CAPÍTULO 28

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Desde que cheguei a São Paulo minha vida se tornou uma correria louca, comuniquei a direção do hospital sobre minha demissão, organização da mudança, venda do meu apartamento e o drama das minhas amigas, esse tem sido o mais divertido e triste ao mesmo tempo, afinal, são anos de amizade e companheirismo.

Nos últimos dias Lucas e eu temos trocado algumas mensagens, nada muito importante,  comprometedor ou que insinue qualquer tipo de situação entre nós, apenas amenidades em poucas palavras. Não sou uma adolescente boba e apaixonada, para acreditar que o que tivemos significou nada além do que foi, uma noite de sexo casual entre dois adultos, que querem se manter longe de compromissos. Bom, pelo menos é o que eu venho dizendo para minha cabeça idiota, que vive pensando em um certo homem cabeludo de dois metros de altura com uma frequência assustadora.

- Ainda não consigo acreditar que você vai nos abandonar Rafa!

A voz de Renata me desperta dos pensamentos conflituosos, mordo mais um pedaço do sanduiche em minha mão, já olhando o relógio no pulso, para ver se não estou atrasada para voltar ao pronto atendimento.

- Sem drama Rê. - Magali fala. - A gente sabia que era uma questão de tempo isso acontecer, principalmente depois do que houve com o Arthur.

Observo minha amiga com um vinco formado em minha testa.

- Como assim? - pergunto depois de engolir o pedaço do sanduiche que me desce rasgando a garganta.

- Ah Rafa, o que te manteria longe dos seus pais seria o Arthur, se vocês estivessem juntos, claro, agora que não estão, é natural que você queira ficar perto deles, que queira o conforto de morar próximo a seus pais, eles são tão maravilhosos.

- E eu não valho nada?

- Vale muito Renatinha, mas é diferente. - respondo minha amiga.

- Claro,  - responde com deboche. - Eu não tenho cabelos longos o suficiente, e nem um par de olhos azuis intensos, né!

Ela ralha me fazendo rir.

- Vocês são tão bobas, e eu amo as duas. - passo o braço pelo pescoço de cada uma, as puxando para um abraço apertado.

- O corretor vai levar o casal hoje?

- Vai sim. - respondo Magali. - Depois vocês irão me ajudar né? - Encaro minha amigas com um olhar de quem as mataria se recusassem meu pedido.

- Claro.

- Não sei não, se eu não for você vai ficar? - Renata fala fazendo bico, me fazendo revirar os olhos enquanto nego. - Tudo bem, eu vou então.

- Você vão para Curitiba comigo?

As duas respondem um "claro" acompanhados de uma empolgação enorme, esse fim de semana viajo de mudança e elas viajam comigo, mesmo recebendo do doutor Bruno, uma semana a mais para organizar minha vida, vou usar esse tempo na casa nova.

- E nós vamos ver um certo deus grego que anda com o martelo escondido? - Renata pergunta me fazendo rir.

- Não sei.

- Mas você não andam se falando?

- Não exatamente, e é complicado Ma, não somos um casal, nem mesmo estando ficando, só aconteceu uma vez e foi bom, mas é só isso.

Pelo menos é o que venho dizendo para todos e principalmente para mim mesma, a cada vez que o que aconteceu entre mim e Lucas volta a minha mente implorando por mais.

Pelo menos é o que venho dizendo para todos e principalmente para mim mesma, a cada vez que o que aconteceu entre mim e Lucas volta a minha mente implorando por mais

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