Estaciono a camionete do lado oposto da entrada da casa, as portas de trás de abrem, seguro o braço de Rafaela, que logo balança a cabeça em negativa, e eu a entendo, devo realmente estar perdendo todo o juízo, porque por um instante pensei em beijá-la aqui, correndo o risco de todos os nossos familiares nos ver.
- Lucas que lugar lindo. - a voz suave de Magali soa entusiasmada.
- Aqui é meu pedacinho de paraíso, o lugar que faz esquecer do caos do dia a dia.
Abro a tampa traseira da camionete, retirando as bolsas das meninas e a minha, sigo com elas para dentro de casa.
- Bom dia filho. - meu pai vem ajudar com as bolsas.
- Meus amores, sejam bem vindos.
Minha mãe vem ao nosso encontro, ela passa direto por mim, abraça demoradamente Rafaela, depois Magali e Renata, só então vem ao meu encontro.
- Bom dia mãe, também senti saudades.
Com um pequeno tapa no rosto ela responde sorridente.
- Deu para ser sentimental agora, Lucas?
Balanço a cabeça caminhando em direção ao meu quarto, coloco minha bolsa na cama e volto para a camionete, retiro um saco de ração da traseira e caminho em direção ao pequeno curral que tem há alguns metros da casa.
- Bom dia seu Luiz.
- Bom dia seu Lucas.
Jogo a ração em cima de um banco de madeira, assim faço com mais cinco, passei a manhã toda colocando algumas coisas em ordem, fui com seu Luiz até o limite do sítio onde um boi do vizinho estourou uma cerca e a concertamos, a verdade era que eu estava evitando Rafaela de proposito, temendo não conseguir manter minhas mãos e boca longe dela, temendo que nossas mães percebam o que vem acontecendo entre nós, quando eu mesmo não sei o que estamos fazendo.
Terminei o banho e fui em direção a área externa, da porta pude ver que os únicos que faltavam ali éramos eu e Rafaela, voltei em direção ao quarto que ela dorme, abri a porta, a vi sentada na antiga cadeira de balanço de minha avó, em suas mão havia um livro que claramente ela não estava lendo, seu olhar estava perdido para além da janela, ela parecia pensativa, será que se encontra tão confusa e perdida quanto eu?
Aproximo meu nariz de seu pescoço delicado aspirando seu cheiro suave de peras, posso ver seus pelos se eriçarem, porra, me dá tesão e muito prazer saber que ela não é imune a mim, aos meus toques, que fica tão desestabilizada quanto eu.
- Oi.
- Oi.
Sento no peitoril da janela, seguro o rosto delicado e gentil entre minhas mãos a puxando para somente encostar nossos lábios, mas não é o suficiente, talvez nunca seja, enfio minha língua em sua boca aprofundando o beijo.
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Tinha que ser você!
RomanceRafaela, uma médica dedicada, uma menina mulher, que mora em São Paulo. Quando seus pais se mudam para outro estado, sua vida começa a desmoronar. Uma traição causa tanta dor que ela decide seguir em frente, mas a mudança trás um homem bruto, rustic...