CAPÍTULO 16

122 16 3
                                    

"O amor é quando começamos por nos enganar a nós próprios e acabamos por enganar a outra pessoa." - Oscar Wilde


O carro parou em frente ao prédio que eu moro. Pedro desligou o motor e me olhou como sempre faz, diferente das outras vezes eu não queria que o ele subisse comigo, hoje eu pude ver o que minha mãe e Magali tanto falam, que nosso querer começam a caminhar por lados opostos, ele sentiu ciúmes do Lucas, mesmo não dizendo uma palavra sobre o assunto, eu sei, eu senti e não gostei.

- Tchau Pedro.

Beijei seu rosto, logo me virando para abrir a porta do carro e ir embora, ele segurou meu braço, me fazendo olhá-lo.

- Não posso subir? 

Eu não sabia como falar com ele sem magoá-lo, mas também não podia deixar passar, chegou o momento em que eu tanto temia ao misturar as coisas entre nós, vamos seguir em frente como se nada tivesse acontecido ou nossa amizade acaba aqui?

- Acho melhor não Pê.

- Porque não? - seu olhar confuso mexeu comigo.

- Você está começando a levar isso entre nós a sério?

- Tanto quanto você.

Suspirei frustrada, ele não me falaria a verdade, não quando sabia que ela nos afastaria ainda mais.

- Não quero te machucar, isso entre nós, para mim, é algo casual Pê.

- E por mim tá tudo bem.

- Não está, você espera mais de mim e eu não posso te dar. Eu te amo muito, mas não da forma que você espera que eu te retribua, e te prender a mim dessa forma não é justo.

Abri a porta do carro saindo sem olhar para trás, não posso mais magoar meu amigo dessa forma, mesmo amando o Pedro, não sou capaz de corresponder da forma que ele quer e merece, nem sei se um dia serei, não é justo prendê-lo a mim dessa forma.

(...)

Estacionei meu carro chegando para mais um plantão, no Pronto Socorro desta vez. Contrariando as expectativas o dia correu tranquilo, quando olhei o relógio em meu pulso faltava pouco para ir embora, suspiro aliviada enquanto caminho até a salinha de descanso, para tentar comer uma fruta.

- Podemos conversar?

Me assusto ao ver Arthur entrar logo atrás de mim e fechar a porta, não que eu tenha medo dele ou algo do tipo, foi o susto por não perceber que ele estava atrás de mim, venho tentando ao máximo não encontrá-lo pelo hospital. 

O encaro de braços cruzados, ele se aproxima, parando a minha frente, perto demais.

- Oi amor.

Observo o homem que um dia eu julguei amar me perguntando, será que foi amor? Como poderia ser, se o sentimento acabou tão rápido? Essa é uma pergunta que venho me fazendo muito ultimamente, será que eu o amei um dia?

Sua mãos ladeiam meu rosto, sinto a raiva crescer em mim por relembrar tudo que conversamos quando terminamos.

- Não começa Arthur. 

Dou um passo para trás me livrando do seu agarre.

- Só quero te fazer uma pergunta Rafa. - olho para ela com uma sobrancelha erguida, incrédula com a audácia dele. - É verdade que você está saindo com o Pedro?

- É, nós sempre fomos amigos, sempre saímos todos juntos, eu, ele e as meninas.

- Não foi isso que perguntei.

Tinha que ser você!Onde histórias criam vida. Descubra agora