego, o cheiro doce que ela tem de flores que acabaram ser colhidas me inebria, deixo minha língua invadir sua boca deliciosa.

- Queria poder ir com você.

Colo nossas testas, de olhos fechados, sentindo seu toque suave em minha nuca.

- E porque não vai Arthur, o Congresso não foi adiado.

Abro os olhos a encarando, aquele olhar suave, me pega de jeito como vou dizer a merda toda que está acontecendo, lembro de nossa conversa quando nos acertamos em seu apartamento, ela me perguntou se havia outra mulher, tentei não mentir por completo ao não admitir o que vinha acontecendo entre mim e Bruna.

- Já te disse amor, tenho uma questão urgente que preciso resolver antes da gente ir morar juntos.

O que não é mentira, preciso resolver minha vida, para enfim dar esse passo.

- E não podia esperar?

- Não amor, é urgente.

- E não vai me dizer o que é? 

O beicinho lindo que ela faz, como se estivesse magoada, me faz sorrir feito um adolescente, deixo minha mão acariciar o rosto delicado.

- Não Rafa, é um assunto delicado. - A beijo com ternura.  - Não precisa se preocupar com coisa boba.

Tinha que ser você!Onde histórias criam vida. Descubra agora