7 - Ataque Surpresa

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Meu dragão alçou voo comigo em suas costas. Estava frio e ventava bastante, mas o calor que emanava dele era aconchegante. Me agarrei em suas escamas e fechei os meus olhos, tentando esvaziar a minha mente e me livrar da ansiedade.

Vuur era meu único e melhor amigo, ele me entendia melhor do que ninguém e sempre estava comigo quando eu precisava, e naquele momento, no silêncio das nuvens, vendo o sol sumir no horizonte, sentindo o vento em meu rosto e o calor do seu corpo em meu peito, eu me senti mais leve, como se realmente pudesse voar por conta própria.

Dali o castelo parecia minúsculo, assim como os meus problemas, e tudo parecia estar mais calmo do que realmente estava. Infelizmente eu não poderia fugir daquilo para sempre, eu precisava descer e falar com Ulrick sobre o meu novo acordo, e preparar tudo para a chegada do príncipe e da princesa.

Vuur começou a sua descida em direção ao pátio do castelo, no entanto algo parecia estranho. Estava extremamente silencioso e eu tive um pressentimento de que algo ruim iria acontecer. Vuur parecia também sentiu e ficou agitado.

Olhei em volta e vi todos os meus guardas a postos em volta do castelo, como deveriam estar, e também nas torres de vigia nos muros e provavelmente também do lado de fora. Tudo normal, mas ao mesmo tempo...

Um calafrio percorreu a minha espinha e então um estrondo me deixou em estado de alerta. Algo estava acontecendo.

O portão do pátio se quebrou de repente, sendo perfurado por uma enorme pedra de gelo que se projetou para o lado de dentro. Estávamos sendo atacados.

Corri em direção ao portão enquanto via de relance meu dragão alçar voo mais uma vez.

Meus guardas vieram comigo para defender os muros e mais pedras de gelo se projetaram contra o enorme portão, quebrando-o quase completamente.

Eu estava vestida com uma armadura simples, feita de couro e um casaco grosso de pele que me protegia do frio e a única arma que eu tinha era uma faca em minha bainha. Não era o suficiente para uma batalha, mas teria que servir.

Assim que o portão se rompeu vários elfos começaram a invadir o pátio e eu fui em direção a eles, atacando-os com fogo.

Vurr havia voado até o lado de fora e eu podia sentir e ouvir suas chamas sendo lançadas sobre os elfos que lá estavam.

Mal tive tempo de analisar toda a situação, apenas dei meu máximo para me defender dos golpes que me eram lançados e para atear fogo em meus adversários.

A lâmina de uma espada passou bem perto do meu rosto, me fazendo reparar em como elas eram claras e brilhantes, e também extremamente afiadas. Eu realmente não podia deixar que me acertassem, mas assim que esse pensamento passou pela minha cabeça fui atingida de raspão no braço esquerdo. A espada mal havia me tocado, mas fez um belo corte.

Ignorei a dor que senti e aproveitei a brecha do atacante em meio à sua estocada para segurar a sua mão, puxando-o para mim e lhe dando um belo chute no peito, que o fez soltar a espada e cair sobre outro elfo que vinha logo atrás.

Com a espada brilhante agora em minhas mãos pude sentir o quanto ela era leve e gelada, tão gelada que eu quase não suportei segurá-la, fincando-a no próximo elfo que vinha me atacar e deixando-a nele.

Continuei na batalha, até que inesperadamente ouvi um som gutural vindo do céu e um sentimento horrível de desespero me tomou. Era Vuur, ele estava ferido.

Por um momento eu me distraí, observando ele voar com dificuldade para dentro dos muros e cair pesadamente no pátio logo atrás de nós.

Minha distração custou muito caro, por pouco não custou a minha vida, quando de repente uma flecha veio em minha direção. Vi ela de relance e tentei sair de seu caminho, mas não fui rápida o suficiente e ela me atingiu no ombro, e o mundo girou por um momento.

Tatsuya - A Rainha DragãoOnde histórias criam vida. Descubra agora