Nos instalamos no reino dos elfos e tomamos o castelo com facilidade, aprisionando o príncipe em uma cela das masmorras.
Tudo o que eu precisava fazer era convencê-lo a falar onde estava a Pedra e tudo estaria resolvido, porém isso não estava sendo uma tarefa fácil. No primeiro dia eu tentei tirar a informação dele de forma amigável, mas ele ficou o tempo todo em completo silencio, então resolvi dar um gelo nele no segundo dia, deixando-o completamente sozinho, no escuro, sem água e sem comida, pensando que talvez a solidão e a fome o fizessem falar.
No terceiro dia eu já estava agonizando de ansiedade, andando de um lado para o outro na tentativa de me acalmar e também de me aquecer daquele maldito frio que fazia ali.
Meu corpo era acostumado às temperaturas altas e os elfos viviam na parte mais gelada do continente, o que, para mim, fazia com que o castelo parecesse feito de puro gelo e nem mesmo as peles que eu havia trazido pareciam o suficiente para me aquecer, e eu odiava usá-las, pois eram incômodas demais e pesavam. Sempre preferi meu corpo com o mínimo de roupa possível, pois isso me deixava mais leve e mais ágil, e também, com a minha habilidade de fogo, me vestir demais era sinônimo de ter muitas roupas queimadas.
Me cansei de esperar e resolvi andar pelos cômodos do castelo para procurar algo de útil. Os elfos não eram confiáveis, então qualquer informação que eu pudesse descobrir sobre eles me ajudaria, e informações sobre a Pedra me ajudariam ainda mais.
O castelo dos elfos era modesto, com paredes lisas, como se fossem feitas em granito na cor creme bem clara, quase brancas.
Havia poucos móveis e poucos ornamentos. Cada coisa parecia estar exatamente onde precisava estar.
Encontrei um escritório, onde havia apenas uma mesa branca com cadeira também branca, uma estante repleta de livros e mais um punhado de livros, mapas e cadernos espalhados sobre a mesa. Parecia o lugar perfeito para encontrar informações.
Ao contrário dos humanos, os elfos possuíam o registro completo de suas histórias e descobertas, além de serem muito voltados à ciência e à magia.
Comecei a vasculhar entre os papéis tentando encontrar alguma coisa qualquer que chamasse a minha atenção.
Observei que os mapas eram do local onde a batalha havia acontecido e os livros pareciam falar justamente daquilo que eu queria saber.
Me sentei e peguei um deles nas mãos, folheando-o, mas não consegui entendê-lo, pois estava escrito na língua secreta dos elfos, uma língua que eles haviam criado apenas para a escrita, com símbolos esquisitos que só eles entendiam.
Me senti frustrada e peguei outro livro, que possuía uma grande lua crescente desenhada em sua capa. Havia mais alguns desenhos dentro do livro, desenhos das fases da lua, de pessoas com suas mentes ligadas através de fios e de pedras, As Pedras! Infelizmente ele também estava ilegível.
Foi nesse momento que reparei em um caderno interessante, com uma capa em couro marrom sem nenhum adorno, com apenas um tipo de linha em volta para mantê-lo fechado.
Abri o tal caderno e fiquei feliz ao reconhecer as letras dentro dele, porém o texto continuava sendo incompreensível, pois falava de coisas que eu não entendia muito bem, como absorção de energia, transmutação, mente compartilhada e controle mental. Era um tipo de estudo completo desses assuntos, com uso de palavras muito técnicas e que me deixaram até mesmo um pouco assustada. Se os elfos possuíam esse tipo de magia, então eram ainda mais poderosos do que eu imaginava.
Eu poderia usar aquelas informações, mas primeiro eu teria que entendê-las e para isso eu precisaria da ajuda de alguém que provavelmente não iria querer me ajudar.
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Tatsuya - A Rainha Dragão
FantasyTatsuya perdeu sua mãe para uma doença, e seu pai, arrasado com a perda, se colocou numa missão de encontrar as pedras elementais para trazer sua rainha de volta. Infelizmente ele morre ao enfrentar os Elfos da Lua e Tatsuya se sente obrigada a assu...