No sábado um pouco antes das sete da manhã, minha mudança está acomodada no caminhão indo em direção a Curitiba, e é com pesar que ando pelos cômodos vazios do que um dia foi minha casa, meu lar, meu porto seguro, em uma ultima olhada pelo local de tantos momentos vividos, tranco tudo e entrego as chaves ao porteiro, para que o corretor possa pegar, tiro o telefone da bolsa e ligo para minha mãe avisando que o caminhão já foi, ela me avisa que papai, Heitor, Ben e Lucas, estão naquele momento em meu apartamento, terminando os reparos finais.
- Sabe como é seu pai, quis trocar as torneiras, as lâmpadas, trocou os reparos, pintou a casa toda, acho que só falta seu quarto.
- Vocês pensaram em tudo mãe. - Agradeço mentalmente por ter esse suporte que só eles poderiam me dar.
- Seu pai meu bem, ainda contou com a ajuda de mais três homens, então foi tudo rapidinho. - Não consigo evitar em Lucas, totalmente suado, sem camisa, com os cabelos presos em um coque sexy pra caralho, balanço a cabeça tentando afastar o pensamento.
Trocamos mais algumas palavras e desligo, já indo em direção ao meu carro, quando meu telefone toca, olho a tela e vejo o nome de papai brilhando.
- Oi paizinho.
- Oi princesa.
- Abei de descobrir que tem uma força tarefa aí no meu apartamento.
Ele ri do outro lado da linha, deixando meu coração quentinho.
- Tem filhota, nos reunimos para te ajudar.
- Obrigada pai, você é o melhor. - Consigo ouvir Ben e Lucas discutindo por causa de alguma coisa, o que me faz rir.
- Não te liguei para ser bajulado Rafinha, quero saber de que cor você quer que o papai pinte seu quartinho. - rio da forma fraternal que ele fala, parece que tenho onze anos de idade. - Quer que o papai pinte de rosa?
- Pai, quantos anos acha que eu tenho? - brinco com ele.
Escuto algumas risadas ao fundo.
- Para mim você é e ainda vai ser a minha garotinha.
A voz sai embargada, sei que ele está emocionado, o que me deixa com os olhos marejados.
- Pinta de branco paizinho, está maravilhoso.
Passo mais algumas orientações a meu pai, para quando o caminhão chegar onde colocar as coisas, para deixar os moveis do quarto no de hospedes, esse tipo de coisa, desligo o telefone e vou para casa de Magali, vamos viajar amanhã pela manhã se tudo der certo.
Não consegui viajar no domingo, hoje pela manhã tive que vir a corretora para assinar a papelada da venda do apartamento, assim que finalizamos tudo no cartório e o dinheiro entra na minha conta, dirijo em direção a casa de Renata, onde Magali já me espera. Mal acomodamos nossas malas dentro do carro e estamos prontas para seguir viagem, serão quatrocentos e vinte quilômetros até Curitiba, mais ou menos seis horas de viagem dependendo do transito.
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Tinha que ser você!
Storie d'amoreRafaela, uma médica dedicada, uma menina mulher, que mora em São Paulo. Quando seus pais se mudam para outro estado, sua vida começa a desmoronar. Uma traição causa tanta dor que ela decide seguir em frente, mas a mudança trás um homem bruto, rustic...